O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) pertence ao gênero Pneumovirus e é um dos principais causadores de infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. Na maioria dos casos, é responsável pelo aparecimento da bronquiolite aguda e da pneumonia, especialmente no primeiro ano de vida. Embora seja mais grave em prematuros, todos os bebês e crianças pequenas são vulneráveis a esse vírus. Os principais sintomas da infecção por VSR em bebês são cansaço, falta de ar, febre baixa e dificuldade para respirar.
A infecção pelo VSR é altamente contagiosa. O contágio se dá pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada quando tosse, espirra ou fala e, de forma indireta, pelo contato com superfícies e objetos contaminados (brinquedos e maçanetas de portas, por exemplo), nos quais o vírus pode sobreviver por várias horas. O vírus penetra no organismo saudável através das mucosas da boca, do nariz ou dos olhos, e nele pode permanecer por semanas. O período de transmissão começa dois dias antes de aparecerem os sintomas e só termina quando a infecção está completamente controlada.
O Dr. Renato Kfouri, pediatra, infectologista e membro do Conselho Científico da ONG Prematuridade.com, alerta: “100% das crianças são expostas ao VSR já nos primeiros anos de vida. Até o segundo ano de vida, praticamente todo mundo já se expôs. Não necessariamente vão desenvolver a doença: uma parte das crianças se expõe e se defende, mas algumas desenvolvem a doença clínica, e a apresentação mais comum é a bronquiolite.”
O preocupante do VSR é que a infecção não leva a uma imunidade permanente. Ao longo da vida podem surgir as reinfecções: as primeiras costumam ser mais graves, e, as demais, quando o vírus retorna, funciona como um resfriado comum. “Não há praticamente doença grave no adulto ou na criança mais velha. A doença, em sua forma mais grave, é no bebê pequeno. Mas esses adultos quando tem reinfecções, são transmissores do vírus, então existe a chance de se contaminar e também de transmitir.’’
Existem três grupos de crianças mais susceptíveis ao agravamento, potencialmente fatal, da infecção pelo VSR: os prematuros, os bebês que têm doenças cardíacas congênitas e os que têm doenças pulmonares crônicas. Esses bebês são os mais vulneráveis, "com risco até 16 vezes maior de hospitalização pelo VSR do que um bebê de termo, por exemplo”, afirma Kfouri.
O diagnóstico da infecção por VSR normalmente é clínico. Em caso de suspeita, são solicitados exames onde consta a confirmação da bronquiolite com o diagnóstico de VSR envolvido.
A bronquiolite, inflamação dos bronquíolos, parte final dos brônquios pulmonares, atinge principalmente os bebês menores de 2 anos, e é mais comum no inverno. Nos primeiros anos de vida da criança, o sistema imunológico ainda é imaturo, o que as torna mais vulneráveis ao VSR, o principal causador da doença. Estudos indicam que o VSR pode ser responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolites e 40% dos casos de pneumonias nos primeiros 2 anos de vida das crianças.
A prematuridade é o principal fator de risco para hospitalização por bronquiolite. Os prematuros geralmente apresentam imunidade mais baixa, em função da menor transferência de anticorpos maternos para o bebê. Por serem pequenos, suas vias aéreas são menores, o que eleva ainda mais o risco. Somado a isso, a baixa reserva de energia, pelo baixo peso, as infecções recorrentes e uso de alguns medicamentos também contribuem para que eles estejam entre os mais afetados pela doença.
Os sintomas iniciais da bronquiolite são bem parecidos com os de um resfriado comum: cansaço, febre, não necessariamente alta, tosse seca e nariz escorrendo. No terceiro e quarto dias, há o pico da doença, quando o estado geral da criança pode piorar e ele pode apresentar falta de ar, por exemplo. Diante desses sinais, procure atendimento médico.
