Os acidentes domésticos na infância são muito comuns e, neste momento, de distanciamento social podem ser ainda mais frequentes. As crianças menores de 5 anos necessitam ser observadas o tempo todo. Elas são curiosas, aventureiras e não têm alcance de todas as consequências das situações em que se encontram diariamente dentro de casa. É importante falarmos nisso, pois a maioria dos acidentes nesta faixa etária podem ser evitados.
Conhecendo a fase do desenvolvimento de seu filho, você pode adotar medidas de prevenção e oferecer a ele uma casa segura, onde será possível evoluir, ter novas aptidões, ganhar autonomia, permitindo que a criança cresça com segurança. E quais são os acidentes mais frequentes por faixa etária?
- No primeiro ano de vida: asfixias e quedas, seguidas por queimaduras e aspiração de corpo estranho;
- A partir de dois anos de idade: os maiores acidentes estão relacionados às quedas, seguidos por asfixias, queimaduras, afogamentos e intoxicações;
- Em crianças maiores de cinco anos: quedas e traumas com fraturas ósseas, choques elétricos, além de queimaduras, afogamentos e intoxicações.
Os cômodos da casa devem ser avaliados cuidadosamente, corrigindo possibilidades de risco. A cozinha é lugar mais perigoso para a criança, onde ocorrem quedas, queimaduras, lesões cortantes, lacerações e intoxicações. O melhor é manter as crianças longe dela. Mesmo assim, os cabos de panela devem estar virados para dentro, gavetas devem estarfora de alcance ou trancadas. No banheiro, mantenha o vaso sanitário lacrado, pois oferece risco de afogamento. Neste ambiente, também podem ocorrer intoxicações e quedas. Escadas, janelas e varandas devem estar protegidas, além dos quartos e sala de estar. Lembre de não deixar ferro de passar no ambiente, de não ter baldes com roupa de molho ou produtos de limpeza ao alcance das mãozinhas curiosas na lavanderia.
Outra coisa muito importante, agora que estamos usando muito álcool a 70% e álcool em gel, sempre lembrar que são altamente inflamáveis (nunca deixar fósforos por perto).
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio de seu Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente, faz orientações gerais, de acordo com os cômodos das residências. Acesse aqui.
À medida que a criança cresce e ganha autonomia, passará a reconhecer os riscos que a cercam. Até lá, a supervisão e a proteção são uma prioridade.
Esteja preparado para auxiliar seu filho em caso de acidentes, converse com seu pediatra.
por Dra. Desirée Volkmer, pediatra, neonatologista e membro do nosso Conselho Científico