30 de Janeiro de 2019
Helena, furacão de emoções
"A gestação da Helena teve um início difícil. Tive alguns sangramentos, por isso repousei até quase 4 meses e também usei comprimidos de progesterona. O restante da gestação foi muito tranquila, não tive pressão alta, nem diabetes, nem qualquer outro problema de saúde que justifique o nascimento prematuro da minha filha.
Era 08 de dezembro de 2016, eu estava com 29 semanas e 7 dias quando tive cólica e um sangramento borra de café. Fui ao hospital na mesma hora e, chegando lá, já percebi que estava com contração e com 4 dedos de dilatação. A médica explicou que corria o risco do bebê nascer prematuro, mas que eles iriam intervir com medicação. Enquanto eu estava na enfermaria, fui fazer o exame de urina e quando voltei pra maca a bolsa estourou. Eu gritei alto pedindo ajuda, não queria perder a minha bebê. Em dezembro de 2015, eu havia perdido um bebê de 9 semanas. A médica voltou a me examinar e constatou que não poderíamos mais esperar, pois eu já tinha terminado a dilatação e saia uma perninha da bebê. Foram 3 enfermeiras me preparando para o parto, duas médicas me examinando e meu marido quase desmaiando enquanto explicavam que ele deveria preencher a papelada antes de subirmos para a cirurgia.
Minha filha só pesava 1,3kg e eu estava apavorada com a possibilidade de perdê-la. A Dra. Fernanda me acalmou dizendo que já haviam trazido ao mundo bebês menores de 700 gramas e que ela sobreviveria. Durante o parto eu só queria que tudo desse certo, mas, ao mesmo tempo, era como se estivesse num pesadelo, não podia ser real. Explicaram que, provavelmente, depois do nascimento ela precisaria ficar na incubadora e que eu não a teria em meus braços, mas também disseram que eu poderia vê-la de longe dentro da incubadora. Ouvindo um chorinho bem baixinho, eu e o marido percebemos que ela havia nascido!
Helena nasceu pesando 1,270kg e medindo 37cm. Ela precisou ficar entubada nos três primeiros dias, pois não deu tempo do pulmão dela amadurecer e muito menos de eu tomar a medicação pra ajudá-la. Foram 58 dias de UTI. Nos primeiros dias ela não aceitou bem a alimentação, pegou uma infecção (foi reentubada) e chegou a pesar 1kg no Natal. Os dias pareciam iguais, mas a esperança de ter a minha menina nos braços era imensa. Depois de 22 dias, fizemos o primeiro canguru! Por ser muito agitada, a minha Helena ganha pouco peso diariamente e demoramos um pouco pra vir pra casa.
Em casa, foram meses de tranquilidade, até que em agosto de 2017 ela pegou o vírus da bronquiolite, apesar de ter sido vacinada com a Palivizumabe. Ela ficou com a respiração cansada. Foi quase um mês de tratamento, mas não precisou de internação. Isso fragilizou ainda mais seus pulmões e, em 20 de novembro, ela foi internada na UTI com o vírus Parainfluenza 3, ficando 19 dias internada, 12 deles entubada e teve pneumonia secundária. Essa segunda passagem na UTI foi difícil não chorar e rezar todos os dias pela saúde da minha filha. A saudade das suas risadas doía muito, mas Deus é grande e os médicos foram maravilhosos. Tudo correu bem, apesar de comemorarmos o aniversário da Helena ainda na UTI.
Hoje a minha princesa Helena está saudável, brincalhona e nós estamos muito gratos por sua saúde!"
(relato da mamãe Liliane Nascimento dos Santos, enviado em 2018)