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03.08.2014

Prematuro que perdeu a mãe vítima de câncer na gravidez tem alta


Notícia original publicada em 24 de julho de 2014.

Araraquara.com - Paula dos Santos

[caption id="attachment_14664" align="alignright" width="310"]Quarto do bebê tem decoração de coroas e mural de fotos dos pais; Arthur está dormindo no quarto de Felipe por enquanto. (Foto: Tribuna Impressa) Quarto do bebê tem decoração de coroas e mural de fotos dos pais; Arthur está dormindo no quarto de Felipe por enquanto. (Foto: Tribuna Impressa)[/caption]

Parede azul, papel de parede com coroas, armário cheio de roupinhas e um mural de fotos dos pais. Esse é o quarto do bebê Arthur Alves Cabrera Padovani, que saiu do Hospital São Paulo ontem e chegou em casa pela primeira vez.

Arthur nasceu prematuro, com 26 semanas (aproximadamente seis meses), e sua mãe, Patrícia Alves Cabrera, morreu uma semana depois, por conta de câncer. (Relembre a história deles aqui.) “Pedi dois milagres a Deus, pedi para ele salvar a vida da minha mulher e do meu filho. Ganhei um milagre e, hoje, o Arthur está em casa, com saúde”, conta o pai, Felipe Cabrera Padovani, de 26 anos.

Não foi a intenção comparar o bebê com o Rei Artur na hora de escolher coroas para a decoração do quarto, mas bem que poderia, já que ele parece um príncipe. “O primeiro presente que ganhamos foi uma fralda de pano com o desenho de uma coroa. A Patrícia adorou e quis usar esse tema, então respeitamos a vontade dela.”

A maioria dos pertences de Arthur foram presentes, inclusive o armário e o berço. “Só gastei com o papel de parede, o resto ganhamos tudo. Algumas lojas doaram produtos, mas recebemos muita coisa da população também, até de gente de outros estados que mandou roupinhas pelo correio.”

Carinho em casa
Mesmo tendo ficado boa parte da sua vida dentro da incubadora, sendo alimentado por sonda e tendo apenas três visitas de meia hora por dia, Arthur já reconhece o colo do pai. “No começo, ele assustava quando íamos fazer um carinho. Ele relacionava o toque com dor, já que tomava muito medicamento, agora ele já está mais acostumado e ama ficar no colo.”

A mãe e a irmã de Felipe estão ajudando a cuidar do bebê neste começo. Ele toma leite na mamadeira há um mês e mama de três em três horas. “Antes, ele não conseguia mamar porque era difícil até respirar. Agora ele está mais acostumado. Ele demora, vai no tempo dele, mas meu filho é forte, resistiu a tudo”.

Arthur já enfrentou muitos obstáculos, passou por uma cirurgia no coração em São José do Rio Preto, tomou muitos medicamentos, teve infecção, anemia e não ficou com nenhuma sequela. “Ele poderia ter ficado cego, com problemas neurológicos ou com outras deficiências, mas não teve nada. Agora, vamos fazer um acompanhamento com psicólogo, fono e pediatra. Talvez ele só demore um pouco mais para aprender a falar e andar.”

Recordações
As fotos do casamento dos pais e da mãe grávida que estão na parede do quarto não são as únicas recordações que Arthur terá de Patrícia. Felipe carrega a aliança de casamento no colar e guardou todas as reportagens para mostrar ao filho no futuro.

“A Tribuna Impressa foi o primeiro jornal a contar nossa história. Depois disso, muitos jornalistas me ligaram e o assunto ganhou repercussão nacional. Se um dia o Arthur quiser contar a história dele, está tudo registrado”, diz Felipe.

Arthur nasceu com 850 gramas e hoje está com 2,190 kg. Ele precisa ficar seis meses em repouso, evitando aglomerações e sair de casa.

Fonte: Jornal A Cidade e R7

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