Parto Prematuro
Quando se está grávida e não há histórico de parto prematuro (antes de 37 semanas de gestação) nem fatores de risco associados, não se quer ouvir falar sobre o assunto.
Acontece que nem sempre a prematuridade dá sinais de que vai acontecer e ainda não se conhecem todas as causas que levam ao parto prematuro; em muitos casos não se consegue associá-la a uma causa específica.
Não queremos assustar ninguém, mas precisamos falar mais sobre parto prematuro!
Precisamos abordar o tema com toda população, mas principalmente com as adolescentes e mulheres em idade fértil ou que planejam ter um filho.
Ninguém espera passar por um parto prematuro e suas consequências, mas todas as gestantes estão sujeitas a ele.
No Brasil, a taxa de partos antecipados é de aproximadamente 12%, de acordo com dados da Fiocruz e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Somos o 10o país no ranking da prematuridade, perdendo apenas para países como Ìndia, China, Nigéria e Paquistão, é o que revela o relatório do estudo Born Too Soon (OMS/Unicef).
Corro risco de ter um parto prematuro?
Estão em maior risco para trabalho de parto prematuro as mulheres que já passaram por um parto prematuro, que estão grávidas de gêmeos ou múltiplos ou com história de problemas no colo do útero ou malformações uterinas.
Além disso, outros fatores podem levar ao parto prematuro: ausência do pré-natal, fumo, álcool, drogas, estresse, infecções do trato urinário, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, baixo peso, pressão alta ou pré-eclâmpsia, distúrbios de coagulação, algumas anomalias congênitas do bebê, gestações muito próximas (menos de 6 a 9 meses entre o nascimento de um bebê e ficar grávida novamente), gravidez fruto de fertilização in vitro e idade menor de 17 anos e acima de 35.
Quais as principais causas de parto prematuro?
- bolsa rota/ruptura prematura de membrana (RUPREME ou ROPREMA)
- hipertensão crônica
- pré-eclâmpsia
- síndrome de Hellp
- insuficiência istmo-cervical
- descolamento prematuro da placenta
- placenta prévia
- malformações uterinas
- infecções uterinas
- gestação múltipla
- fertilização in vitro
- malformações fetais
Sinais e sintomas do trabalho de parto prematuro
Sintomas como contrações a cada 10 minutos ou mais, mudanças na secreção vaginal, pressão pélvica, dor lombar, cólicas menstruais, cólica abdominal com ou sem diarréia podem ser sinais de trabalho de parto. Ligue para seu médico imediatamente ou vá direto ao hospital mais próximo.
Prevenindo o parto prematuro
Algumas medidas simples podem evitar que o bebê nasça antes do tempo. São elas:
- Converse com seu gineco/obstetra antes mesmo de engravidar. Ele poderá lhe dar conselhos muito úteis para que você inicie a gravidez de maneira saudável e evite um parto antes da hora.
- Assim que o resultado der positivo, avise seu médico imediatamente! Quanto antes o pré-natal for iniciado, melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.
- Revele ao médico o seu histórico de saúde. Doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê. Tente lembrar dos mínimos detalhes; eles podem ser importantes!
- Siga as consultas e exames do pré-natal rigorosamente!
- Esteja vigilante sobre sua pressão arterial e cheque-a sempre que achar conveniente.
- Mantenha uma dieta equilibrada.
- Mantenha-se numa faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista.
- Evite bebidas alcoólicas: o álcool durante a gestação, mesmo em doses muito pequenas, pode ter efeitos bastante nocivos para a criança, incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento.
- Seja responsável e não fume, por favor!!! O fumo aumenta chances de parto prematuro, do bebê nascer com baixo peso e da morbimortalidade dos recém-nascidos.
- Não se auto-medique! Alguns remédios são altamente perigosos para as gestantes e esses avisos, via de regra, estão escritos com letras bem pequenininhas nas bulas dos medicamentos.
- Exercite-se! Se o seu médico autorizar e sempre com acompanhamento profissional!
- Mantenha seu calendário de vacinação atualizado! Converse com seu obstetra sobre o assunto: algumas vacinas estão contra-indicadas na gravidez e outras necessitam reforço.
- Não se esqueça do ácido fólico e da vitamina B12! Eles ajudam na prevenção de malformações e danos no sistema nervoso do seu bebê. O consumo do ácido fólico deve ser inicado antes mesmo da concepção do bebê. Esses nutrientes são facilmente encontrados em alimentos de origem animal (carnes, laticínios, ovos) e em vegetais verde-escuros.
- Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.
Texto revisado em Abril de 2022 pelo Dr Adriano Paião, CRM-SP 101340, ginecologista e obstetra, membro do Conselho Científico da ONG.