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06.06.2011

Problemas dentários relacionados à prematuridade


     Boa noite a todos!

     Recebemos de uma mãe de prematurinho, através da nossa página no Facebook (www.facebook.com/prematuridade), um questionamento sobre o tema "dentição". Achei super pertinente e inédito, e resolvi me aprofundar no assunto.



     Ela está preocupada pois os dentinhos de baixo da frente (incisivos centrais inferiores) de sua pequena, que nasceu prematura de 7 meses e está quase completando 5 anos, já estão moles. Ela quer saber se isso é normal, visto que geralmente a troca da dentição de leite (decidual) para permanente (definitivos) começa a ocorrer por volta dos 6 anos de idade.

     As pesquisas nesta área não mostram nenhuma relação entre prematuridade e troca precoce da dentição. Entretanto, algumas complicações dentárias podem ocorrer em consequência do nascimento prematuro. Confiram no texto abaixo.

     Um beijo,


     Denise.



     "Os pais de bebês prematuros geralmente se perguntam se os problemas de dentição de seus pequenos tem a ver com o parto antes da hora. Estudos têm mostrado que os prematuros têm mais chance de desenvolver problemas dentários como erupção tardia dos dentes, hipoplasia de esmalte, descoloração dos dentes, sulco palatal e maior possibilidade de uso de aparelhos ortodônticos.
     Atraso na erupção dos dentinhos é comum entre ciranças prematuras, especialmente naqueles que foram muito pequenos ou que ficaram muito doentes. Estudos têm demonstrado que a causa na demora do aparecimendo da dentição nesses casos têm a ver com infecções contraídas após o nascimento, desnutrição (ou nutrição significativamente diferente daquela recebida no útero materno), e/ou intubação prolongada. Alguns pesquisadores acreditam que o nascimento estimula aparecimento dos dentes; portanto, um parto prematuro acabaria alterando este processo. Se o seu prematuro nasceu muito pequeno ou ficou muito doente, confira o gráfico de aparecimento normal da dentição e espere um atraso de 2 a 6 meses em relação a normalidade no surgimento dos dentinhos do seu bebê.


     Hipoplasia do esmalte dental significa que há falta de esmalte (parte branca que cobre os dentes) na parte de fora dos dentes. Os bebês prematuros têm 4 vezes mais chance de apresentar essa condição, quando comparados com bebês que nasceram a termo. O dente de leite superior esquerdo tem 2 vezes mais chance de apresentar hipoplasia de esmalte do que o direito. Pode também ocorrer com os dentes permanentes, mas os problemas são geralmente mais brandos neste caso. As causas parecem ser intubação e ventilação mecânica, bem como a carência de certos nutrientes ainda na UTI Neonatal. Crianças com hipoplasia de esmalte tem mais chance de desenvolver cavidades nesses dentes e vão precisar cuidados especiais, de escovação cuidadosa diariamente e monitoramento frequente com o dentista.

     A descoloração dos dentes geralmente ocorre nos prematuros que apresentaram altos níveis de bilirrubina na UTI Neonatal. Pode-se notar uma cor marrom ou amarelada nos dentes de leite, que não sai com a escovação ou limpeza feita no consultório dentário.

     O sulco palatal é um estreito sulco no céu-da-boca, também chamado de palato duro. O sulco é causado pela intubação na UTI Neonatal. Alguns prematuros desenvolveram estes sulcos depois de ficarem intubados por apenas 7 dias, mas a verdade é que, quanto mais longo o período de intubação, maior a probabilidade do aparecimento do sulco palatal. Como consequência, podem ocorrer complicações como sobreposição (ou acavalamento) dos dentes, problemas de sucção ou fala e/ou dificuldades de audição.

     A necessidade de aparelhos ortodônticos pode ou não ser causado pela prematuridade. Alguns poucos estudos foram realizados sobre este tema, que continua sendo debatido pelos dentistas. Alguns ortodontistas tratam dentes sobrepostos ou sulco palatal com o uso de um espaçador durante os primeiros anos de vida das crianças prematuras. Outros acreditam que a necessidade de aparelho não pode ser definida até o aparecimento dos dentes molares, geralmente aos 6 anos de idade e não tratam nenhum problema até que as dimensões da mandíbula possam ser medidas.

     Não há estudos que comprovem a relação entre a falta da algum dente com a prematuridade.

     Assim como tantas outras complicações de saúde causadas pela prematuridade, o tamanho e os problemas que seu pequeno teve ainda na UTI Neonatal, vão determinar a probabilidade dele desenvolver as situações descritas acima. Se você está preocupado com os dentes do seu filho prematuro, procure um dentista com experiência no tratamento de bebês prematuros."



Fonte: adaptado e traduzido livremente por Denise L. S. Centeno de http://www.prematurity.org/child/dental-maroney.html (texto de Dianne Maroney)




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