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19.01.2022

Aquecimento global pode causar parto prematuro e defeitos congênitos em bebês

Seis novos estudos conseguiram encontrar uma relação entre o aquecimento global e a saúde de crianças, bebês e adolescentes. Além de aumentar a probabilidade de parto prematuro em mulheres grávidas, altas temperaturas também estão associadas ao risco do desenvolvimento de obesidade de crianças no futuro. Outra preocupação que envolve os problemas derivados das mudanças climáticas é a poluição do ar, que também oferece riscos para a saúde geral.

Os estudos foram publicados no jornal Epidemiologia Pediátrica e Perinatal e incluem pesquisas de diversos países, como Israel e Estados Unidos.

Embora os estudos sejam específicos para os seus respectivos países, acredita-se que os efeitos do aquecimento global podem impactar pessoas no mundo todo. Cientistas envolvidos na publicação desses estudos alegam que esses problemas vão aumentar substancialmente com a severidade das mudanças climáticas. Desde a pré-concepção até a adolescência, especialistas conseguem enxergar os impactos na saúde de crianças.

O que dizem os estudos?

Um estudo conduzido em Israel conseguiu associar o calor com o ganho de peso de crianças no seu primeiro ano de vida. Foi observado que bebês expostos às 20% noites mais quentes tinham 5% mais chances de ganho de peso rápido. Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém indicam que o estudo pode oferecer implicações relacionadas à recente epidemia de obesidade e ao aquecimento global.

Cerca de 18% das crianças do mundo estão acima do peso ou são pacientes de obesidade infantil. Essa condição pode resultar em diversas complicações de saúde, como o risco para o desenvolvimento de diabetes, doenças respiratórias e problemas cardiovasculares.

Na Austrália, gestantes residentes dos 5% de lugares mais quentes oferecem 16% mais chances de terem um parto prematuro. Já no Texas, essas chances são de 15% em dias mais quentes — a pesquisa foi realizada durante 2007 e 2011, quando o verão mais quente que o estado já presenciou foi comprovado.

O aumento da temperatura não oferece riscos apenas aos partos prematuros. Outros estudos comprovaram sua ação na saúde das crianças em geral. Em Nova Iorque, por exemplo, foi observado que dias quentes onde o aumento da temperatura média era de 7ºC, houve um aumento de 2,4% de admissões de crianças em hospitais. Isso ocorre porque as crianças perdem mais líquidos que adultos e sua capacidade de regular a temperatura corporal ainda é considerada “imatura”.

A poluição do ar também afeta esses pequenos indivíduos. Dois estudos conduzidos na Dinamarca e na China indicam que as partículas de poluição podem reduzir a taxa de fertilidade de mulheres.

Além disso, a poluição derivada de queimadas pode oferecer riscos na formação de defeitos congênitos. Um estudo realizado na Universidade do Estado da Califórnia comprovou que a exposição às fumaças derivadas de incêndios florestais um mês antes do parto dobra os riscos do desenvolvimento de gastrosquise em bebês. A gastrosquise é uma condição onde o intestino ou outros órgãos do feto se sobressaem para fora de seu corpo por um buraco na pele.

O aquecimento global oferece riscos à saúde mundial, não só de crianças. Medidas para aliviar os seus efeitos são extremamente necessárias e urgentes.

Imagem de Luma Pimentel no Unsplash

Fonte: eCycle

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