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28.05.2014

Pai muda turno do trabalho para cuidar de filho prematuro


Notícia original publicada em 10 de maio de 2014.

Texto e entrevista: Thiago Calil, do R7 

[caption id="attachment_14289" align="aligncenter" width="535"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

O paulista Flavio Marim, de 35 anos, sabe bem o que é ter de se dividir entre os cuidados da casa e a vida profissional. A dificuldade — muito reclamada pelas mulheres e tradicionalmente atribuída a elas — faz parte da rotina do programador de Jaguariúna, interior de São Paulo.  Diariamente ele acorda cedo, faz os serviços domésticos enquanto cuida do filho Pedro, de 8 meses. Às 16h, entra em cena o profissional de uma empresa de tecnologia. O trabalho vai até o início da madrugada. Só então, no pouco tempo que restou, é hora de dormir e descansar para recomeçar a maratona.  A história dele tem empolgado e servido de inspiração para mães e leitoras de sites especializados em maternidade.

Flávio é autor do blog Turno do Dia, onde compartilha suas experiências como pai dono de casa. Em seu texto de maior sucesso, ele apresenta uma tabela que comprova que os pais podem participar ativamente da criação dos bebês, mesmo trabalhando fora. Ele calcula, por exemplo, que para trocar uma fralda se gasta cinco minutos e o procedimento acontece, em média, oito vezes ao dia. A conta se repete em atividades como colocar para arrotar, fazer dormir, estimular, dar banho, entre outros.
— Eu mostrei que um pai pode fazer 65% dos cuidados com o bebê. Mesmo trabalhando em horário normal. A mulherada pirou.

A ideia de fazer uma tabela contabilizando o tempo gasto nos cuidados com Pedro partiu de um hábito de Flávio no trabalho.
— A minha rotina é colocar as coisas em planilha, analisar quanto tempo as pessoas gastam em cada tarefa. Eu, sempre que ia cuidando do Pedro, já pensava quanto tempo gastava com cada coisa. Um dia, um amigo falou que era a mulher quem cuidava do bebê porque não dava tempo. Eu pensei: será não tem como mesmo?

A publicação chegou a leitores até dos Estados Unidos, Canadá e Suécia.
— A tabelinha se espalhou principalmente com as mulheres pegando no pé dos maridos.

[caption id="attachment_14298" align="aligncenter" width="584"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

O pequeno Pedro nasceu prematuro, aos sete meses, no fim de setembro de 2013, após descolamento da placenta. Por causa disso, passou 50 dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital de Campinas (SP). Flávio conta que o quarto estava pronto na casa deles, mas a sensação de vazio era grande.
— É estranho. De uma hora para outra, não tem mais a barriga, mas também não tem o bebê. A rotina da casa continua igual.

[caption id="attachment_14290" align="aligncenter" width="534"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

[caption id="attachment_14291" align="aligncenter" width="301"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

Flávio e a mulher, a dentista Elaine, viajavam 60 km todos os dias para visitar o filho no hospital. Pedro nasceu com cerca de 1 kg e só teve alta após mais que dobrar o seu peso. Foram 50 dias até aí. Nesse período, o casal foi aprendendo alguns cuidados que teriam de ter com o novo membro da família.
— Eu fiz questão de aprender. A mulher, geralmente, acha que essas coisas são de responsabilidade dela. Eu falava: Me deixa errar. Me deixa fazer besteira que eu chego lá.

[caption id="attachment_14297" align="aligncenter" width="584"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

Por ser prematuro, o casal não achou adequado colocá-lo em um berçário assim que Elaine precisou voltar ao trabalho.
— Ele tinha seis meses, mas a fisiologia de um bebê de quatro. Começamos a quebrar a cabeça para ver o que fazer com ele. Ela precisava voltar a trabalhar.

Foi então que Flávio teve a ideia de passar para o turno da noite de sua empresa. Assim, ele e a esposa poderiam dividir os cuidados com o bebê sem que nenhum dos dois precisasse abrir mão da carreira.

[caption id="attachment_14296" align="aligncenter" width="583"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

A divisão das tarefas na hora de cuidar de Pedro fortaleceu a união do casal.
— Essa igualdade nos aproximou muito. Uma mãe que cuida sozinha da criança não tem com quem dividir o drama. A gente tem as mesmas dores.

[caption id="attachment_14293" align="aligncenter" width="534"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

Mas o que mais o casal comemora em dividir é a companhia de Pedro, ainda que isso custe um cansaço na hora do trabalho, à noite.
— É ótimo ter ele com a gente.

[caption id="attachment_14295" align="aligncenter" width="584"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

No começo, Flavio fazia listas de tarefas e, com Pedro no colo, checava item por item para saber se tinha dado conta de tudo.
— Mesmo assim esquecia um bocado.

[caption id="attachment_14294" align="aligncenter" width="584"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

O casal brinca que, mesmo com um bebê em casa, não deixou de viajar.
— Só aumentou a bagagem.

[caption id="attachment_14292" align="aligncenter" width="584"]Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal[/caption]

Fonte: R7

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