12 de Fevereiro de 2014
Maria Eloisa, uma florzinha de 24 semanas e muita luta
“Me chamo Ângela e aos 22 anos tive a minha primeira gravidez. Foi uma gravidez complicada, pois com 22 semanas a minha filha nasceu e, infelizmente, não sobreviveu.
Passados alguns meses, engravidei mais uma vez e fiz uma cirurgia de cerclagem. Fiquei em repouso absoluto mais uma vez. Fui fazer o ultrassom morfológico e eu não estava mais com os pontos. Com 22 semanas, novamente fui internada e o meu médico, graças a Deus, quis arriscar em fazer uma nova cirurgia de cerclagem. Consegui segurar a minha bebê por mais duas semanas, e, com 24 semanas, comecei a sentir contrações. A minha bolsa estourou e fui transferida para um hospital com UTI Neo.
A minha filha, Maria Eloisa, nasceu com 24 semanas, 655 gramas e 30 cm, Apgar 4,5 no dia 20 de dezembro de 2011. Muita coisa se passou pela minha cabeça, porque, para a gente, que é leigo no assunto, imagina que eles estão lá só pra pegar peso e ponto. Nos primeiros dias de janeiro, o rim dela quase parou de funcionar. Ela ficou um dia sem fazer xixi direito. Além disso, a hemorragia intracraniana dela alterou de grau 2 para grau 3 e ela teve convulsões.
A minha luta era grande, pois tinha que ir todos os dias na cidade vizinha, em Sorocaba, que é uns 40 minutos de onde eu moro. A minha filha, graças a Deus, sempre foi muito guerreira como a maioria dos prematuros. Ela lutou muito pela vida. Cada dia realmente era um dia. Ganhava 20 gramas e no outro dia perdia 50.
Ela tinha sopro no coração e os médicos deixaram bem claro para mim que quando ela chegasse ao 1,3 kg ela faria a cirurgia e seria transferida para Campinas ou São Paulo. Mais um motivo de agonia e ansiedade para mim e minha familia. Quando ela chegou ao peso ideal, os médicos fizeram outro ecocardiograma e, por um milagre, o sopro tinha melhorado. Ela não precisava de cirurgia! Todos ficamos emocionados, incluindo médicos e enfermeiros, porque todos nós viramos uma familia para lutar por um único objetivo, a vida!
Depois ela pegou alguma bactéria que atingiu muito a parte respiratória dela. Ela já estava sem os tubos e teve que voltar a ficar intubada pois teve duas apneias. Outra bactéria atingiu a meningite dela. Foi quando fiquei mais desesperada, porque ela já era prematura e, se tivesse meningite, as sequelas seriam bem piores, mas a médica me explicou que era a que não deixava sequelas.
A Maria Eloisa, graças a Deus, aceitou o meu leite desde o 2º dia de vida. Começou tomando 1 ml. Quando foi extubada, ela foi aprendendo aos poucos a mamar, muito lentamente. Adorava tomar os banhos e fazia ofurô nas horas de muito stress.
Foram 135 dias, em torno de 4 meses e meio de muita luta vencida! Ela teve alta em 03 de maio de 2012 com a hemorragia grau 2 e, em julho do mesmo ano, fizemos um exame na cabeça dela e ela não tinha mais hemorragia. Depois que ela teve alta, nunca tivemos problema com ela. A hemorragia melhorou, ela nunca teve nenhum problema respiratório grave e não teve convulsões.
Deus e Nossa Senhora Aparecida cuidaram muito bem dela. Os médicos e as enfermeiras davam a vida por ela. Hoje, sou grata por tudo que aconteceu com a minha filha e ver como ela é feliz e sorridente.
Aos pais de prematuros, nunca percam a fé, pois na medicina tudo pode acontecer.
Ela está evoluindo demais esses dias, fez uma ressonância que mostra que ela quase não teve sequelas por mais tenha sido uma hemorragia grau 3. Estou super feliz!”
Veja aqui o vídeo que a mamãe fez sobre a história dessa pequena:
Ângela, mãe da Maria Eloisa
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