"Um estudo realizado pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, desbanca a ideia de que as mulheres são o sexo frágil. Depois de acompanhar 66 mil nascimentos, o estudo concluiu que o parto de meninos têm mais chances de ter complicações e que os bebês do sexo masculino têm mais doenças no período neonatal do que as meninas. O estudo também relata por que os homens têm uma expectativa de vida menor que as mulheres.
Já se suspeitava que os partos de meninos são mais complicados, mas esse estudo quis provar que a informação não era um mito. Segundo a avaliação final, os meninos podem ter um crescimento excessivo dentro do útero da mãe, o que resulta num possível parto prematuro e mais difícil.
As complicações no período neonatal estão ligadas às diferenças hormonais entre homens e mulheres. O médico neonatologista Paulo Nader, presidente do Departamento Científico de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que o estrógeno, hormônio feminino, tem um efeito protetor e garante um sistema imunológico mais forte. É por isso os meninos recém-nascidos costumam ter mais infecções do que as meninas. A presença do estrógeno também permite uma resposta mais eficiente ao corticoide antenatal – hormônio ministrado à mãe em caso de parto prematuro com o propósito de acelerar o amadurecimento do pulmão do bebê. “É comum que meninos não tenham uma boa resposta ao corticoide e nasçam com o pulmão ainda imaturo, o que acarreta problemas respiratórios e a necessidade de internação na incubadora”, diz Nader.
A presença do estrógeno no corpo feminino também traz benefícios ao longo da vida. Segundo Nader, o estrógeno protege contra o depósito de colesterol nas artérias. Como não têm o hormônio, os homens ficam mais suscetíveis a desenvolver doenças cardiovasculares. “Na menopausa, quando a taxa de estrógeno na mulher cai, o risco de uma mulher ter essas doenças fica semelhante ao dos homens”, diz Nader.
O testosterona, hormônio masculino, está ligado a comportamentos de risco como agressividade e violência, que colocam o homem em situações de vulnerabilidade e diminuem sua expectativa de vida. “Eles correm esses riscos naturalmente, para proteger a sociedade, e são treinados para fazer isso sem questionar”, diz Marek Glezerman, professor envolvido no estudo da Universidade de Tel Aviv. “Os homens são conhecidos por terem uma expectativa de vida menor, são mais suscetíveis a infecções e têm menos chance de resistir a uma doença do que as mulheres. Logo, os homens são o sexo frágil”, afirma."
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI68259-15257,00-OS+HOMENS+SAO+O+SEXO+FRAGIL.html (14/04/09)