Notícia original publicada em 21 de dezembro de 2014.
por Agência Lusa
[caption id="attachment_15627" align="alignright" width="300"] Para acompanhar melhor os bebés prematuros mesmo após a alta, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga começou a fazer visitas domiciliárias de Neonatologia. Os pais agradecem. (Foto: Estela Silva/Lusa)[/caption]
Os bebês que nascem prematuros requerem cuidados especiais que, após a alta, deixam os pais apreensivos e, para lhes dar resposta, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga efetua as visitas domiciliárias de Neonatologia. O objetivo é assegurar a continuidade de cuidados, após a alta hospitalar, em articulação com os Cuidados de Saúde Primários, permitindo “altas precoces” e diminuindo as “visitas” ao Hospital, depois das crianças irem para casa.
Criada em 2008, a título experimental e apenas em Aveiro, a Visita Domiciliária de Neonatologia estende-se hoje à área de abrangência do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em articulação com os centros de saúde e unidades de saúde familiar, deixando os pais mais informados e descansados.
“Para nós, a visita domiciliária ao recém-nascido prematuro reveste-se de extrema importância, pois através desta prática pode-se assegurar a continuidade de cuidados e fornecer aos pais todo o apoio que necessitam”, considera Maria do Céu, chefe da Pediatria do Hospital de Aveiro.
Trata-se de uma ação voltada para a família, em que se empenham os profissionais de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados. “É inquestionável a necessidade que as famílias têm, aquando da alta para o domicílio, na garantia da continuidade de cuidados com segurança, o que podem obter com a nossa visita domiciliária”, acrescenta.
A Lusa acompanhou Ana Carolina, enfermeira na unidade de prematuros do Hospital de Aveiro, e Paulo Ribeiro, enfermeiro na Unidade de Saúde Familiar de Albergaria-a-Velha, numa dessas visitas, no caso a dois gêmeos prematuros. Manhã cedo a equipe encontrou-se para ir a casa de Halyna Tolstykh, uma jovem imigrante, mãe de dois meninos com 27 semanas de gestação e que, após o regresso ao lar, estava ansiosa pela chegada dos enfermeiros.
Pesadas e observadas as crianças, verificados os boletins de saúde e feitos os procedimentos adequados, os enfermeiros trocaram entre si opiniões técnicas sobre o estado dos bebês e o agendamento de consultas e vacinação, mas, sobretudo, sossegaram a mãe, que havia notado dificuldades respiratórias num deles. Apesar de gêmeos, um apresentava um peso superior ao outro e houve que dar conselhos sobre a alimentação de cada um, adequada às diferenças.
“As crianças encontram-se bem. Trata-se de uma mãe muito competente, com bebês muito prematuros, que nasceram com 27 semanas de gestação, quando o normal é de 38 a 40, e é óbvio que havia algum receio, mas nota-se que é uma mãe muito competente nos cuidados, o que nos deixa muito contentes”, disse à Lusa a enfermeira hospitalar. O estado de saúde foi considerado normal para bebês prematuros e foi concluída mais uma visita que serviu para Ana Carolina fazer “a passagem de testemunho” ao colega do Centro de Saúde e familiarizá-lo com o caso.
Paulo Ribeiro, enfermeiro na USF de Albergaria-a-Velha, recebe a responsabilidade do acompanhamento, que acaba estando mais próximo. “É uma fase nova e temos de acompanhar estas crianças e a família e é sempre mais fácil se tivermos esta passagem. O contato é permanente e é muito mais confortável para a família saber que a qualquer momento pode contar connosco”, conclui.
Fonte: Observador