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11 de Junho de 2023
O Milagre da Sala 503 da UTI
Dia 09/04 fui parar no hospital devido a fortes dores na nuca, foi descoberto através dos exames médicos a pré-eclâmpsia e a pressão arterial alterada, desde então fiquei internada. Chegamos num ponto em que tivemos que realizar uma cesárea de urgência, minha bebê Flávia nasceu dia 22/04 com 29 semanas e 3 dias, uma prematura extrema pesando 900 gramas, no segundo dia de vida teve uma parada cardiorrespiratória e convulsionou, teve que ser reanimada com massagem cardíaca e recebeu adrenalina e foi entubada mantida em ventilação mecânica. Depois foi evoluindo cada dia que passava. Ser pai e mãe de UTI é ver seu filho através de um acrílico. É ter medo de receber uma ligação de madrugada. É se assustar com os apitos dos monitores. É comemorar em um dia e desmoronar no outro. É não fazer previsão para a alta. É sorrir mesmo quando vê seu filho furado, entubado, com sonda. É aceitar que você não pode fazer nada a não ser estar ali, em uma rotina de espera. Só uma mãe de UTI entenderia: a espera silenciosa, o medo da perda, a dor de não ter o bebê o tempo todo, a agonia de somar os gramas e diminuir os dias, o desespero de contar os mililitros de leite que sua filha precisava e que não saíam de seu peito, o pânico de pegar uma gripe e ser proibida de entrar, a desesperança. Mas enfim, depois de 73 dias tivemos a melhor notícia: a alta, a experiência renova sua fé nos mistérios da vida. Aquele ser frágil é, na verdade, forte. E milagres existem. Sou grata ao Hospital da Criança Conceição/GHC por toda equipe e em especial à Dra Luciana Teixeira Fonseca, por ter salvado a vida da minha bebê. Data do Nascimento: 22.04.2022.