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30.04.2014

Saiba tudo sobre hipertensão gestacional e parto prematuro


O que é hipertensão na gestação?

Sempre que houver o aumento da pressão, com níveis de pressão altos, maiores que 140/90, em gestantes. A hipertensão induzida pela gestação se refere ao aparecimento da hipertensão devido a gestação, ocorrendo após as 20 semanas de gestação e desaparecendo até 6 semanas após o parto.

A hipertensão gestacional é uma complicação que acompanha entre 5% e 7% das grávidas brasileiras. Maus hábitos e alimentação desequilibrada podem ser as causas. O aumento da pressão é um mal que pode comprometer a saúde e a vida tanto da mãe quanto do bebê. Esse problema causa o endurecimento da placenta e há risco de parto prematuro.

O aumento da pressão sanguínea diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Esse é um dos distúrbios mais comuns em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.

Saiba mais sobre o assunto aqui:
Pré-eclâmpsia e prematuridade: tudo que você precisa saber

Quais são as causas da hipertensão na gravidez?

Não existe uma única causa. Há o consenso de que o problema é resultado, entre outras coisas, da má adaptação do organismo materno a sua nova condição. Outros motivos são a alimentação desequilibrada, assim como o excesso de sal, e o sedentarismo. Embora o começo do problema esteja na formação da placenta, os principais agravantes da hipertensão são mesmo os hábitos alimentares.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico e laboratorial: medida da pressão arterial, pesquisa de edema (inchaço) e dosagem de proteínas na urina. A medida da pressão arterial é uma das intervenções mais importantes durante o pré-natal.

A caracterização do problema é feita através da pressão arterial diastólica (mínima) sendo igual ou superior a 90 mmHg ou o aumento da pressão arterial acima de 15 mmHg do valor medido antes de 20 semanas de gestação. Quanto mais alta estiver a pressão da gestante, maior é o risco de parto prematuro.

Quando a hipertensão na gravidez estiver associada a perda de proteínas pela urina (proteinúria), teremos um quadro chamado pré-eclâmpsia ou toxemia gravídica, que é o aparecimento de hipertensão arterial acompanhada de proteinúria em gestação acima de 20 semanas, podendo haver ou não edema (inchaço) nas pernas, rosto e mãos. A proteinúria significativa é aquela com valores iguais ou maiores a 300 mg de proteína na urina coletada durante 24 horas.

Hipertensão é o aumento dos níveis tensionais acima de 140 x 90 mmHg. A pressão arterial deve ser medida com a paciente sentada e confirmada após período de repouso em 3 medidas.

O que é Hipertensão Crônica Associada à Gestação?

A hipertensão crônica pode ser essencial (não se conhece a causa), de origem renal, vascular (coarctação da aorta) e endócrina (doenças da supra-renal). A hipertensão na gestante é crônica quando ocorre antes de 20 semanas de gestação, quando já havia sido diagnosticada previamente à gestação e quando a hipertensão não desaparece até 6 semanas após o parto.

Durante a gestação, os níveis de pressão costumam diminuir. Se a paciente for hipertensa crônica e engravidar, os seus níveis pressóricos poderão diminuir ou não, por isso é importante conhecer os níveis pressóricos antes da gestação. Este diagnóstico é fácil de ser realizado pelo seu médico.

Pacientes hipertensas devem consultar seu médico para serem avaliadas quanto à gravidade de sua doença e informadas dos problemas que poderão surgir durante a gestação. As hipertensas graves devem estar cientes dos riscos maternos antes da concepção.

Algumas medicações frequentemente utilizadas por mulheres hipertensas não devem ser utilizadas durante a gestação. Por exemplo, um grupo de anti-hipertensivos chamados inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) podem levar a alteração da função renal do feto bem como morte fetal. Seu médico deve orientá-la em relação às medicações que podem ser utilizadas para o tratamento da hipertensão na gestação.

Quais os sinais de que o problema está se tornando preocupante?

Além da pressão sanguínea muito alta, dores de cabeça e abdominais, escotomas (visão comprometida com pontos brilhantes) e inchaço em todo o corpo indicam que o quadro da gestante é sério e merece cuidados médicos imediatamente.

