20 de Agosto de 2014

Pedro Henrique: O milagre da vida da mamãe Flavia


pedrohenriquecomlogo1“Dia 11 de dezembro de 2013, às 23h11min, veio ao mundo o meu príncipe Pedro Henrique, com 26 semanas, e pesando 710 gramas. Depois de pegar uma gripe, tive uma infecção muito forte que não cedia com antibióticos. Fiquei semanas internada e acabou secando o líquido amniótico. Fiz um procedimento cirúrgico onde injetaram mais líquido para tentar segurar mais um tempo a gravidez, mas, depois de 14 dias, o líquido secou de novo e, como eu e o bebê corríamos risco de vida, tivemos que interromper a gestação. Passei o dia no UTI e tomei medicações para amadurecer o pulmão e o cérebro do bebê antes do parto. O médico me avisou que, dependendo do corte que seria feito na hora da cesárea, eu não poderia mais ter filhos.

Passei o dia chorando, com medo de ele nascer sem vida. Mas quando ele nasceu, pude escutar seu choro bem fraquinho. O meu marido não pode nem entrar na sala comigo, e tinham muitos médicos e auxiliares lá. pedrohenriquecomlogo2Assim que o bebê nasceu, levaram ele embora e eu nem pude vê-lo, mas pelo menos escutei seu chorinho. Depois que fizeram os procedimentos, trouxeram ele na incubadora e parecia que estava dentro de um saquinho plástico. Foi muito rápido, mas consegui ver ele se mexer e ali comecei a presenciar o maior milagre que já vi em toda a minha vida!

De início, ele perdeu peso e chegou a pesar 600 gramas. Teve diversas complicações, foi intubado, ficou mais de 60 dias no CPAP, o canal arterial só fechou no último ciclo do medicamento e estavam quase marcando a cirurgia. Teve infecção e tomou antibiótico por 10 dias, icterícia, fez 3 transfusões de sangue, retinopatia grau 3, teve rejeição ao leite no começo, e, quando começou a aceitar o leite via sonda, o meu leite secou e tiveram que entrar com o leite artificial que deixava ele super ressecado. No finzinho, quando estava quase tendo alta, teve hérnia inguinal e teve que fazer uma cirurgia. Ufa!!!

pedrohenriquecomlogo3

Depois de 98 dias, de muitos altos e baixos, saímos do hospital com acompanhamento de home care e sem sequela nenhuma. Até a retinopatia regrediu e, apesar de fazer um acompanhamento um pouco mais intenso que um bebê nascido a termo e ainda ter que tomar alguns remédios de refluxo e vitaminas, ele é um bebê completamente normal e muito esperto para a idade corrigida dele!

pedrohenriquecomlogo4Hoje, vejo que ser mãe de um prematuro extremo é um presente, pois a gente cresce muito. A gente começa a valorizar cada detalhe da vida, cada grama de peso que eles ganham é uma grande vitória. A gente chega de manhã no hospital, recebe uma notícia ruim e pensa que não tem mais forças, mas, de repente, a gente olha aquele ser tão pequenininho que cabe na palma da mão e percebe que a nossa força vem deles, que são os verdadeiros guerreiros. Nos primeiros 20 dias eu chegava e saia chorando todos os dias do hospital, mas quando entrava na sala da UTIN me controlava para só passar energias boas pra ele, conversava bastante, cantava, pegava no colo sempre que podia! Quando voltava para casa, dormia com o telefone ao meu lado, morrendo de medo que tocasse no meio da noite com uma má notícia. É preciso ter muita fé e confiar em Deus, que, como os médicos mesmo me disseram, eles lá fazem tudo o que podem, mas o resto depende só da vontade de Deus!

Conheci muitas mães, vi muitas histórias com finais felizes e muitas histórias tristes. Algumas lembranças até hoje tento apagar da memória, como no dia em que meu filhinho completou um mês e seu vizinho de incubadora partiu quando estávamos lá fazendo visita. Mas a cena daquela mãe chorando agarrada ao bebê me vem a cabeça todos os dias quando estou com o meu filho. Sei que passei bem perto de estar no lugar dela e peço a Deus que conforte o coração dela e de todas as mães que hoje tem uma estrelinha brilhando no céu.

pedrohenriquecomlogo5Sites como este me ajudaram muito! Cada história de sucesso que eu lia me dava mais esperança. Também passei estes meses pesquisando e estudando artigos científicos para entender o tratamento que era dado ao meu filho na UTIN. Perguntava para as enfermeiras cada procedimento que era feito lá, acompanhava diariamente cada parâmetro de cada máquina, cada mg que aumentava de leite, saturação de oxigênio, cada alteração que era feita, na época de desmame, do CPAP... Os ciclos de medicações, os treinamentos com a fono... Eu pesquisava tudo, procurava novidades em hospitais referência em outros países para comparar com o tratamento que é dado aqui e tirava todas as minhas duvidas com os médicos SEMPRE!

Agradeço a toda equipe da UTI Neonatal do hospital Albert Einsten, e, principalmente, a Deus que nos permitiu presenciar este grande milagre!”

Flavia, mãe do Pedro Henrique

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

Compartilhe esta história

Tem uma história de prematuridade para compartilhar?

Envie seu relato para gente e faça a diferença para quem precisa de palavras de força e esperança nesse momento.

envie sua história

Conheça outras histórias

Veja histórias por:

    Últimas Notícias

    Receba as novidades

    Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.