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03.02.2013

'Olhos nos olhos do bebê: mais que muitas palavras'


Impossível não se encantar com os textos do blog "O Papai, as Gêmeas e a Mamãe", do jornalista Ricardo Brandt. O Ricardo tem 35 anos e é pai das prematurinhas  de 31 semanas Beatriz e Helena, que nasceram em Agosto de 2011. Em seu blog, ele escreve sobre as '(in)experiências de pais de primeira viagem', contando sobre a rotina da família após a chegada das meninas.

A partir de hoje, com permissão do Ricardo (um querido! novamente obrigada!), repassaremos aqui alguns textos do blog dele. Temos certeza de que todos irão de identificar com muitas situações, se divertir e se emocionar com as aventuras de Bea e Heleninha. Boa leitura!

"Olhos nos olhos do bebê: mais que muitas palavras

27/03/11

A súplica de um olhar que dilacera sem que você possa desmanchar e se recompor aos poucos, porque não há tempo para essas frescuras. Depois de quase 20 dias na UTI neonatal, as gêmeas foram promovidas (como se diz no hospital) para o semi-intensivo. Uma conquista para as pequenas e para os pais, que começarão a fazer o “pele a pele”, dar as primeiras mamadas na seringa, o primeiro banho, sentir o cheiro de perto, falar ao pé do ouvido e também tirar as primeiras fotos.

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No colo do papai, Helena ainda não saiu de 1 quilo, mas está a caminho (não é regra, mas prematuros que vão para UTI ganhar peso, quando passam dos 2 quilos e clinicamente estão bem estão prontos para a alta, algo que depois de tanta tensão e angustia vira um grande acontecimento, tão importante quanto o próprio nascimento). Tem começado a fazer as primeiras mamadas direto no peito da mamãe, já vai começar a apreender a mamar na mamadeira também, mas ainda tem o tubo que dá acesso direto ao estômago do leite dado na seringa preso 24 horas na boca.

Na foto acima, ela fuzila papai com os olhos arregalados rogando para que a leve daquele lugar onde os equipamentos apitam o tempo todo colocando a sua e a nossa tranquilidade em estado de alerta, onde há muito choro de outros minibebês carentes berrando desesperadamente por um colo ou um pedaço de borracha – a chupeta na UTI é liberada para aplacar a distância da mamãe e do papai, mas os pais podem optar pelo uso ou não.

A Beatriz e a Helena ficaram 30 dias internadas antes de virem para casa. No hospital em que estávamos as visitas eram das 13h30 às 15h e das 20h às 21h. Com gêmeas, é preciso contar precisamente o tempo para dividi-lo de forma que ambas tenham atenção igual. Nos 30 dias fui em todas as visitas. O olhar e o contato físico sempre foram dois importantes pilares, tanto para o papai, que tem que se manter firme nesse momento de correria e tensão, como para mamãe, que no começo ainda ficou sem ver as próprias filhas por estar internada em outro hospital, e para as gêmeas, principalmente, que se acalmavam e fortaleciam com esse vínculo afetivo com os pais."

por Ricardo Brandt

Fonte: O Papai, as Gêmeas e a Mamãe

 

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