Alguns bebês são considerados grupo de risco para desenvolver a forma grave de infecção pelo VSR:
Infelizmente, não existe um tratamento específico para o vírus. Na maioria dos casos, o pediatra indica medicamentos para alívio dos sintomas, fazer repouso e manter o aleitamento materno e a hidratação do bebê. Às vezes faz-se necessário suporte de oxigênio e fisioterapia respiratória. Casos graves necessitam de internação hospitalar.
Veja algumas medidas que ajudam a proteger o seu bebê da infecção pelo VSR:
Recomenda-se que creches e escolas tenham políticas para evitar a transmissão do VSR dentro do estabelecimento como, por exemplo, práticas de incentivo à higienização de mãos e o controle da desinfecção periódica de brinquedos e outros materiais.
Além das medidas destacadas acima, existe um medicamento preventivo chamado palivizumabe. O palivizumabe não é uma vacina, é um imunobiológico que previne a infecção pelo VSR. Até completarem um ano de vida, os prematuros que nascem antes de 29 semanas de gestação, além dos bebês com cardiopatias e doenças pulmonares crônicas, recebem, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela saúde suplementar, cinco aplicações mensais do imunobiológico, durante os meses de maior circulação do VSR, dependendo da região onde o bebê vive. No Distrito Federal, na Bahia, no Paraná, no Maranhão e na Paraíba, prematuros menores de 32 semanas têm direito a essas aplicações.
O benefício da aplicação desse medicamento é especialmente importante para 3 grupos de crianças:
A gravidade de manifestação da doença e redução dos dias de hospitalizações nas unidades de terapia intensiva pela infecção do VSR em crianças que receberam essa imunização foi apresentada em inúmeros artigos científicos com grande poder de confiabilidade nos últimos anos.
O palivizumabe é fornecido gratuitamente pelo SUS e faz parte do rol de procedimentos estabelecidos pela ANS para planos de saúde. Até completarem um ano de vida, os prematuros que nascem antes de 29 semanas de gestação, além dos bebês com cardiopatias e doenças pulmonares crônicas, recebem cinco aplicações mensais do imunobiológico, durante os meses de maior circulação do VSR, dependendo da região onde o bebê vive. Os planos de saúde devem cobrir a aplicação das doses do palivizumabe para esses grupos. No Distrito Federal, na Bahia, no Paraná, no Maranhão e na Paraíba, prematuros menores de 32 semanas têm direito a essas aplicações.
É importante lembrar que, se clinicamente estável, o bebê pode e deve receber as aplicações do palivizumabe mesmo se estiver internado.
Cada Estado brasileiro possui um protocolo diferente de distribuição do palivizumabe. Clique aqui e saiba como funciona na sua região.
Sazonalidade nada mais é do que o período do ano no qual o vírus mais circula entre a população. E nos meses de maior circulação do vírus - sazonalidade - é quando realmente precisa-se fazer a prevenção.
Conhecendo o período de sazonalidade do VSR, é possível organizar as aplicações do palivizumabe. Até completar 1 ano de idade, os prematuros nascidos com menos de 29 semanas podem receber até 5 doses mensais do palivizumabe durante os meses de maior circulação do vírus, sendo que a primeira dose deve ser feita no mês anterior da sazonalidade, de acordo com o Estado. Por exemplo, para quem mora na Região Norte, o período de sazonalidade inicia-se em fevereiro; assim, é importante que a primeira aplicação do palivizumabe seja feita em janeiro, para que o bebê esteja protegido quando o VSR começar a circular. Lembrando que no Distrito Federal, na Bahia, no Paraná, no Maranhão e na Paraíba, prematuros nascidos com menos de 32 semanas têm direito a essas aplicações.
De acordo com a nota técnica do Ministério da Saúde (2022), os períodos de maior circulação do VSR e de aplicação do palivizumabe, por região, são:
Referências:
Confira no mapa os períodos de maior circulação do vírus na rua região.
De abril a agosto
De março a julho
De março a julho
De março a julho
De fevereiro a junho
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