

05 de Janeiro de 2024
Pequena Grande Guerreira Vitória Polyanna
A Vitória chegou! Começo a contar nossa história desde a primeira gestação da minha esposa, em seu primeiro relacionamento em que perdeu sua filhinha com 19 semanas de gestação, sua primeira perda para uma mãe. Após superada um pouco engravidou novamente e descobriu a incompetência istmo-cervical, conseguindo segurar a gestação até às 26 semanas e seu filhinho ficou por alguns meses na uti. Logo nos conhecemos, ela parou de tomar o remédio para não engravidar e em menos de 2 meses a feliz notícia: estava grávida, nosso sonho se realizava. Começou o pré-natal de alto-risco e decidimos ir morar na casa da minha sogra para que ela ficasse de repouso. Já na primeira consulta a doutora disse que faríamos a cerclagem devido ao histórico da minha esposa, passou mais 2 consultas de pré-natal e no dia 3/01/2019 durante uma ecografia de acompanhamento, a doutora nos orientou para o centro obstétrico para agendar a data de fazer a cerclagem mas o médico decidiu fazer no mesmo dia. No dia 11/02/2019 começava nossa maior luta, minha esposa teve um sangramento e a levei para o hospital do nosso município,mas não tinha atendimento então fomos pro de Porto Alegre e imediatamente já foi atendida devido o sangramento. No dia seguinte novamente outro sangramento, amanhecemos dia 13/02/2019 no centro obstétrico, já em atendimento médico fiquei no aguardo na recepção.
O médico me chamou e disse que teria que desfazer a cerclagem e interromper a gestação, que estava com 19 semanas, e nessa idade não tem como salvar a bebê, no momento que retirar os pontos da cerclagem vai abortar espontaneamente. Fui encontrá-la depois do procedimento e minha esposa me disse que não tinha perdido nossa filha. Retiraram a cerclagem mas ela se manteve firme no útero, então a abracei e agradeci a Deus, no dia seguinte um forte sangramento nos pegava de surpresa novamente lá seria o começo de uma nova luta. Uma das doutoras pediu uma ecografia para ver o que pode ter causado o sangramento, se foi descolamento de placenta, se foi perda de líquido, se o sangramento atingiu o útero e se ainda tem vitalidade o feto. Deu tudo certo e dali fomos para o quarto, minha esposa tinha sangramentos ficava com um paninho entre as pernas para controle quando achavam bastante a encaminharam para o C-O (centro-obstétrico) onde ficava em acompanhamento direto pelos médicos e enfermeiros e quando se normalizava era encaminhada novamente para o quarto.
Assim fomos por longos dias desde o início de tudo lá no dia 13 de fevereiro, minha esposa teve que ser isolada por conta do contato com uma gestante com herpes, o isolamento seria por 28 dias correspondente ao período de transmissão do vírus. No dia 14 de março de 2019 minha esposa começou com fortes dores e contrações, aí do isolamento nos levaram para um quarto restrito dentro do centro obstétrico para acompanhamento e controle. No dia 18 de março a médica disse que estava avaliando suspender a gestação devido a infecção bem provável ser no útero e como há chances de salvar a bebe na UTI não correria o risco de pegar infecção, e também minha esposa já havia recebido as duas doses de injeção para fortalecimento dos pulmões da nossa princesa, mas então a médica decidiu fazer um novo exame. Houve uma melhora no quadro e resolveu manter a gestação, a medicando e controlando a dor e contrações. Até que no dia 20 de março pela manhã minha esposa pediu para ir ao banheiro, então peguei a comadre e ao se limpar viu que tinha saído um dos 3 pontos que o médico tinha colocado. Passado um tempinho novamente um outro ponto saiu naturalmente, a médica disse que iria ficar monitorando e suspendeu toda alimentação da minha esposa caso fosse necessário uma cesária. No início da tarde fui olhar o paninho que ficava para controlar o sangramento e notei um tipo de secreção, ela estava perdendo líquido, nossa filha queria nascer.
A médica imediatamente encaminhou minha esposa uma eco que mostrou que tinha pouco líquido e a bebê estava bem até então. Implorei pela cesárea dado o histórico da minha esposa e depois de muita conversa a médica avaliou que seria o melhor pra elas duas. A anestesia não fazia efeito, tiveram que fazer 3 vezes a aplicação e às 18:15 nascia com 24 semanas de gestação, 32 centímetros e 770 gramas, nossa maior riqueza e presente de Deus: nossa Vitória Polyanna. Mesmo sendo considerado um caso quase que impossibilitado de sobreviver pelos médicos devido à prematuridade extrema, nossa princesa já mostrou sua força, garra e determinação pela vontade de viver e ser testemunha viva do poder de Deus. Ela chorou fraquinho ao nascer e a equipe da UTI já a levou para a incubadora, fiquei no aguardo e em seguida permitiram minha entrada, ali pude ficar ao seu lado e ver pelo vidrinho tudo perfeitinho para honra e glória do senhor. No dia seguinte consegui levar minha esposa para visitar nossa filhinha e até coletar leite para fazerem um procedimento chamado colosterapia, foi um momento único e lindo ver minha esposa ao lado da nossa filhinha.
