O calendário de vacinação dos prematuros, assim como os próprios, é um tanto especial e, por isso, separamos 6 informações essenciais que você precisa saber para garantir que seu pequeno esteja protegido. Além das vacinas do Calendário Básico, que constam na "Caderneta da Criança", os pais ou responsáveis por bebês prematuros precisam estar atentos aos seguintes pontos:
Saiba que a imunização do prematuro pode ser realizada mesmo com o bebê ainda internado, seja em hospital público ou privado. Para isso, basta a equipe da UTI Neonatal entrar em contato com o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) ou com a Coordenação Municipal de Imunização, enviando os documentos necessários e solicitando as vacinas.
É importante ressaltar que, assim como nos bebês que nascem a termo, as vacinas devem ser aplicadas no bebê prematuro sempre de acordo com a idade cronológica, independente do peso ou idade gestacional ao nascimento. Além disso, é muito importante vacinar a criança na idade indicada, sem atrasar as doses. Se o bebê estiver doentinho na época de ir ao posto vaciná-lo, busque ajuda, converse com a equipe de saúde ou com o pediatra.
Nos prematuros que nascem com menos de 33 semanas ou com menos de 2kg, essa vacina deve ser aplicada em 4 doses, em vez de 3. Podem ser dadas ao nascer, aos 2, 4 e 6 meses ou então ao nascer, com 1, 2 e 6 meses.
A vacina BCG, que protege contra a tuberculose, também tem uma particularidade: o bebê prematuro precisa estar com, no mínimo, 2kg para que possa receber essa imunização.
Além das medidas gerais de prevenção às infecções virais, como lavagem de mãos, higienização dos brinquedos do bebê, evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes, manter as vacinas em dia - tanto as do bebê quanto as dos seus cuidadores - , que conferem mais proteção ao prematuro, é importante falarmos de outro grande aliado nesse processo: o palivizumabe.
O palivizumabe não é uma vacina, é um medicamento preventivo, um imunobiológico que previne a infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador de cerca de 75% dos casos de bronquiolites em crianças menores de dois anos. Até completarem um ano de vida, os prematuros que nascem antes de 29 semanas de gestação, além dos bebês com cardiopatias e doenças pulmonares crônicas, recebem, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cinco aplicações mensais do imunobiológico, durante os meses de maior circulação do VSR, dependendo da região onde o bebê vive. Os planos de saúde devem cobrir a aplicação das doses do palivizumabe para esses grupos.
No Distrito Federal, na Bahia, no Paraná, no Maranhão e na Paraíba, prematuros menores de 32 semanas têm direito a essas aplicações, o que tem um impacto muito positivo para a população destes estados. Estudos demonstram que, da mesma forma que bebês nascidos com menos de 29 semanas, os prematuros menores de 32 semanas são muito beneficiados pelo uso do medicamento. Garantir que ainda mais bebês estejam protegidos diminui as sequelas respiratórias e o número de internações e evita a sobrecarga dos sistemas de saúde.
Para garantir a aplicação do palivizumabe no seu prematuro após a alta do hospital, em geral, são necessários documentos com RG e CPF do responsável, além de cópias dos documentos do bebê, como certidão de nascimento, Caderneta de Saúde da Criança, Cartão do SUS e relatório de alta. A prescrição e o formulário de solicitação do palivizumabe ficam por conta do médico. Converse com o pediatra ou profissional que acompanha o bebê e peça orientações quanto ao encaminhamento desses documentos. Nos municípios onde não há CRIE, basta procurar o Programa Municipal de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, que intermediará o contato com o CRIE de referência e, assim, você poderá ter acesso ao palivizumabe.
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*está sendo avaliada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (CONITEC) a incorporação de um medicamento profilático contra o VSR de dose única, o Nirsevimabe (outubro/2024).
Há ainda uma vacina especialmente recomendada para os prematuros, a vacina hexavalente. Ela está disponível pelo SUS para prematuros que nascem antes de 33 semanas ou com menos de 1,5kg. É uma vacina combinada acelular, ou seja, protege contra várias doenças em uma única aplicação (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, hepatite B e a poliomielite) e, por ser desenvolvida com partículas, em vez de células inteiras, causa menos reações adversas e, se as reações acontecem, elas são muito mais leves. O fato de diminuir o número de picadas e de efeitos colaterais, melhora a adesão da família ao esquema vacinal do bebê.
A hexavalente está disponível nos CRIE, serviços públicos presentes em todos os Estados do país. Caso não exista um CRIE na sua cidade, o posto de saúde solicitará a vacina para a Secretaria Estadual da Saúde.
O esquema vacinal da hexa consiste em quatro doses, aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida do bebê. A ampliação dos critérios de aplicação da hexavalente ocorreu no ano passado, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI); anteriormente, estava disponível apenas para bebês com menos de 31 semanas ou com peso ao nascer inferior a 1 kg.
A ONG Prematuridade.com luta para que todos os bebês prematuros, independente da idade gestacional ao nascimento, tenham acesso gratuito ao palivizumabe e à vacina hexavalente.
Acesse a opção CADASTRE SEU BEBÊ no topo direito do site para receber alertas de SMS e não deixar passar nenhuma vacina do seu prematuro.
Quer ainda mais ajuda? Faça o download e imprima o calendário oficial de vacinação do prematuro aqui (o arquivo vai direto para a pasta de downloads do seu dispositivo). Você pode colocá-lo em um local bem visível, como na porta da geladeira, ou manter junto à Caderneta de Saúde do seu filho.
Referências:
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