07 de Agosto de 2025

Um milagre chamado Maria Vitória, minha bebê arco-íris

A história de Maria Vitória – um milagre em forma de vida 

A história da Maria começou três meses depois de eu ter perdido meu primeiro bebê, em um aborto espontâneo antes mesmo de descobrir a gestação. Minha médica, por eu ter ovários policísticos, recomendou iniciar tratamentos e esperar seis meses antes de tentar novamente… mas Maria tinha pressa. Três meses depois, ela já estava a caminho. Antes mesmo de sabermos o sexo, os nomes estavam definidos: Maria Vitória ou José Neto. E quando descobrimos que era a nossa menina, foi um turbilhão de emoção. Maria já era muito amada antes mesmo de nascer. A gestação foi tranquila, exceto por uma infecção urinária no início. Tudo seguia bem até que, com 28 semanas, senti dores diferentes. No hospital, descobri que já estava com 1,5 cm de dilatação. Fiz uma cerclagem e fui para casa tentar segurar mais um pouco. Mas, com 29 semanas, minha bolsa rompeu. Fui transferida para a capital do Pará, já que minha cidade não tinha suporte neonatal. E então, no dia 11 de abril de 2025, às 16h18, nasceu a minha pequena guerreira:

Maria Vitória, com 1,240 kg e 38 cm, prematura de 32 semanas corrigidas. Veio ao mundo de parto normal, foi entubada logo após o nascimento e levada para a UTI. Mas ali já mostrou sua força: autoextubou-se a caminho da UTI e passou a usar ventilação não invasiva. Foram 58 dias de UTI. Dias de incerteza, boletins médicos cheios de tensão, lágrimas e orações. Maria enfrentou infecção grave, anemia, refluxo, sopro no coração, ventilação mecânica e uma cirurgia delicada no intestino, pois uma alça estava virada, impedindo a passagem dos alimentos. A cirurgia foi um sucesso, mas ela precisou ser entubada novamente e enfrentou crises de apneia. Mesmo frágil, ela lutava. Aos poucos foi aceitando a dieta, começando com apenas 1 ml. Meu leite foi suspenso por suspeita de APLV, então iniciamos com fórmula. A cada grama ganha, uma vitória. A cada suspiro dela, um novo sopro de esperança. E eu fui aprendendo. Aprendi a ser mãe ali mesmo, ao lado de incubadoras, respiradores e enfermeiras. Aprendi que a maternidade também é feita de fios, alarmes e fé.

Aprendi que milagres existem e um deles estava diante dos meus olhos, lutando para viver. Com o passar dos dias, ela foi melhorando. Saiu da entubação, passou pela VNI, depois só O2 circulante. Foi para a UCI, ganhou peso, ganhou força… e então, com 1.800 kg, finalmente veio a tão sonhada alta hospitalar. Hoje, minha filha está em casa, com 3.770 kg, crescendo saudável, sorrindo, aprendendo e ensinando a todos nós o que é a verdadeira força. Maria Vitória venceu. Ela é o milagre que Deus me deu, a prova viva de que a fé, o amor e a persistência podem vencer qualquer dificuldade.

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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