Quanto maior a pressão, maior o risco de parto prematuro?


Sim. Por um mecanismo ainda desconhecido, a hipertensão causa o envelhecimento precoce da placenta, fator que impede a passagem de nutrientes para o bebê de forma normal. Por conta disso, uma gravidez com hipertensão pode causar sofrimento ao feto, havendo a necessidade do parto prematuro. O parto também pode ser antecipado se a grávida estiver em risco por conta da pressão descontrolada, pois a retirada da placenta tende a melhorar a pressão da mãe. Os especialistas afirmam que quanto mais alta estiver a pressão da gestante, maior é o risco de insuficiência placentária e parto prematuro.

Dá para controlar a doença sem medicação?

Depende. Para isso, é preciso ficar de olho na alimentação e no ganho de peso. A dieta, por exemplo, deve ser rica em ácido fólico, já que esse nutriente tem ação vaso dilatadora, e pobre em sal, o gatilho para o disparo da pressão. Se mesmo com esses cuidados a pressão teimar em subir, aí os remédios anti-hipertensivos costumam ser necessários. Mas a questão deve ser avaliada pelo médico que faz o seu acompanhamento.

Mulheres que já tinham pressão alta antes da gravidez devem tomar cuidados extras?

Sim. Quem já era hipertensa deve, junto com o cardiologista e o ginecologista, estudar soluções para controlar o problema durante a gestação. Muitas vezes, os especialistas optam por trocar o anti-hipertensivo que a mulher já tomava por outro medicamento da mesma classe e mais indicado para esse período. E, claro, é preciso redobrar os cuidados com o aumento do peso e a alimentação. Outra providência é aumentar a suplementação de ácido fólico. As futuras mamães que já tinham hipertensão antes de engravidar não se enquadram nos casos de doença hipertensiva específica da gestação (DHEG), que, como o próprio nome diz, geralmente se restringe a esse período. No entanto, a partir do momento em que a pressão não para de subir, os sintomas e os procedimentos adotados pelos médicos são similares aos da pré-eclâmpsia e da eclâmpsia.

Existe um perfil de mulheres que desenvolvem a hipertensão gestacional?

Mulheres que engravidam tardiamente costumam ter maior chance de desenvolver o problema – cerca de 14% delas, como, por exemplo, mulheres que trabalham muito e esperaram a estabilidade para engravidar. Por isso também são mais estressadas, sofrem muita pressão e, comumente, ingerem muito café, o que pode provocar a hipertensão na gestação.  A pré-eclâmpsia também tem maior incidência na primeira gravidez e, do mesmo modo, gestações múltiplas têm grandes chances de desenvolver o problema.

Quem teve hipertensão na gravidez tem maior chance de ter pressão alta ao longo da vida?

Qualquer doença durante a gestação é um indício de uma predisposição. É uma ilusão pensar que o surgimento de algumas complicações seja totalmente aleatório. A exemplo disso estão os números do diabete gestacional. Cerca de 20% das mães desenvolvem a doença depois da gravidez. É comum em pacientes que desenvolveram a doença hipertensiva específica na gravidez ter a pressão normalizada, ou, pelo menos, reduzida logo após ao parto. Mas, ainda assim, em muitos casos elas continuam com o uso do anti-hipertensivo por cerca de 40 dias.

O bebê de mãe com hipertensão nasce como qualquer outra criança?


Geralmente, o bebê nasce com baixo peso devido à insuficiência placentária. Além disso, o baixo peso ao nascer está relacionado com um maior risco cardiovascular na idade adulta. Por isso, é importante a manutenção de hábitos saudáveis desde a infância.

Hipertensão na gravidez também traz riscos para a mãe?


Os especialistas explicam que tanto a hipertensão adquirida durante a gravidez quanto uma mulher que já tinha hipertensão, caso não controlem o quadro, podem sofrer convulsões, as chamadas eclâmpsias, diabetes gestacional, AVC, infarto e insuficiência renal, que são complicações que podem inclusive levar à morte se não tratadas de maneira correta.

Fonte: ABC da Saúde, Bebê.com.br e Minha Vida.

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