15 de Junho de 2017
Lutas vencidas da princesa Lívia
"No dia 26/05/2015, não me contive de alegria ao descobrir que estava grávida. Uma gravidez não planejada, porém muito desejada por mim e meu esposo, já que um ano antes eu havia perdido meu primeiro bebê com 15 semanas de gestação. Fiz todos os exames, me cuidava muito bem, e minha gestação ia maravilhosamente bem. Descobrimos que seria uma menina! E, no dia seguinte da descoberta, com 26 semanas, enquanto eu dormia, às seis da manhã minha bolsa rompeu.
Fomos ao hospital e a médica me diagnosticou com bolsa rota, fiz ultrassom e não havia quase nada mais de água para minha princesa. Eu só rezava o tempo todo, pedindo a Deus que cuidasse dela. Pois a única coisa que eu podia fazer era ficar quietinha deitada em repouso absoluto, o restante estava nas mão Dele. No sexto dia de internação, começaram as contrações, e no sétimo dia os médicos decidiram realizar a cesária, pois eu havia contraído uma infecção. Nada naquele momento era como eu havia planejado. Meu marido não pode acompanhar, não tivemos a tão sonhada primeira foto em família. E eu estava extremamente ansiosa e com muito medo.
Lívia veio ao mundo dia 30/10/2015, às 08:49, com 27 semanas, pesando 900g e medindo 35cm. Tudo muito rápido. Minhas boas vindas foram de longe, um tchauzinho rápido, e ela foi para a UTI Neo. Meia noite pude entrar para vê-la. Um lugar escuro, frio... Novamente pensei: "Isso não é nada do que havia planejado!". Quando vi minha pequena, as lágrimas que tanto segurei, acabaram escapando... Entubada, cheia de fios, só com uma fraldinha que era 3x maior do que ela.
Na primeira semana, Lívia se saiu super bem, melhorando a cada dia, respirando bem! Até que no sábado 08/11, tudo mudou. Na madrugada de sexta para sábado, iniciaram as convulsões, e no sábado à tarde Lívia teve uma parada cardiorrespiratória de 10 minutos. Lembro que fiquei para fora, mas conseguia ver a tela dela aqueles números que eu ainda não entendia direito o que significavam, mas eu sabia que algo estava muito errado. Duas horas depois, a médica me chamou e me levou até a Lívia. Eu a vi cinza, como se estivesse morta. E aquela cena acabou comigo! A médica me informou sobre a intercorrência e me disse que não sabia se a Lívia sobreviveria, e que se sobrevivesse a chance de ter sequelas eram muito grandes, pois minha menina havia tido uma hemorragia cerebral grau 4. Não sabia o que pensar, só sabia que a queria comigo, independente de qualquer coisa. O meu amor por ela era grande o suficiente para enfrentar qualquer barreira. Então eu ajoelhei, no banheiro da UTI que por meses foi minha sala de oração. E disse a Deus que Ele poderia fazer a Vontade d'Ele, e não a minha, e que eu estava pronta para essa prova que Ele havia me dado.
Desse dia em diante, tudo foi muito devagar... Dias bons, dias ruins. Quando ela estava para sair do tubo, pegou uma infecção que tomou conta do pulmão e coração. Ouvi novamente que a Lívia talvez não fosse conseguir. Voltamos a estava 0, e ela venceu de novo! Foram 53 dias entubada, 3 tentativas até ir para o CPAP, 20 dias de CEPAP, e um total de 91 dias de UTI Neo. Hoje a Lívia tem 10 meses, estamos a todo vapor com os preparativos do primeiro aninho! Ela não ficou com nenhuma sequela, enxerga, ouve, se movimenta e se desenvolve perfeitamente como um bebê da sua idade corrigida. É muito esperta e feliz! E eu aprendi, que nada nessa vida acontece do meu jeito, no meu tempo, e sim do jeito e no tempo de Deus, e que tudo que Ele faz é perfeito."
(relato da mamãe Helena Kirschnick, enviado em 2016)