O pequeno precisou passar por diferentes procedimentos e cirurgias até finalmente receber alta do hospital, em 28 de julho.
Assim que chegou ao mundo, o pequeno Ravi já precisou travar uma batalha pela própria vida ao nascer com apenas 800 gramas em Blumenau. Com mãos que nem sequer conseguiam abraçar o dedo indicador da mãe, o miniguerreiro ficou internado no Hospital Santo Antônio por cinco meses e enfrentou diferentes procedimentos até receber alta. O bebê, no entanto, não desistiu de lutar por si mesmo e, hoje, a trajetória — considerada um milagre pelos pais — emociona familiares e amigos.
A chegada prematura e inesperada de Ravi se deu por conta de uma ruptura uterina que a mãe, Leonita Barbosa, sofreu durante a gestação. Assim, a fase da gravidez, que tende a durar 42 semanas, chegou ao fim quando a blumenauense só estava com 26.
Também chamada de Anita, a mulher conta que, em certo dia, sentiu uma dor intensa, semelhante a uma apendicite. Naquele momento, ela achou melhor procurar um médico.
— Já me levaram para fazer ultrassom no setor de imagem e foi onde viram o que tinha acontecido. Já tinha rompido aproximadamente três centímetros do útero. A bolsa ainda estava intacta, mas saindo para fora, né? Foi onde até conseguiram captar a imagem da mãozinha dele já dentro da bolsa, ainda mais para o lado de fora do útero já — relembra a mãe.
Porém, quando Ravi nasceu, em 23 de fevereiro de 2023, o choro suave e persistente na hora do parto foi o suficiente para deixar os pais aliviados.
— Quando eu vi ele dentro da incubadora foi bastante emocionante. O desespero também tomou conta, né? E você vê, assim, um ser tão pequenininho e lutando tanto para viver. Eu conversava com ele, ele se mexia, as perninhas se movimentavam. Tu via que ele não desistia para a vida, sabe? — conta Anita.
Os desafios que vieram depois
Apesar de chegar ao mundo em perfeito estado de saúde, os dias seguintes ao parto não foram fáceis para o pequeno Ravi, que não chegava a pesar nem um quilo. Isso porque algumas complicações surgiram após o nascimento e o bebê precisou passar por diferentes procedimentos até estar pronto para ir para casa.
Só de cirurgias, ele enfrentou ao menos três durante o período em que permanecia no hospital.
— Foi diagnosticada uma anomalia dessa válvula do coração para o pulmão, do oxigênio quando está dentro da barriga da mãe que depois do nascimento leva em torno de três a sete dias para ela poder se fechar e ele começar a respirar naturalmente sozinho. Um caso que não aconteceu com ele, que não fechou — recorda o pai, Jeferson Barbosa.
A pediatra do menino, Maria Regina Schmitt Silva, ainda menciona o dia em que Ravi se preparava para fazer a cirurgia cardíaca quando os médicos se depararam com uma perfuração no intestino. A doença, de acordo com a profissional, é comum em prematuros, principalmente porque ocorre a diminuição de irrigação sanguínea no órgão desses bebês e, com isso, o intestino fica mais frágil.
O miniguerreiro enfrentou altos e baixos enquanto esteve UTI Neonatal. Durante esse período, precisou usar até mesmo uma bolsa de colostomia. Já na última cirurgia que fez, aos três meses, Ravi teve de tirar 90% do intestino.
Com isso, a expectativa dos médicos era que o bebê perdesse peso. Só que a recuperação da criança surpreendeu até os profissionais e emocionou os familiares.
— Eu pensava: “Meu Deus, é muito pequeno, não é possível”. Mas, dentro de mim, nunca se apagou aquela chama de esperança de que ele ia viver — comenta a mãe.
A emoção de chegar em casa pela primeira vez
Quando finalmente teve alta do hospital, em 28 de julho, a celebração para receber o pequeno Ravi já começou durante o trajeto até em casa. Frases de amor e acolhimento foram espalhadas pelo caminho para tornar a chegada ainda mais especial.
Além disso, no próprio Hospital Santo Antônio os médicos prepararam um momento de despedida para o bebê, do jeito que ele merecia. O sentimento de alívio e felicidade pela recuperação de Ravi tomou conta da unidade e contagiou, também, os profissionais.
— A vitória de um bebê, ou quando a gente tem algum evento adverso no tratamento, a gente reage como um familiar porque essas crianças passam a fazer parte da vida da gente. Então quando eles saem daqui bem, quando a gente tem sucesso no tratamento, a gente comemora como um familiar — comenta a pediatra Maria Regina.
Nas palavras do pai, Jeferson, a chegada de Ravi uniu ainda mais a família e, agora, além de aproveitar a presença do filho em casa, é tempo de agradecer pela superação que todos viveram.
— Às vezes a gente pensa que está sozinho, mas não. A gente tem família, né? A gente tem quem apoia eu sei que é o momento que precisava mesmo de muito apoio né? A alegria é imensa, não tem palavras para agradecer. Realmente é um milagre — também acrescenta a mãe, Anita.
Fonte: NSC Total