13 de Fevereiro de 2014

Sabrina: mais de 6 meses internada e vencedora de muitas batalhas

“Bom, eu me chamo Marilia, tenho 39 anos. A minha história é uma repleta de bençãos e superação. Eu morava em Volta Redonda, estado do Rio, quando eu conheci um rapaz bem mais novo que eu em um jogo online. Ele é uma pessoa muito doce e, depois de tantas tentativas erradas, resolvi tentar novamente. Pedi muita direção a Deus, pois o rapaz morava no Rio Grande do Sul e eu no estado do Rio. Deixei tudo lá e fui, pois Deus dizia no meu coração que eu teria uma benção a buscar no RS, e, então, um dia resolvi e vim.

Chegando aqui, em 1 ano engravidei. Foi questão de 1 mês só sem tomar pílula para engravidar. Fiquei muito feliz, pois Deus me dizia que eu teria uma menina. O meu sonho sempre foi ter duas meninas. A minha primeira filha já tinha 15 anos, então, eu pensei “essa é a minha segunda filha”. Eu tinha muita convicção que seria uma menina. Fiz umas 3 ultrassonografias, mas os médicos diziam ser um bebê muito pequeno, não dava pra ver o sexo.

Eu estava indo trabalhar muito inchada, mas achava normal. Lembro que sentia um pouco de dormência no braço esquerdo. Um certo dia, lembro que senti muita vontade de comer salgadinhos e aí me deu um ataque de enxaqueca muito forte. Uma tia do meu marido me visitou e me levou ao médico. Chegando lá, o médico me internou imediatamente. Com a pressão em 23, ele disse que eu estava com um quadro de pré-eclâmpsia. Eu estava de 27 semanas de gestação, comecei a tomar injeções de corticóides para amadurecer o pulmãozinho do bebê que, até então, eu nem sabia o sexo. Sabia que ele estava bem, mas estava com dificuldades de ganhar peso devido a pressão alta.

Nesse hospital que eu estava internada, tentaram segurar o bebê mais um pouco, mas recebi um telefonema, fiquei muito nervosa e a pressão subiu mais. Fui transferida, então, ao Hospital Fêmina, em Porto Alegre, onde comecei a sulfatar por muitas horas para não entrar em convulsões, até que resolveram fazer a minha cesariana. O médico disse, na mesa de cirurgia, que eu era toda errada por dentro, que tinha muita hemorragia e que eu não poderia mais engravidar. Então, dia 30 de novembro de 2012, nasceu o meu bebê, que foi enrolado em um saco plástico e foi direto para a Neonatal. Fui direto para o CTI e permaneci lá 18 dias. Fiquei muito mal, cheguei a usar fralda geriátrica.

Em um belo dia, quando o meu marido me visitou, devia já ter uns 14 dias que eu tinha tido o bebê, mas, devido ao quadro que eu me encontrava, não dava conta de muita coisa por estar usando remédios fortes, fiquei muito tonta... Mas quando tive uma melhora, o meu marido entrou na sala e me disse: “Adivinha o que é o nosso bebê?”, eu falei: “Meu Deus, é a minha menina?” e ele disse que sim!!! Nossa, fiquei muito feliz. Então, quando pude levantar, fui até a Neonatal ver a minha bebê, Sabrina. Eu imaginava ser um bebê grande, não tinha noção que era prematuro, pelo tempo que fiquei desacordada. Quando subi na Neo e vi a minha filha, meu Deus, chorei muito. Um bebezinho tão pequenininho, com 29 cm, pensando 750 gramas, cheio de aparelhos, a boquinha ainda nem era formadinha direito, o bumbum parecia ser descolado da espinha. Eu não aguentei ficar lá, chorei muito. Veio uma médica conversar comigo e me disse: “Ela é sua filha e está sozinha lá com medo, querendo a mãezinha dela por perto”. Aquelas palavras me deram tanta força que voltei lá e conversei com a minha filha, e falei: “Filha, sou eu, a sua mãe. Eu pedi tanto a Deus para você chegar na minha vida. Obrigada, minha filha, por você estar aqui. Ouve a mamãe, pede a Deus para que você fique com a mamãe. Estamos aqui com você, ansiosos para te levar pra casa, para você conhecer o seu quartinho, suas bonequinhas, feito tudo com tanto amor para você”. Segurei na mãozinha dela, era nosso único contato.

Fiquei 5 meses sem poder pegá-la. Todos os dias eram difíceis. Escutar aquele aparelho tocar toda hora, indicando que a saturação estava ruim, era difícil demais ver o oxigênio dela sempre em 10 litros, era difícil também ver os médicos dizendo que a minha filha não sobreviveria. Mas eu sempre respondia que o meu Deus me disse que eu teria uma benção e eu vim buscá-la, a minha filha vai ficar bem.

Certo dia, a minha filha teve que fazer uma cirurgia, pois a veia do coração estava aberta. Foi mais um susto. Ela foi fazer a cirurgia e eu via enfermeiras correndo para lá e para cá, mas, graças a Deus, ela voltou bem Depois, quando ela se recuperou da cirurgia, o médico veio me dizer que agora tinha problema nos olhos pelo uso contínuo do oxigênio e que teria que fazer uma cirurgia nos olhos. Mais uma vez, enfrentei com muita fé. Após 6 meses nesse hospital, o médico veio me dizer que ela seria transferida, pois tinha passado da idade de neonatal para pediatria, e fomos transferidas para outro hospital. Lá, a Sabrina pegou bronquiolite, teve várias paradas cardíacas onde quase morreu. Vi várias vezes ela preta. Foi muito difícil, mas Deus estava conosco como sempre esteve. A minha filha usava uma sonda nasoentérica, que vai no nariz, e usava oxigênio ainda. Ficamos nesse hospital mais dois meses. Nesses tempo todo, vi a minha filha lutar como uma guerreira, pois foram várias transfusões de sangue, raspou a cabeça, passou 5 meses, 6 meses sem estar no colo da mamãe. Mas vencemos!

A minha benção veio para casa. Ainda estamos lutando com o refluxo, com o oxigênio que já está em meio litro, mas estamos vencendo todas as batalhas. Agora ela deve fazer uma cirurgia para colocar a sonda na barriga, pois a sonda muito tempo no nariz atrapalha demais o bebê. Entramos na justiça pelo leite dela, pois ela usa Neocate que custa R$ 165,00. Estamos esperando a liminar do oxigênio de trasporte, ainda não conseguimos. Ela está com 1 aninho, ainda com peso muito baixo, 5,080 kg. Vai passar por uma gastrostomia para ser colocada a sondinha na barriga, pois ainda está com baixo peso por não conseguir mamar direito. Foi encaminhada para a AACD para fazer as fisioterapias, mas, graças a Deus, não vejo sequelas, ela está ótima! A maior alegria de nossas vidas está em casa, a minha filha Sabrina. Obrigada, senhor Jesus, por ter cumprido a sua promesa em minha vida. Estamos esperando a Sabrina largar o oxigênio para irmos para igreja louvar o Teu nome.”


Marilia, mãe da Sabrina

ATUALIZAÇÃO 30.04.17

A mamãe Marília nos enviou esse vídeo lindo de como está a pequena Sabrina atualmente. Veja e emocione-se com a alegria desta menina linda!  

Projeto Estrelinha - Sabrina from Cris Bridi Fotografia on Vimeo.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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