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11.05.2011

Apesar de todo o avanço da ciência, a prematuridade ainda é um desafio

"O nascimento prematuro é uma das mais temidas complicações em qualquer gravidez. Sabemos que as crianças que nascem antes de 37 semanas de gestação são as de maior risco para internação em UTI neonatal, infecções, sequelas de longo prazo ou mesmo óbito no primeiro ano de vida. Quanto mais precoce o nascimento, mais riscos para o bebê. Embora a melhoria das maternidades tenha sido fantástica nos últimos anos, aumentando muito a chance de sobrevida de bebês com baixo peso, o fato é que o número de partos prematuros está em elevação, chegando a mais de 13 milhões por ano em todo o mundo.

No Brasil o número cresceu 27% em dez anos. Passou de 153.333 (5,3% do total de nascimentos) em 1997 para 194.783 (6,7% do total) em 2006. Apesar de o aumento anual ser discreto, a elevação é contínua e global. Nos Estados Unidos, a taxa de prematuridade era de 8,4% em 1981 e chegou a 12,7% em 2007.

Os fatores de risco incluem histórico de prematuridade ou perda fetal em gravidez anterior, tabagismo, ganho de peso materno insuficiente, hipertensão arterial, sangramento, infecção urinária e poucas consultas no pré-natal. Estresse materno, trabalho autônomo e em pé são outros fatores relacionados. O aumento da proporção de gêmeos (devido à reprodução assistida) e a indicação liberal de cesarianas também colaboram para esse cenário preocupante.


As diversas estratégias médicas adotadas têm se revelado pouco eficazes. O emprego de novas medicações para cessar contrações, a realização de cerclagem, a indicação de repouso e mesmo o uso de ultrassonografia para medir o comprimento do colo uterino não têm sido suficientes para reduzir as taxas de prematuridade. Assim, temos que admitir que ainda não conhecemos os mecanismos exatos que resultam no nascimento prematuro, o que dificulta a adoção de medidas efetivas.

Novas (possíveis) causas

As pesquisas avançam e no Congresso Mundial de Medicina Perinatal realizado na Alemanha, em outubro, o pesquisador do Instituto Nacional de Saúde dos EUA, Roberto Romero, apresentou dados que sugerem um papel importante da resposta inflamatória humana nos casos de partos prematuros. Sua pesquisa, com técnicas de biologia molecular, demonstrou o envolvimento de citoquinas, proteínas mediadoras da resposta inflamatória, e outros marcadores inflamatórios na origem desses casos. Outros estudos reforçam essa hipótese. O mesmo grupo de pesquisadores revelou que há uma resposta hormonal inesperada em algumas mulheres que causa a redução da passagem de oxigênio por meio da placenta para o feto, e isto culmina com o nascimento prematuro como forma de proteger o bebê da falta crônica de oxigênio e nutrientes.

Nesse contexto de incertezas, todavia, há alternativas para minimizar o problema. A principal estratégia é usar corticoides na gestante para acelerar a maturidade do pulmão fetal. Esses medicamentos, especialmente a betametasona, devem ser usados pela mãe entre 48 e 72 horas antes do parto, em situações de risco de nascimento antes da 34a semana. Trata-se de uma intervenção capaz de reduzir as complicações e a mortalidade em prematuros e que deve ser encorajada sempre."

Fonte: Revista Crescer (por Dr.Wladimir Taborda)

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