Prematuro - uma questão de pele é um projeto que está sendo desenvolvido desde o ano passado e teve seu início nesta segunda-feira, dia 05 de junho, em Porto Alegre (RS). Em parceira com a Johnson & Johnson, patrocinadora do evento, esse workshop visa atualizar o conhecimento dos cuidados indispensáveis com a pele dos prematuros, para garantir a sua vida e ajudar a de suas famílias. Nesse encontro, preparado especialmente para profissionais da área, são conhecidas não apenas a teoria mas também a prática de novas técnicas e tecnologias. É uma grande oportunidade para realizar um momento de troca de experiências também entre as equipes multidisciplinares envolvidas e a ONG Prematuridade.com, responsável pela organização. A primeira equipe a receber o treinamento é do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), na capital gaúcha.
O curso com duração de oito horas de aula é ministrado por Sanah Pohlmam Issa, enfermeira assistencial na UTI Neo do Hospital Moinhos de Vento. "Tendo como base as boas práticas sugeridas atualmente, a fim de estimular os profissionais a ter um olhar diferenciado na assistência dos bebês que nascem antes, a importância desse workshop está na troca de experiência dos profissionais envolvidos quanto aos cuidados com a pele dos prematuros", afirma Sanah, especialista em Neonatologia. No turno teórico, são discutidas as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria, os últimos guidelines publicados e também acontecem reflexões a respeito da experiência particular de cada um no cuidado com a pele do prematuro. As horas práticas são compostas por 6 estações que trabalham diferentes cuidados a serem prestados ao paciente durante sua internação.
A vice-diretora executiva da ONG Prematuridade.com, Aline Hennemann, acompanhou as atividades hoje: "Quando pensamos no cuidado do recém-nascido prematuro, logo associamos ao uso da tecnologia e dos valores gastos para a execução dessa atenção especial. Na verdade, se nós conseguirmos fazer com o que o nosso toque seja mais gentil, com que os cuidados para a pele do prematuro propiciem um menor dano tecidual, já consegue-se reduzir o tempo de internação do bebê e, consequentemente, o da família da criança também dentro da UTI Neonatal." Ela lembra ainda que o cuidado com a pele já vem sendo valorizado por várias correntes que trabalham no cuidado com esses bebês como, por exemplo, o Método Canguru. O contato pele a pele é defendido pelo Ministério da Saúde do Brasil e amplamente difundido nos hospitais brasileiros devido aos seus comprovados benefícios. Workshops desde tipo são necessários para que haja aproximação entre o profissional de saúde e o recém-nascido prematuro, o que colabora ainda para o emponderamento da família, que deve fazer uso desses cuidados também, como em uma massagem, por exemplo. "Falamos hoje que precisamos que a família faça esse cuidado com a pele também. Essa capacitação não é puramente técnica. Ela é humana, quente, onde queremos diminuir as barreiras que existem entre a família e o recém-nascido e a equipe e o recém-nascido", relata Aline, enfermeira e professora na Unisinos.
Em uma primeira fase, o projeto acontece inicialmente em 3 regiões do Brasil: Sul, Sudeste e Nordeste. Pretende-se extender o projeto a outros locais, visando transmitir ao país inteiro que os cuidados com o prematuro não são feitos apenas com tecnologia e financiamento, e que a questão humana tanto dos profissionais como dos familiares, conforme aplicado nesse projeto, é fundamental nesse processo. Aline conta ainda uma novidade: será feito ainda este ano um DVD do curso para ser distribuído aos profissionais que não puderem participar do projeto in loco.