"Refluxo gastroesofágico, ou regurgitação, é o retorno involuntário do conteúdo do estômago para o esôfago. O fenômeno pode se manifestar em qualquer pessoa, até em recém-nascidos. Não existem estatísticas sobre refluxo gastroesofágico em bebês no Brasil. As estatísticas mundiais indicam, porém, que ao redor de 70% deles regurgitam após mamar.
O pico da incidência é próximo dos 4 meses de idade e a maioria regurgita uma, duas vezes por dia sem apresentar outro sintoma, o que é normal. Esses bebês em geral são saudáveis e a situação da maioria se normaliza após os 6 meses de idade. Mas se o bebê regurgita várias vezes ao dia após mamar, em grande quantidade, pode ter a doença do refluxo gastroesofágico. Ela pode se manifestar em meninos e meninas nos primeiros dias de vida.
Os sintomas mais comuns são vômitos freqüentes, dor ou cólica às vezes sinalizadas por choro, engasgos e tosse, perda de peso, comprometimento do desenvolvimento, chiado, pneumonias e otites, que são inflamações nos ouvidos. A doença do refluxo gastroesofágico pode ser causada pelo relaxamento no feixe de músculos (esfíncter) localizados na porção final do esôfago, que funcionam como uma válvula. Quando esses músculos relaxam, permitem a passagem dos alimentos e, na hora em que se contraem, impedem o retorno de alimentos do estômago para o esôfago. Tosse crônica, prematuridade, choro excessivo e distensão abdominal também são causas da enfermidade. Essa última se agrava quando as mães apertam em demasia as roupas ou as fraldas da criança. Outra causa de vômitos é a hérnia de hiato, que se constitui no deslocamento de parte do estômago para a região do esôfago, favorecendo o refluxo dos fluídos estomacais.
Uma causa importante de refluxo, sobretudo em prematuros, é a imaturidade do esfíncter. Mas é importante verificar se os vômitos não resultam de alergia alimentar, provocada por alimentos como leite de vaca, soja ou outros, e até por alimentos ingeridos pela mãe. A retirada de tais alimentos suspeitos melhora os vômitos.
Bebês que vomitam muito após mamar, como vimos, podem perder peso e não se desenvolver bem. Os prejuízos para sua saúde, contudo, costumam ser bem mais amplos. Como os líquidos estomacais são muito ácidos, ao atingirem o esôfago podem provocar esofagite, que é a inflamação do esôfago, e até úlcera. O mais perigoso, porém, é que a criança se sufoque com o líquido antes de ser socorrida. Pais de bebês que vomitam muito devem conversar com o pediatra.
O diagnóstico inicial é clínico: o médico, com a ajuda dos pais, faz um histórico do problema e um exame físico minucioso. Caso o pediatra suspeite que seja a doença do refluxo, é aconselhável encaminhar o paciente a um gastroenterologista pediátrico para o diagnóstico e o tratamento mais especializados. A doença pode ser comprovada com vários exames. Nos casos mais simples, sobretudo quando envolve bebês prematuros, geralmente se faz apenas acompanhamento, pois o problema costuma resolver-se espontaneamente em quatro a seis meses. Quando é causado por malformação, que pode colocar a vida do bebê em risco por sufocamento, é preciso corrigi-la logo, o que é feito com cirurgia. Só o médico, claro, é capaz de determinar o momento certo. Também nos casos de inflamações constantes e graves do esôfago é preciso combater logo a causa."
Fonte: http://caras.uol.com.br/noticia/bebe-que-regurgita-muito-pode-ter-a-doenca-do-refluxo-gastroesofagico#image0
Para complementar o tema, assista ao vídeo do Programa Sempre Bem sobre refluxo em bebês e crianças: