27 de Dezembro de 2016
O milagre do príncipe Lorenzo
"Em julho de 2013, descobri que estava grávida. Foi um susto, não era esperado. Já fazia 4 anos de casamento e filhos sempre estiveram nos nossos planos. Pretendia engravidar em 2014, mas Deus nos proporcionou um em 2013 e ficamos muito felizes. Foi uma gravidez tranquila, não tive enjoos e nem muitos desconfortos de gravidez, a não ser por cólicas que tive toda o período, mas nada que me incomodava muito. Eu trabalho no comércio, então, em dezembro, acabei trabalhando muito, mas me sentia muito bem.
No dia 08 de janeiro de 2014, fui passar por uma consulta do pré-natal, estava de 32 semanas de gestação e levei um susto ao ver que minha pressão estava 18/12. O médico me encaminhou na mesma hora para maternidade e meu drama começou. Meu médico, mesmo sem os exames, já alertou um possível parto prematuro e um bebê não saudável, por conta da pressão muito alta. No hospital, fazendo a bateria de exames, foi diagnosticada a pré-eclâmpsia e que meu bebê estava em sofrimento fetal. Meu médico optou por esperar por dois dias para fazer a cirurgia e assim daria tempo de tomar pelo menos duas injeções de corticoide para ajudar com o pulmão do bebê, mas minha cesária poderia ser feita a qualquer momento se o batimento do meu bebê caíssese mais.
Foram dois dias estressantes, de muitos nervos à flor da pele. O médico pediu nova bateria de exames, na qual constatou que meu bebê tinha melhorado e foi decidido então fazer a cesária com 34 semanas. Passei o resto dos dias em casa em repouso absoluto. No dia 21 de janeiro, às 15:12, nasceu meu príncipe com 2,110kg e medindo 43cm. O pediatra me mostrou ele rapidinho e já levou para UTI Neo, o que não foi surpresa nenhuma, pois o médico já tinha me alertado disso. Só consegui ver meu bebê no outro dia, ele tava muito roxinho e com muita falta de ar. Quando ele respirava, fazia um buraco no peito dele. Nem sei explicar a dor que senti, tantos tubos e aquelas máquinas apitando. Conhecer meu filho era um momento único e esperado e acabou sendo um momento de dor. Só de olhar para ele eu sabia que ele não estava bem. Como eu não conseguia conversar com o pediatra, quem me passava as informações era meu marido, e ele optou por esconder o estado de saúde dele, com medo de me deixar muito nervosa e meu leite secar.
3 dias depois e eu achando que meu filho estava melhorando e tive a pior notícia da minha vida: que meu pequeno teria que ser transferido para outro hospital, porque o caso dele agravou muito e ele precisava usar óxido nítrico pois estava com hipertensão pulmonar. Os medicamentos que ele estava tomando já não faziam efeito. Ele também estava com pneumonia, com plaquetas baixas e os rins já estavam falhando. Também havia o risco dele não aguentar a transferência. Graça a Deus, chegamos bem ao outro hospital e meu guerreiro aguentou firme a viagem. Chegou muito debilitado no outro hospital, os médicos só davam noticias ruins. Os dois dias seguintes foram de angustia. A cada apito de máquina era uma aflição, e saturação caia e subia, mas o óxido nítrico fez efeito e os medicamentos também.
Foram 25 dias de UTI Neo e, graças a Deus, aos médicos e enfermeiros que cuidaram muito bem do Lorenzo, ele teve alta, pesando 2,350kg e com 46cm. Hoje, ele está com 8 meses e está ótimo! Nem parece que foi um bebê prematuro. Ele faz acompanhamento com um cardiopediatra, pois ele tem um pequeno sobro, que, por sinal, já está fechando. Ele faz consultas rotineiras com o pediatra. Ele está lindo, e enche nossa casa de alegria. Gostaria de agradecer a Deus, aos médicos e enfermeiros do Hospital Samaritano de Campinas, a meus familiares e amigos que rezaram muito e foram nossa alicerce nesse momento tão difícil. Hoje eu vejo todo esse sofrimento em uma forma de renovação de fé! Sem Deus não somos nada. Aos pais que estão passando pela mesma coisa que passei, só Deus sabe de tudo. Não desanimem com diagnósticos ruins, pois recebi vários e hoje estou com meu príncipe em casa!"
(relato da mamãe Elizaine Lima, enviado em 2014)