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05.11.2025

Debate sobre prematuridade na ALESP marca o início do Novembro Roxo em São Paulo

São Paulo, 03 de novembro — A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) sediou, nesta segunda-feira, uma audiência pública de fundamental importância para a saúde materno-infantil. O evento, realizado a pedido da deputada estadual Marina Helou (Rede) e com apoio da ONG Prematuridade.com, marcou oficialmente o início da campanha de conscientização Novembro Roxono estado, focado no debate sobre as causas, consequências e políticas públicas necessárias para enfrentar o crescente índice de partos prematuros e como cuidar mais e melhor desses bebês e de suas famílias.

A prematuridade — definida como o nascimento ocorrido antes da 37ª semana de gestação — representa um desafio grave no estado, onde a média de partos prematuros atinge 12%. Cátia Martinez, presidente do Comitê de Vigilância de Óbito Materno e Fetal da Secretaria de Saúde do Estado, confirmou que, apesar da queda no número absoluto de nascimentos, a taxa relativa de prematuros tem subido, saindo de 10,8% em 2015 para uma projeção de 12,1% em 2025.

Foco na Prevenção e Qualidade do Pré-Natal

Famíliss, especialistas e gestores públicos convergiram na defesa de políticas públicas integradas, que priorizem a prevenção e a atenção especializada.

Adriana Rampazio, mãe de prematuros, compartilhou a experiência da prematuridade de seus gêmeos, Diogo e Lucas, nascidos em 2018 com 25 semanas de gestação. Diogo permaneceu 106 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Lucas, 158 dias, necessitando de oxigênio. Adriana ressaltou a importância da amamentação e do contato físico. "Eu falo que o colo salva, o colo cura, no colo a vida recomeça", declarou Adriana, emocionada.

A ginecologista-obstetra Roseli Nomura, diretora administrativa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), destacou que, embora nem todos os partos prematuros sejam evitáveis, é crucial o monitoramento rigoroso de fatores de risco, como gestação de gêmeos, infecções e pré-eclâmpsia. Nomura enfatizou que o acesso a um pré-natal de qualidade e o diagnóstico e tratamento precoces de infecções são medidas preventivas indispensáveis.

"Cuidar da mãe é também cuidar do prematuro," afirmou a deputada Marina Helou, cuja iniciativa pautou o debate e ressaltou a importância do suporte social contínuo e da assistência à saúde materna, incluindo planejamento familiar e vacinação.

O "Minuto de Ouro" e a Vacinação Essencial

O cuidado qualificado ao recém-nascido foi um tema central. A neonatologista Lilian Sadeck, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e membro do Conselho Científico da ONG Prematuridade.com, salientou a importância do "minuto de ouro" — o período imediato após o parto, cujos primeiros cuidados influenciam diretamente a sobrevida e o desenvolvimento futuro do bebê. Ela também reforçou o valor do contato pele a pele para fortalecer o vínculo familiar.

Em relação à proteção, o pediatra infectologista Dr Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), também membro do Conselho Científico da ONG Prematuridade.com, alertou que a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil no país. Ele defendeu que a vacinação para esse grupo comece ainda na maternidade e cobrou a revisão do calendário vacinal para bebês prematuros, visando maior eficácia e a imunização não só dos recém-nascidos, mas também das equipes de saúde e dos familiares.

O encontro, que contou com a participação da Denise Suguitani, diretora da ONG Prematuridade.com, que concluiu que a prematuridade é um tema intersetorial que exige ações contínuas do poder público, sociedade civil e setor científico, com o objetivo claro de reduzir os índices e garantir um futuro saudável para as crianças.

A audiência também foi abrilhantada pela participação das voluntárias da ONG Gabrielle Sauini, Luciene Cabral, Mônica Martins e Alessandra Souza, além do Dr. Moises Chencinski, pediatra e membro do Conselho Cinetífico da ONG Prematuridade.com.

Fontes: adaptado de Febrasgo e ALESP

A transmissão está disponível no canal do YouTube da ONG e abaixo (a audiência começa aos 57 minutos do vídeo):


Matéria Informe SP no Ar sobre a audiência:


Parte da audiênci foi transmistida pela TV Alesp:



Jornal da Rede Alesp aborda a audiência:

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