Fomos pegos de surpresa por uma febre em minha esposa, começava novamente uma luta contra infecção com antibióticos, exames e mais exames e minha esposa já com dificuldades de achar acessos mas lutando a cada dia buscando fortalecimento e acreditando em Deus. Passou alguns dias e tiveram que retirar seus pontos e deixar aberta a barriga para sair a secreção e não poderia fechar novamente, teria que cicatrizar assim de dentro pra fora só com curativos. Nossa filhinha no quadro estável evoluindo, hoje está com 778 gramas, 8 a mais do seu nascimento. Nos últimos 2 dias teve convulsão e estão realizando exames para ver se teve hemorragia, e os novos exames da minha esposa não apresentou bactérias e nem infecções, está avançando bem. Seguimos confiantes em nosso Deus e agradecendo as orações dos amigos.
Nossa princesa Vitória Polyanna também passou por momentos de grandes lutas, aliás toda sua história desde o início da gestação é uma verdadeira vitória de Deus. Nossa Vitória também teve uma parada cardiorespiratória e a doutora chegou a nos tirar as esperanças, caso viesse ter outra parada, nos deixando cientes dos riscos grave de vida, mas nós sempre confiantes em Deus e pedindo para nossos amigos ficarem em orações pela saúde da nossa filha. Devido às complicações cortaram o leite que recebia, teve um quadro complicado mas Deus estava com nós e pouco a pouco está melhorando. A médica tirou os medicamentos sedativos e está novamente recebendo a dieta, o único ponto negativo foi que apresentou febre mas estão monitorando por 24 horas para verem se pode ser devido alguma infecção. Estamos confiantes em Deus que será mais uma etapa a ser vencida e em breve já estará sem os equipamentos da intubação e vindo a melhorar para logo logo poder ir pra casa com papai, mamãe e o maninho. Ganhamos nosso maior presente, a melhor sensação do mundo ver minha esposa feliz e chorando de emoção e amor por poder fazer o canguru e ter nossa filha neste importante momento pele a pele. Nossa princesa alcançou 1.575 kg e com Deus no comando vai melhorando a cada dia, pouco a pouco subindo os degraus da vitória, sigo os relatos do dia a dia conforme estamos acompanhando para registro e testemunho do quanto Deus vem fazendo em nossa vida. Nossa princesa completa 2 meses de vida, de lutas e vitórias na UTI, cada dia uma nova conquista alcançada. Minha esposa continua com a barriga aberta e fazendo os curativos duas vezes ao dia mas fechando pouco a pouco, se Deus quiser logo logo temos fé que tudo estará nos eixos e seremos finalmente uma família completa e feliz, continuamos agradecendo a Deus e as orações e nosso senhor tem garantido a Vitória.
Tivemos boas notícias da médica, nossa princesa alcançou 1.700 kg e está evoluindo muito bem, pode receber pela primeira vez o colinho da mamãe que havia feito anteriormente o canguru, mas o colinho não tinha tido ainda a oportunidade devido a prematuridade e também pela primeira vez tomou banho. Graças a Deus a melhora no quadro está permitindo estes grandes e importantes avanços, a médica também já disse para minha esposa ir já se programando pro chá de fraldas. Nossa princesa Vitória Polyanna chegou a 1.960 kg, imaginem nossa alegria em ver nossa pequena grande guerreira que chegou a 680 gramas quase chegando aos 2 kg que é o limite preciso para receber alta da UTI. Porém a médica nos disse que como ela é muito prematura terá que ficar mais um período internada, o peso está ótimo, o que nos complica é a função respiratória. Ela ainda precisa do auxílio de oxigênio mas está evoluindo bem já chegou a ficar 5 horas sem auxílio dos aparelhos, respirando por conta própria mas tem que ser tudo no tempinho dela, para nós já é uma grande vitória!
A doutora nos disse que não descarta a possibilidade de ter que liberar ela com uso de oxigênio em casa devido aos pulmões não estarem ainda 100% em suas funções, mas entregamos nas mãos de Deus e se assim o senhor permitir ela não vai precisar ir com auxílio respiratório para casa, vamos aguardar. Cada dia é um novo avanço em seu quadro e escrevo com o coração cheio de esperanças que cada linha a frente seja de notícias boas, pois estou escrevendo nosso dia a dia ainda em lutas diárias da nossa Vitória na uti e minha esposa com a barriga aberta fazendo os curativos 2 vezes ao dia. Creio que vou terminar este nosso testemunho de vida meu, da minha esposa e da minha filhinha e em breve será um livro para testemunho da obra de Deus em nossa vida.