25 de Agosto de 2021
Meu Guerreiro Eduardo
“Estava com 23 semanas, em pleno carnaval, perdi uma grande quantidade de líquido, imediatamente busquei auxílio médico em um hospital referência da minha cidade. Fui diagnosticada com candidíase e fui instruída a fazer o tratamento com pomada vaginal.
Como a perda de líquido era grande, não fiquei conformada com o diagnóstico e solicitei um ultrassom obstétrico. O exame, realizado ainda com 23 semanas, não identificou que a quantidade de líquido amniótico estava baixa, continuei sentindo a perda de líquido e realizando o tratamento recomendado.
Com 26 semanas, realizei um ultrassom obstétrico de rotina e foi quando a médica identificou que meu ILA (índice de líquido amniótico) estava em 40 (menos da metade do mínimo recomendado que é 89). Saí do laboratório e segui para o consultório do meu obstetra que pediu minha internação, após quatro semanas de internação, na qual só me levantava da cama para ir ao banheiro, fazia exames diários para controle de infecção e acompanhamento do bebê, ingeria 4 litros de água por dia, mas 2 litros de soro na veia, comecei a sentir contrações, acompanhadas de perda de sangue.
Foi nesse momento que meu médico explicou que seria preciso intervir para o parto prematuro. Meu filho nasceu com 38 centímetros e 1.475 kg. Durante a internação, tomei injeções de corticóide, o que ajudou no amadurecimento do pulmão do meu pequeno que, após algumas horas de nascido, já respirava sozinho. Ficamos na UTI por 25 dias e enfrentamos uma infecção bacteriana, durante o período de UTI, permanecia o máximo de tempo ao lado do meu filho, ordenhava para alimentá-lo via sonda com o meu leite, fazia canguru duas vezes ao dia, cantava no leito para ele, demonstrava ao máximo o meu amor por ele. Acredito que isso tenha sido fundamental para ele resistir e ganhar peso.
Quando fomos para o quarto, onde permanecemos por mais 11 dias, enfrentamos a dificuldade do ganho de peso sem o auxílio da sonda. Essa fase exigiu bastante do Eduardo, já que ele ainda não tinha força para mamar sem gastar toda sua energia, de modo que precisávamos complementar o leite com fórmula, ministrada através do finger feeding (não conseguimos nos adaptar com o copinho).
Hoje estamos em casa, ainda lidamos com diversos cuidados para garantir o melhor para saúde do nosso grande herói. Revendo toda nossa história só consigo sentir gratidão a Deus por ter me escolhido para ser mãe do Eduardo, do jeitinho que ele é e da forma como foi. Aprendo todos os dias com meu filho e amo ele mais que tudo nessa vida, mais que a mim mesma. Se você que está lendo esse relato e está enfrentando uma história como a nossa e sente medo, saiba que essa fase passa e que, confiando em Deus, tudo será provido. Prematuros são pequenos em tamanho, mas gigantes na vontade de viver e vencer. São maiores do que nós, pais.”
(Relato da mamãe Mariana, enviado em 2019)