21 de Janeiro de 2025

Maria Alice Vitória Ferreira Nogueira

No dia 13 de janeiro de 2024, a mãe de Maria Alice Vitória precisou ser internada às pressas com pressão alta. Sua primeira gravidez estava caminhando normal, sem intercorrências graves, porém, tudo mudou no dia 13. O medo e a incerteza tomaram conta de nós. Ouvimos dos médicos que Maria Alice precisaria ser retirada antes do tempo, mesmo sem garantias de que sobreviveria. Falaram, inclusive, que seria um milagre ela resistir. Mas sua mãe e eu não desacreditamos em nenhum momento. E assim, depois de várias tentativas de mantê-la no ventre, chegou o momento em que sua retirada tornou-se inevitável, pois sua mãe corria risco de vida. Nossa primeira filha nasceu no dia 16 de janeiro de 2024, bem antes do esperado, com 25 semanas e 2 dias, pesando apenas 574 gramas e com 30 cm. Um caso grave de prematuridade extrema, diagnosticada por uma complicação na gravidez chamada síndrome HELLP. Logo ao nascer, Maria Alice Vitória foi entubada devido a uma parada cardíaca e levada às pressas para a UTI. Naquela mesma noite, fui ver minha filha. Ao entrar na UTI Neo e ver o nome na placa, fui em sua direção e quando a vi na incubadora, desabei a chorar de emoção.

Era tão pequena, quase não era possível enxergar seus dedos, que eram finos e frágeis. Com a pele vermelha, lembro que o coração batia de forma que levantava sua pele, de tão magrinha que nasceu; era visível a pulsação. Nesse momento, eu parecia não acreditar que estava vendo um milagre acontecer. Ela havia vencido sua primeira de muitas batalhas que estavam por vir. A partir disso, sem ter conhecimento sobre o assunto, partimos para uma jornada desafiadora. Foram dias difíceis, os corredores do hospital e a nossa casa se transformaram em testemunhas de muito choro, oração e fé. Poucos sabem de tudo que passamos. Maria Alice Vitória sempre demonstrou muita vontade de viver e nos piores momentos, ela desafiava a medicina, mostrando a todos que não iria desistir. Seu coraçãozinho valente batia mais forte a cada novo dia. Infecções no estômago e nos pulmões, diversas anemias, problemas respiratórios e outras intercorrências, Alice venceu tudo. A cada nova batalha, era uma oportunidade dela mostrar que o milagre estava acontecendo diante dos nossos olhos. Para muitos pais e mães, segurar sua filha pela primeira vez é motivo de uma emoção inesquecível. Na nossa situação, só foi possível segurá-la em nossos braços no dia 9 de março, quase 2 meses após o seu nascimento. Foi uma sensação que lembro até hoje: incrível. No total, foram 97 dias na UTI, somados a 9 na UCI e 13 na enfermaria canguru, totalizando 119 dias no hospital. Em 14 de maio de 2024, o dia tão esperado chegou. A notícia da alta hospitalar trouxe uma felicidade que não conseguimos descrever.

Desde então, Maria Alice continua a nos inspirar. Sua história nos ensina que, por mais difíceis que sejam os caminhos, sempre há esperança. Com amor e determinação, somos capazes de superar qualquer obstáculo. O que parecia ser uma tragédia transformou-se em uma história de fé e superação. E no dia 18 de janeiro de 2025 celebramos o seu primeiro aniversário com a realização de uma missa em ação de graças e aproveitamos para batizá-la também. Um momento especial que reuniu familiares e amigos. Hoje ela está muito bem, saudável, contagiando todos da sua família com a sua alegria e força. Nossa gratidão a Deus e a todos os profissionais de saúde que cuidaram tão bem do nosso milagre. Uma curiosidade: seu nome, a princípio, seria apenas Maria Alice, mas seu pai fez uma promessa e vendo sua história de vida, ele acrescentou Vitória ao seu nome. Tornando-se Maria Alice Vitória Ferreira Nogueira.