Aconteceu nos dias 6, 7 e 8 de abril o V Encontro Internacional de Neonatologia e III Simpósio Interdisciplinar de Atenção ao Prematuro do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).
O evento, que acontece a cada 2 anos, reuniu especialistas das mais diversas áreas do cuidado ao bebê prematuro.
Na quinta-feira, dia 6, aconteceu a parte interdisciplinar do evento. Foram abordados temas importantes como o manejo da dificuldade de deglutição no prematuro e a transição da dieta enteral para a via oral, problemas respiratórios, desenvolvimento neuromotor e transtornos de comportamento no prematuro, calendário vacinal e próteses auditivas.
Ao final desse primeiro dia, a equipe do ambulatório de prematuros do HCPA, composta por uma pediatra neonatologista, uma nutricionista, uma fonoaudióloga, uma fisioterapeuta e uma psicóloga, apresentaram um estudo de caso de uma prematurinha que nasceu de 27 semanas, para que fosse discutida a conduta terapêutica tomada pela equipe em uma parte do evento denominada "Manejo do prematuro no pós-alta". Após a fala de cada uma dessas profissionais, que ressaltaram a importância do entrosamento da equipe para o manejo destes bebês no follow up, a diretora da ONG Prematuridade.com, Denise Suguitani, complementou a apresentação falando em nome das famílias dos bebês prematuros. Ela apresentou a ONG, falando sobre os desafios da prematuridade no Brasil e reforçou o fato de que o sucesso do manejo do prematuro depende de um personagem essencial: a mãe e/ou pai do bebê, que devem ser acolhidos, devem participar da rotina do bebê para que se apropriem de seus filhos e devem receber orientação sobre os cuidados com os pequenos durante toda a internação dos seus filhos na UTI.
Ainda na quinta-feira, à noite, foi aberto oficialmente o Encontro com a conferência "desafios na assistência ao prematuro e suas família" e "qualificação da atenção ao prematuro".
Na sexta-feira houve a participação de convidados internacionais que abordaram assuntos como ventilação não invasiva, o manejo da displasia broncopulmonar, e nutrição parenteral para prematuros.
No último dia, falou-se sobre refluxo gastroesofágico, sepse neonatal, encefalopatia, dismotilidade intestinal, convulsões e habilidades cognitivas e sobre as marcas da prematuridade para além da primeira infância. Nesta última palestra, ministrada por Neena Modi, da Inglaterra, discutiu-se algumas sequelas que a prematuridade deixa para os bebês mesmo quando já adultos: desde problemas alérgicos, até pressão alta, diabetes, dislipidemias, epilepsia, derrames, morbidades neuropsiquiátricas, deslocamento de retina e maior risco de ter filhos prematuros. Ficou evidente a importância de tentarmos evitar de todas as formas que a prematuridade aconteça. Os achados clínicos dos estudos mencionados por Neena revelam fatos alarmantese nos encoraja ainda mais a trabalhar para a prevenção do parto prematuro e também para a diminuição dos danos à saúde dos bebês que vêm ao mundo antecipadamente.
Foi um evento enriquecedor, que debateu temas essenciais ao tema. Uma salva de palma aos profissionais da saúde que dedicam suas vidas a cuidar dos nosso pequenos e aos que têm como missão estudar a melhor maneira de fazê-lo.
Equipe Prematuridade.com