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29.06.2014

Técnica inédita de exercícios estimulam prematuros de 3 a 5 meses

"Uma técnica inédita desenvolvida na Universidade Federal de  São Carlos(UFSCar)  aplica exercícios físicos para bebês de 3 a 5 meses com dificuldades para se movimentar. A atividade, que tem duração de até cinco minutos, estimula a habilidade das crianças de segurar objetos e pode ser feita em casa pelos próprios pais. Além disso, os treinos também são realizados na Unidade de Saúde Escola (USE) da instituição com crianças maiores que apresentam algum atraso.

A ginástica previne problemas no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças prematuras, com síndrome de Down ou com alterações neurológicas, como paralisia cerebral e espinha bífida. Mas pode ser feita também com bebês que não apresentam nenhum problema. O que chama a atenção é a simplicidade do método, já que o princípio é o mesmo de treinamentos esportivos para adultos.

“As atividades estimulam a habilidade de segurar objetos. O bebê que tem algum problema no seu desenvolvimento pode tentar fazer o alcance, mas pela dificuldade, não consegue. Então a cada tentativa frustrada ele fica desestimulado e com mais idade pode apresentar uma dificuldade maior. Por isso, com o objetivo de prevenção, o bebê consegue direcionar o objeto para a mão por meio do treino”, explicou a professora de fisioterapia e coordenadora do projeto, Eloisa Tudella.

Como fazer

[caption id="attachment_14530" align="alignright" width="328"]exer1 Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV[/caption]

Segundo a fisioterapeuta, o treino pode ser feito em casa e sem gastos. "A criança deverá estar posicionada reclinada a 45 graus, em um bebê-conforto ou no colo. O treino deve ser curto, pois crianças nessa faixa etária se cansam facilmente das atividades, e pode ser repetido várias vezes ao dia, no meio das atividades rotineiras, como uma brincadeira”, orientou.

O barulho, as cores e os diferentes formatos de brinquedos são estratégias utilizadas para chamar a atenção das crianças e fazer com que elas mexam as mãos.

A atividade completa consiste em três passos:

1º) Deixar o objeto e a mão do bebê no mesmo plano, na altura da vista dele.

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2º) A mão também deve estar ao alcance dos olhos e ser tocada com o objeto.

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3º) Os braços devem ficar soltos ao lado do corpo enquanto são estimulados com o brinquedo, que deve ser macio e flexível. Em seguida, ele deve ser mostrado para que a criança tente praticar a ação de alcançar.

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Resultado

Ao observar o quanto funcionavam os movimentos, as pesquisadoras decidiram levar essa metodologia ao laboratório para constatar a efetividade daquilo que era observado clinicamente. A pesquisa ainda não terminou, mas já foram divulgados oficialmente os resultados preliminares após a avaliação dos efeitos do treino em 84 bebês, prematuros e não prematuros.

"O treino aumentou a frequência do alcance manual. Além disso, os bebês ficaram mais rápidos e com movimentos mais direcionados e precisos, com menor necessidade de correções. A pesquisa mostrou também que, com apenas uma sessão de treino, já é possível obter resultados porque é um período de grande plasticidade no sistema nervoso central dos bebês, no qual a aprendizagem ocorre de forma muito rápida", relatou Eloisa.

Aplicações

[caption id="attachment_14531" align="alignright" width="327"]exer2 Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV[/caption]

Mateus tem três meses e está começando a desenvolver a capacidade de pegar objetos. No caso dele, a técnica tem o objetivo de prevenir atrasos no desenvolvimento. A mãe acabou de aprender os três passos. “É muito legal. Ele conseguiu responder muito bem. Além disso, é muito interessante essa relação entre mãe e filho. É muito gostosa”, falou a professora de educação infantil Taís Donófrio.

A dona de casa Amanda Gonçalves também sentiu o resultado do trabalho feito com a filha de 1 ano, que teve os movimentos do lado esquerdo afetados devido a uma paralisia cerebral. “Ela já responde mais aos estímulos, a gente brinca com ela e ela já pega os brinquedos com a mão”, contou a mãe.

Felipe tem quase 2 anos e sofre de hidrocefalia. Ele já passou por 26 cirurgias. Ele segura bem as peças, mas precisa de estímulos. Por isso, passa por atendimento duas vezes por semana. "Antes ele tinha dificuldade em segurar objetos, a mão sempre estava fechada. Agora ele já está desenvolvendo bastante, só não deslanchou muito ainda porque ficou muito tempo internado. Mas, o objetivo maior é vê-lo andando”, disse o pai de Felipe, Diego Polacci.

[caption id="attachment_14532" align="aligncenter" width="673"]exer3 Foto: Rodrigo Sargaço / EPTV[/caption]

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3351-8407. Para conhecer mais sobre esta e outras atividades do Núcleo de Estudos em Neuropediatria e Motricidade da UFSCar, acesse o link."

Fontes: G1, RevistaVivaSaude

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