Durante a maior tragédia natural vivida no Rio Grande do Sul (RS), no mês de maio de 2024, houve muito sofrimento: vidas perdidas, famílias que viram suas casas e negócios destruídos, muita dor. Alguns voluntários da ONG perderam tudo; outros foram severamente atingidos... muita tristeza. Mas também houve muita empatia, solidariedade e carinho, chegando de todas as partes, do Brasil e do mundo.
Os temporais e cheias que, a partir do final de abril, provocaram 179 mortes e afetaram 2,3 milhões de pessoas, deixando mais de 800 feridos e 34 desaparecidos. Cerca de 6,5 mil pessoas seguem desabrigadas. O Aeroporto Internacional Salgado Filho, na capital, Porto Alegre, segue fechado. Ainda são 80 trechos de estradas bloqueados, parcial ou totalmente, o que impede a circulação de pessoas e mercadorias em algumas regiões. Cerca de 37,8 mil alunos ainda estão sem aulas presenciais na rede estadual de ensino (dados de G1 de 29 de junho de 2024).
Em meio à crise de maio, através dos nossos voluntários e com o apoio de parceiros, conseguimos aliviar um pouco o sofrimento de algumas famílias de bebês prematuros e de profissionais que cuidam deles. Além da ajuda prática, com doações de itens e de apoio financeiro, também intermediamos contatos com Unidades Neonatais de todo o Estado, com as Secretarias de Saúde Estadual e municipais, com a Defesa Civil, com empresas que fornecem caminhões-pipa, fornecedores de nutrição enteral e parenteral infantis, com clubes, startups, outras associações, empresas e pessoas físicas, tudo para garantir que a ajuda chegasse a quem mais precisava.
Assim que a crise começou, criamos um fundo de campanhas para levantar recursos, através do PIX doacoes@prematuridade.com. Da mesma forma, o Bruno Cunha, parceiro da causa da prematuridade que mora em Londres, criou uma página na plataforma GoFundMe para que a ONG pudesse receber valores do exterior.
Com os valores arrecadados, compramos itens como água mineral, fraldas, lenços umedecidos, sabonete líquido, bebê conforto, mantinhas, cueiros, cobertores, kits de touca, meias e luvinha e roupinhas de bebês em geral. As doações foram destinadas para famílias de bebês prematuros internados em UTI Neonatal e famílias de profissionais da UTI, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que perderam tudo nas enchentes.
Alguns desses itens foram doados às famílias de bebês internados na UTI Neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Porto alegre, sob o olhar carinhoso da enfermeira Ana Paula Gubert. Outras entregas foram ao Clube Geraldo Santana, na zona leste de Porto Alegre, que acolheu pessoas e organizou a distribuição de doações, e ao Colégio Batista, que serviu como abrigo a centenas de pessoas na zona norte da capital.
Nosso Núcleo de Saúde Mental imediatamente ampliou os atendimentos individuais para acolhimento psicológico, online e gratuito. As voluntárias Caroline Alves e Hellen Délchova, terapeutas ocupacionais de Brasília, ofereceram um curso online voltado aos profissionais da área, destinando o valor das inscrições para o fundo de campanha das enchentes.
As voluntárias Ana Cintia Reichelt, especialista em sono infantil e Ana Paula Barbosa, fisioterapeuta, abriram horários para atendimento e orientação gratuitos, para famílias, profissionais e voluntários de abrigos. Além disso, os voluntários gaúchos Simone Saldíbia, Maria Furtado, Guilherme Weissheimer, Jéssica Reis, Juliane Machado, Fernanda Girard, Suéllen Michelena, Fernanda Hister, Daniele Schott, Valeria Oliveira, Roseleine Rodrigues, Isadora Eilers e Tamara Valerius, estiveram o tempo todo conectadas no WhatsApp para garantir que os pedidos de ajuda fossem atendidos.
Com a intermediação das voluntárias Luthielle Antonacio e Teresa Ruas e em parceria com a ONG Prematuros ACIP, do Rio de Janeiro, e a influenciadora gaúcha Camila Zen, centenas de itens hospitalares pediátricos como seringas, gazes, mamadeiras, sondas e equipos foram doados ao Hospital da Criança Conceição (HCC-GHC), em Porto Alegre.
