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06.02.2013

UTI Neonatal é interditada após infecção de prematuros por bactéria


do IG (06/02/13)


"A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Municipal Irmã Dulce, em Praia Grande, litoral sul paulista, foi interditada por tempo indeterminado após três bebês recém-nascidos prematuros terem sido infectados pela bactéria Acinetobacter baumanii.


Segundo a Secretaria de Saúde de Praia Grande, a Vigilância Sanitária foi notificada pelo hospital sobre os casos e interditou a UTI após vistoriar o local.


Os técnicos da Vigilância Sanitária aguardam a alta médica dos pacientes para fazer os procedimentos de desinfecção e esterilização do local e dos equipamentos. O hospital informou, por meio de nota, que todas as medidas e precauções necessárias para impedir contaminações foram tomadas pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) da própria instituição.


“A decisão de interromper o atendimento na UTI neonatal, que atende recém-nascidos que apresentam problemas de saúde ao nascer, muitas vezes prematuros, foi tomada para evitar novos casos. Três bebês que apresentam a bactéria estão isolados e em tratamento, com quadro estável no momento”, informou o hospital.


De acordo com a assessoria de imprensa do hospital, cinco leitos da UTI pediátrica foram adaptados para não interromper o atendimento enquanto a situação é resolvida."


Acinetobacter baumanii: a nova superbactéria


"Normalmente encontrada no solo e na água, uma perigosa e resistente bactéria se alastra por hospitais de todo o mundo, inclusive do Brasil, alertaram especialistas em doenças infecciosas em artigo publicado esta semana na revista médica “The Lancet”.


De acordo com os médicos, a Acinetobacter baumannii seria ainda mais ameaçadora do que a MRSA (uma variante muito resistente de Staphylococcus aureus) e a Clostridium difficile: ela já responde por pelo menos 30% das infecções hospitalares resistentes a drogas.


— Há um crescente aumento de infecções por A baumannii em vários hospitais em todo o mundo — afirmou, em entrevista à Reuters, Matthew Falagas, da Universidade de Tufts, em Boston, e do Instituo Alfa de Ciências Biomédicas, na Grécia, co-autor do artigo ao lado de Drosos Karageorgopoulos. — E são infecções muito difíceis de tratar porque as bactérias são resistentes à maioria dos medicamentos disponíveis.


Brasil já registrou casos de infecção


Especialistas em infecção hospitalar no Brasil já estão cientes da ameaça da bactéria e de sua presença em centros de saúde no país há algum tempo.


— Do mesmo modo que em outros países, não somente as Staphylococcus aureus resistentes à meticilina, conhecidos como MRSA, têm preocupado nossa comunidade médicocientífica.


Surtos de infecções hospitalares causadas por A. baumannii, sensíveis somente ao antibiótico colistina, têm sido descritos, há alguns anos, no Brasil — diz Agnes Marie Sá Figueiredo, diretora do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).


De acordo com o artigo da “Lancet”, o papel da A. baumannii em graves infecções diagnosticadas em pacientes criticamente doentes é cada vez mais claro. “Esse patógeno está associado a surtos de infecção muito difíceis de serem controlados”, destaca o texto.


Alguns médicos estão lançando mão de uma classe de antibióticos conhecidos como polimixinas para combater a infecção.


Essas drogas não são usadas há 20 anos para esta finalidade, em parte por causa dos efeitos colaterais que apresentam, entre eles problemas renais. “Isso significa que os médicos precisam de novas drogas para combater a bactéria”, sustentou Falagas. “Mas a melhor arma para deter o avanço da A. baumannii ainda é lavar bem as mãos. Essa é a medida mais importante de prevenção para os que trabalham em hospitais.” Mas não apenas. A limpeza das instalações hospitalares e dos equipamentos utilizados é ainda mais importante, sustentam especialistas em infecções resistentes.


A A. baumannii compartilha muitas das piores características da MRSA e da Clostridium difficile, como a sobrevivência em superfícies secas e a resistência à maioria dos desinfetantes. A A. baumannii sobrevive na poeira e até na roupa de cama por meses.


Ela também pode ser transportada na pele de pessoas saudáveis. Tudo isso torna muito difícil a erradicação da bactéria depois que ela se instala em alguma instituição, explicam os especialistas, e revelam a importância da limpeza rigorosa na prevenção.


A A. baumannii provoca infecções sangüíneas e pneumonia, entre outros problemas.


Especialistas dizem que a bactéria não representa uma ameaça às pessoas saudáveis e que mesmo para as linhagens mais resistentes ainda existem drogas eficazes. No entanto, dizem, a questão é preocupante."


Fontes: Ig; Blog Leituras Favre


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