Calendário de vacinação do prematuro - Prematuro: proteção é o melhor caminho

Calendário de vacinação do prematuro

Texto atualizado em 30/06/2025.

O calendário de vacinação dos prematuros, assim como os próprios, é um tanto especial e, por isso, separamos 6 informações essenciais que você precisa saber para garantir que seu pequeno esteja protegido. Além das vacinas do Calendário Básico, que constam na "Caderneta da Criança", os pais ou responsáveis por bebês prematuros precisam estar atentos aos seguintes pontos: 

1) Imunização já na UTI Neonatal

Saiba que a imunização do prematuro pode - e deve - ser realizada mesmo com o bebê ainda internado, seja em hospital público ou privado. Para isso, basta a equipe da UTI Neonatal entrar em contato com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) ou com a Coordenação Municipal de Imunização, enviando os documentos necessários e solicitando as vacinas indicadas.

2) Idade cronológica

É importante ressaltar que, assim como nos bebês que nascem a termo, as vacinas devem ser aplicadas no bebê prematuro sempre de acordo com a idade cronológica, independente do peso ou idade gestacional ao nascimento. Além disso, é muito importante vacinar a criança na idade indicada, sem atrasar as doses. Se o bebê estiver doentinho na época de ir ao posto vaciná-lo, busque ajuda, converse com a equipe de saúde ou com o pediatra, pois nem sempre estar doente é um impeditivo para vacinar.

3) Vacina da Hepatite B

Nos prematuros que nascem com menos de 33 semanas de idade gestacional ou com menos de 2kg, essa vacina deve ser aplicada em 4 doses, em vez de 3. Podem ser dadas ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses ou então ao nascer e com 1, 2 e 6 meses de idade.

4) Vacina BCG

A vacina BCG, que protege contra a tuberculose, também tem uma particularidade: o bebê prematuro precisa estar com, no mínimo, 2kg para que possa receber essa imunização. 

5) Prevenindo o VSR

Além das medidas gerais de prevenção às infecções virais, como lavagem de mãos, higienização dos brinquedos do bebê, evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes, manter as vacinas em dia - tanto as do bebê quanto as dos seus cuidadores - , que conferem mais proteção ao prematuro, é importante falarmos de outro grande aliado nesse processo: os imunobiológicos.

Os imunobiológicos, ou anticorpos monoclonais, não são vacinas, são medicamentos preventivos. E quando falamos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador de cerca de 80% dos casos de bronquiolite em crianças pequenas, temos dois imunobiológicos de extrema importância.

Palivizumabe

Há mais de 10 anos, o palivizumabe tem salvado vidas de bebês prematuros no Brasil. Ele começou a ser aplicado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2013 e, até os dias de hoje, 2025, ainda é um importante aliado para a sobrevivência e a qualidade de vida dos nossos pequenos.

Até completarem um ano de vida, os prematuros que nascem antes de 29 semanas de gestação, além dos bebês com cardiopatias e doenças pulmonares crônicas, recebem, pelo SUS, cinco aplicações mensais do Palivizumabe, durante os meses de maior circulação do VSR, dependendo da região onde o bebê vive. Os planos de saúde devem cobrir a aplicação das doses do palivizumabe para esses grupos.

No Distrito Federal, na Bahia, no Paraná, no Maranhão e na Paraíba, prematuros menores de 32 semanas têm direito a essas aplicações, o que tem um impacto muito positivo para a população destes estados. Estudos demonstram que, da mesma forma que bebês nascidos com menos de 29 semanas, os prematuros menores de 32 semanas são muito beneficiados pelo uso do medicamento. Garantir que ainda mais bebês estejam protegidos diminui as sequelas respiratórias e o número de internações e evita a sobrecarga dos sistemas de saúde.

Para garantir a aplicação do palivizumabe no seu prematuro após a alta do hospital, em geral, são necessários documentos com RG e CPF do responsável, além de cópias dos documentos do bebê, como certidão de nascimento, Caderneta de Saúde da Criança, Cartão do SUS e relatório de alta. A prescrição e o formulário de solicitação do palivizumabe ficam por conta do médico. Converse com o pediatra ou profissional que acompanha o bebê e peça orientações quanto ao encaminhamento desses documentos. Nos municípios onde não há um Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), que faz a dispensação destes produtos, basta procurar o Programa Municipal de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, que intermediará o contato com o CRIE de referência e, assim, você poderá ter acesso ao palivizumabe.

Clique aqui e descubra a época do ano em que o VSR circula com mais força na sua região.

Nirsevimabe

Em fevereiro de 2025, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) trouxe como recomendação final a incorporação do Nirsevimabe, uma nova tecnologia para proteção da saúde respiratória de todos os bebês prematuros, independentemente da idade gestacional de nascimento, e crianças com comorbidades.

Assim como o Palivizumabe, o Nirsevimabe não é uma vacina, é uma imunização passiva, que protege bebês contra infecções respiratórias causadas pelo VSR, só que, diferentemente do Palivizumabe, o Nirsevimabe é aplicado em dose única. Há evidências científicas robustas de eficácia esegurança do seu uso, assim como o do Palivizumabe.

Desde maio de 2025, as operadoras de saúde estão obrigadas a cobrir a aplicação do Nirsevimabe para prematuros. Se você tem plano de saúde, fale com o pediatra do bebê sobre como proceder. A previsão é de que o Nirsevimabe esteja disponível pelo SUS para todos os prematuros a partir de 2026.

Saiba tudo sobre a incorporação, o acesso e as atualizações sobre a aplicação do Nirsevimabe aqui.

Atenção: enquanto o Nirsevimabe não está disponível, é importantíssimo seguir com as doses mensais do Palivizumabe para garantir que seu filho esteja protegido!

6) Vacina hexavalente acelular

Há ainda uma vacina especialmente recomendada para os prematuros, a vacina hexavalente. Ela está disponível pelo SUS para prematuros que nascem antes de 33 semanas ou com menos de 1,5kg. É uma vacina combinada acelular, ou seja, protege contra várias doenças em uma única aplicação (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, hepatite B e a poliomielite) e, por ser desenvolvida com partículas, em vez de células inteiras, causa menos reações adversas e, se as reações acontecem, elas são muito mais leves. O fato de diminuir o número de picadas e de efeitos colaterais, melhora a adesão da família ao esquema vacinal do bebê.

A hexavalente está disponível nos CRIE. Caso não exista um CRIE na sua cidade, o posto de saúde solicitará a vacina para a Secretaria Estadual da Saúde.

O esquema vacinal da hexa consiste em quatro doses, aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida do bebê. A ampliação dos critérios de aplicação da hexavalente ocorreu em 2023, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI); anteriormente, estava disponível apenas para bebês com menos de 31 semanas ou com peso ao nascer inferior a 1 kg.

A ONG Prematuridade.com luta para que todos os bebês prematuros, independentemente da idade gestacional ao nascimento, tenham acesso gratuito à vacina hexavalente. Saiba como fazemos isso aqui.

A gente te ajuda a lembrar das vacinas do seu filho!

Acesse a opção CADASTRE SEU BEBÊ no topo direito do site para receber alertas de SMS e não deixar passar nenhuma vacina do seu prematuro.

Quer ainda mais ajuda? Faça o download e imprima o calendário oficial de vacinação do prematuro aqui (o arquivo vai direto para a pasta de downloads do seu dispositivo). Você pode colocá-lo em um local bem visível, como na porta da geladeira, ou manter junto à Caderneta de Saúde do seu filho.

Referências: