Em abril de 2023, lançamos uma iniciativa buscando garantir que todos os bebês prematuros tenham acesso às vacinas indicadas para esse grupo de crianças e que hoje já estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, elaboramos uma Carta Aberta, endereçada à Ministra de Estado da Saúde, Dra Nísia Trindade Lima, documento que recebeu apoio das seguintes instituições:
- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
- Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
- Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)
- Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS)
- Sociedade Goiana de Pediatria (SGP)
- Pastoral da Criança
- Agenda 227
- Coletivo Eu Me Protejo
- Instituto Pequenos Grandes Guerreiros (IPGG)
- Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (SINDHOSFIL)
- Instituto Protegendo Cérebros Salvando Futuros
No Brasil, aproximadamente 12% dos bebês nascem com menos de 37 semanas de gestação. A saúde dos prematuros merece atenção especial, pois eles são mais vulneráveis a doenças e infecções do que crianças que nascem a termo.
Hoje, o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente imunizantes específicos para bebês prematuros.
Um desses imunizantes é a vacina hexavalente, que apresenta muitas vantagens para esses bebês. É uma vacina “combinada e acelular”. Combinada significa que ela protege contra várias doenças em uma única aplicação (difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b, hepatite B e poliomielite) e acelular porque ela é feita com partículas, em vez de células inteiras e, por isso, causa menos reações adversas e, se as reações acontecem, elas são bem mais leves. Então são menos picadas e menos efeitos colaterais.
Os bebês devem receber 4 doses da hexavalente: aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida. Ela está disponível gratuitamente para prematuros que nascem antes de 33 semanas de gestação ou com menos de 1,5kg e pode ser encontrada nos CRIE, os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais, serviços públicos, presentes em todos os Estados do país.
Em janeiro de 2024, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) assinou um acordo de transferência de tecnologia para a produção nacional dessa vacina.
Esforços renovados em 2024
Com base nas informações acima, atualizamos o texto da Carta Aberta, no sentido de reforçar a luta por equidade no acesso às vacinas para os prematuros. As iniciativas incluídas na Carta são as duas primeiras listadas abaixo. As demais, já constavam anteriormente:
- A aplicação da vacina hexavalente acelular também nas Unidades Básicas de Saúde e em outros serviços da Atenção Primária;
- A ampliação da rede dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), de onde a vacina hexavalente é distribuída hoje, em todo o país e o investimento em melhorias nos serviços já existentes;
- A promoção de campanhas sobre a importância e as especificidades do calendário vacinal do prematuro, com foco na população leiga e nos profissionais de Saúde;
- A divulgação ampla dos protocolos de acesso e dos locais de referência para tais imunizações;
- A ampliação da recomendação da vacina hexavalente acelular para todos os prematuros.
A versão atualizada da Carta Aberta, direcionada à Ministra da Saúde, Dra Nísia Trindade, à Secretária de Vigilância em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Sra Ethel Maciel e ao Diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Dr Eder Gatti, e está recebendo apoio de diversas instituições e coletivos, tanto os que apoiaram em 2023, quanto novos parceiros. Confira aqui.
Da mesma forma, atualizamos o texto da petição pública. Se você ainda não assinou a petição, por favor, assine. Contamos com seu apoio!