

07 de Agosto de 2025
27 semanas
Olá a todos(as)!
Me chamo Jéssica, sou mãe da Aurora e hoje venho contar meu testemunho para vocês entenderem que Deus faz milagres, até mesmo quando achamos que nada vai dar certo.
Eu descobri que estava grávida em janeiro de 2025, com 6 semanas de gestação. Uma gravidez não planejada, mas, quando descobrimos, foi simplesmente a coisa mais maravilhosa que poderia ter acontecido.
Em menos de 4 dias após descobrir a gravidez, tive um sangramento intenso e corri para o hospital com meu marido. Naquele momento, achei que tinha perdido meu bebê. Quando cheguei ao hospital, a dra. confirmou que eu havia sofrido um aborto espontâneo. Fiquei internada para fazer uma curetagem no útero pós-aborto. No entanto, como eu não tinha feito nenhuma ultrassonografia, foi solicitada uma para ter certeza se ainda havia “resto de feto” dentro do útero antes da curetagem.
Chegando à clínica, lá estava a minha bebê milagre, com seu coração batendo mais forte do que nunca. Retornei ao hospital aliviada e com medo. O que aconteceu, na verdade, foi um descolamento de placenta, que causou o sangramento intenso.
Dali em diante, mantive-me em repouso por 10 dias e depois retornei ao trabalho, mas sempre muito cansada e com vários episódios de sangramento. Fui afastada do trabalho por 30 dias, e os episódios de sangramento continuavam todos os dias. Retornava ao hospital várias vezes, por muitos dias, e nunca descobriam o que causava o sangramento, até que fiz uma ultrassonografia e o médico disse que eu estava com placenta baixa. Daí em diante, fiquei em repouso, afastada do trabalho por meses.
Até que, em uma noite, acordei com a minha bolsa estourada. Estava com apenas 20 semanas de gestação e corri novamente para o hospital. Chegando lá, foi confirmada a ruptura prematura da bolsa. Era mês de abril. Desde então, fiquei internada. Os médicos me deram 72 horas para entrar em trabalho de parto e me explicaram que minha filha poderia não sobreviver.
Desde aquele dia, aprendi a me apegar ainda mais em Deus e colocá-lo à frente de qualquer coisa em nossas vidas.
Passaram-se as 72 horas e eu não entrei em trabalho de parto. Desde então, os médicos começaram a tratar meu caso com antibióticos, exames, vitaminas e um dia após o outro, eu e Aurora lutamos para conseguir passar por tudo isso.
Foram dias desafiadores, mas sempre que fazíamos exames, estava tudo bem. Aurora só evoluía, para a glória de Deus. Continuamos esperando as semanas passarem, pois quanto mais tempo eu conseguisse segurá-la na barriga, mais chance ela teria de sobreviver aqui fora.
Ficamos 53 dias internadas, até que, em uma sexta-feira, comecei a sentir uma dor estranha que não havia sentido antes. A dor passou um pouco, mas no sábado e domingo começou uma dor muito forte, de contrações a cada 5 minutos.
Aurora estava com 27 semanas. Eu estava com medo da minha filha nascer tão prematura, e sofri os dois dias inteiros de sábado e domingo tentando segurá-la na barriga. Perdi muito sangue, sofri demais.
E, quando foi na segunda-feira, após uma ultrassonografia, veio um alívio: Aurora estava bem. Mas eu não estava. Após sair o resultado dos exames de PCR, que controlam infecção, o índice, que estava em 7, subiu para 94. Era uma infecção generalizada, e a gravidez precisava ser interrompida naquele momento.
Ali, eu tive medo, tive força... e fui.
Aurora chegou ao mundo às 15h33 da tarde, no dia 26 de maio, com 27 semanas e pesando 930 g.
Eu não ouvi minha filha chorar. Eu não pude ver minha filha quando nasceu. Eu não pude tocar nela, não pude amamentar. Aurora foi reanimada, entubada e colocada na incubadora. A saturação dela não queria estabilizar devido à prematuridade dos pulmões, e eu me apeguei a Deus de todas as formas possíveis.
Ainda sem poder levantar da cama após o parto cesáreo, ouvi da dra. que ela poderia não sobreviver, e meu mundo foi ao chão. No mesmo dia, à noite, fui até a UTIN para vê-la. E, chegando lá, a saturação dela havia estabilizado. Estava com apenas 30% da máquina ajudando-a a respirar.
Foram muitos dias de intensa preocupação, dor, choros. Aurora passou por três transfusões de sangue, pegou infecção e muitas outras coisas. Mas ela é forte, veio ao mundo para nos mostrar que 27 é apenas um número.
E hoje, ela está com 38 semanas, pesando 1,780 kg. Saiu da incubadora, saiu do tubo, já respira sozinha. Está uma moça linda! Ainda não tivemos alta, mas faltam apenas 10 dias para ela vir para casa.
E, mesmo não tendo saído ainda da UTIN, Aurora é meu milagre, minha força. E esse é o meu testemunho.
Deus está aqui, Ele existe, e eu nunca duvidei ou deixei de acreditar na vida da minha filha.
Ela veio ao mundo com muita vontade de viver.