Em parceria com a Associação em Prol da UTI Neonatal e Pediátrica do Rio Grande do Sul (AUNP-RS) e com o Lindóia Tênis Clube, mais a ajuda da voluntária Maricel Spina, e da Lilian Bettoni e do Diego Landwoigt, conseguimos fazer chegar dezenas de itens importantíssimos para as crianças em Arroio do Meio e Frederico Westphalen: leites, fraldas, mamadeiras, trocador e roupinhas de bebê. Junto aos itens, doamos também 2 nebulizadores, que foram arrecadados pela voluntária Maristela França.
Foi lindo de ver também a parceria que nasceu entre ONG Prematuridade.com e o coletivo Eu Me Protejo. O Eu Me Protejo promove educação para prevenção contra a violência na infância e adolescência. Juntos, fizemos a impressão e distribuímos cartazes e cartilhas nos abrigos de Porto Alegre. Isso tudo graças ao apoio e parceria da Patricia Almeida, da Ana Luiza Vieira e da Gráfica Viva Comunicação Digital. Um trabalho importante, já que ocorrências de violência sexual começaram a acontecer dentro dos abrigos. Felizmente, aos poucos, as prefeituras e a Defesa Civil conseguiram criar espaços separados e mais protegidos para mulheres e crianças.
Junto a uma iniciativa da influenciadora Cristina Leonhardt, ajudamos a viabilizar o contrato de aluguel de um apartamento para uma família da cidade de Lajeado. Uma das filhas do casal nasceu prematura e usa bolsa de colostomia. A família perdeu tudo na enchente que destruiu o Vale do Taquari e estava alojada de maneira improvisada em um abrigo.
Para uso na UTI Neonatal do Hospital Universitário de Canoas, uma das cidades mais atingidas pelas cheias, conseguimos a doação de uma balança pediátrica, enviada carinhosamente pela empresa Welmy, que já havia atendido um pedido da ONG de doação em 2020. A empresa Avanutri ofereceu um desconto para a compra de 2 estadiômetros (aparelho para medir o comprimento do bebê, uma espécie de régua), os quais também doamos para o HU. Agradecemos o carinho da Dra Silvana Nader, neonatologista-chefe do serviço, e de toda equipe do HU, sempre parceiros.
A voluntária Tatiane Cunha, de Porto Alegre, ajudou a viabilizar as doações para o HU de Canoas e os muitos itens que entregamos ao Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, um pedido da Viviane Maciel, efermeira e parceira da causa da prematuridade. A Tati entrou em contato com pessoas e empresas e conseguiu descontos para comprarmos mantinhas, cueiros, cobertores, kits de touca, meias e luvinhas e roupinhas em geral, como as marcas Lione e Ropek, que fizeram valores diferenciados para aquisição dos produtos. A Tati ainda preparou tudo com muito carinho, montando lindos kits e tudo foi entregue para o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), destinado às famílias de bebês internados na UTI Neonatal.
A Daniela Kilpp, mãe do prematurinho Noah, voluntária da ONG, é de Canoas e viu a água subir tanto que só o telhado da casa deles ficou de fora. Perderam praticamente tudo e, no momento, estão tentando voltar à "normalidade", em um apartamento alugado perto da casa que ficou submersa. Mesmo com toda a tristeza e o caos que ela e a família estão enfrentando, a Dani encontrou disposição, amor e tempo para realizar a lavagem e a desinfecção de todo o estoque de roupinhas de bebês prematuros da sua loja virtual para doar às famílias em situação de vulnerabilidade de hospitais de Canos e de Porto Alegre.
A voluntária Flávia Dias, de Londrina (PR), conseguiu arrecadar 69 latas de leites especiais de alto custo, dentre eles Neocate, Aptamil Soja, Aptamil Pre Transition, Aptamil Pepti, PreNan Transition, Nan Supreme Pro 0-6 , Fortini Plus e IsoSource Junior. Graças à voluntária Larissa Fernandes, as latas chegaram em Porto Alegre e foram entregues à Associaçao dos Nutricionistas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde serão distribuídas para famílias carentes da capital e região metropolitana.
Agradecemos a todos que ajudaram e seguem ajudando! Vocês são a certeza de que o mundo pode ser melhor!
Confira, abaixo, alguns registros: