30 de Julho de 2017

Catarina, minha maior benção!

"E, então, mais um positivo... Mais uma criança?! Que alegria! Papai, mamãe e maninha muito felizes, firmes com nosso Deus e na certeza que tudo ocorreria bem. Mas não foi como o esperado. Junto com a notícia que viria uma princesa, veio o susto de uma hipertensão.

Aos 7 meses, vamos terminar o enxoval no Paraná! Eu moro em Glória de Dourados, no Mato Grosso do Sul, e fui passear em Maringá (PR). Um dia depois que cheguei, resolvo medir a pressão e surpresa: estava altíssima! Fui encaminhada às pressas para o Hu. Minha Catarina estava correndo risco de vida e teria que vir ao mundo! Meu bebê vai nascer, sim, prematura, mas vou ter meu bebêzinho aqui comigo. Eu não imaginava o que me esperava.

Depois de 5 dias internada, ela chegou dia 13/10/16 pesado 1,075 kg e com 37 cm, me mostrando-a rapidamente e levaram-a pra UTI. Só pude visitá-la 26 horas depois e tomei o maior choque da minha vida. Minha bebê tão pequena e frágil, entubada, cheia de fios pelo seu pequeno corpinho, a pele era como um plástico, não tinha os mamilos, nem nádegas. Foi a maior dor da minha vida ver minha filha naquela situação! O medo era grande, mas a certeza que ela sairia dessa era maior ainda.

Fiquei internada por mais 8 dias e tive alta. Ufa, eu iria finalmente ficar perto da minha pequena Valentina de 2 aninhos, mas longe da Catarina. Que situação! Além do mais, toda a espera seria no Paraná, na casa da minha irmã onde fui passear por apenas 5 dias e tive que ficar por lá hospedada por todo o período de internação da minha filha. Não foi nada fácil estar longe de casa, longe do meu marido, e com uma criança de 2 anos limitando a privacidade dela e da família da minha irmã. Fora os tantos aborrecimentos que tive causados pela difícil convivência.

Uma depressão pós-parto estava me acompanhando e eu só descobri quando a Catarina foi pra semi-intensiva e eu teria que ficar no hospital pra estimular a amamentação por todo o dia. Isso pra mim foi o pior, porque até então ela estava na UTI, eu só visitava ela por alguns minutos e ia embora. Mas ela estava a um passo de ir pra casa, só faltava mamar e eu não consegui! Chorava naquele hospital o dia inteiro, queria ir embora e sofria mais ainda pela culpa de querer deixar minha filha ali sozinha. Até que uma enfermeira me olhou com carinho e me ajudou. Ligou pra minha irmã e pediu que alguém me levasse imediatamente pra emergência psiquiátrica de um outro hospital próximo. Feito isso, veio o diagnóstico de depressão pós-parto. A amamentação foi suspensa, minha filha começou mamar na mamadeira, e a minha irmã me acompanharia nas visitas. Foram duas longas semanas ensinando a Catarina mamar na mamadeira até que ela aprendeu.

Já era dia 23/12/16, quase Natal, e eu recebia o maior presente da minha vida: levar minha filha pra casa. Tudo bem que levei pra casa da minha irmã, mas já foi uma vitória mesmo assim. Teve alta pesando 2,580kg e 47cm. Vai ficar indo pro Paraná provavelmente até março para os retornos médicos, mas está crescendo linda e saudável.

Eu sofri muuuuuito, mas eu sei que foi tudo permissão de Deus na minha vida e algum dia vou entender o porquê. Eu quero dizer pra você que está passando por uma provação dessas: não desista do seu filho e não desista de você, essa prova é de vocês dois! Eu fui fraca, mas eu ia caindo e Deus me levantando, sejas forte, amanhã será você escrevendo aqui... Creia! Mamãe Angélica. Compartilho aqui meu email pra quem sabe ser um ombro amigo para uma mãe que precise: angelicafelipe1993@hotmail.com :)"

(relato da mamãe Angélica, enviado em 2017)

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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