26 de Abril de 2023
Gêmeos Guerreiros
Minha gestação por ser gemelar era de alto risco, com seis semanas comecei a ter um sangramento marrom. Fiz vários ultrassom que não era identificado. Com nove semanas após ser acordada no susto, tive um pequeno descolamento em uma das placentas, fiz repouso absoluto até as doze semanas. Após o terceiro mês de gestação tudo ficou mil maravilhas, até que com 26 semanas percebi que minha calcinha ficava muito molhada, parecendo que havia feito xixi sem sentir vontade. Fui a um posto de saúde e a médica que me atendeu falou que estava com um dedo de dilatação e que naquele posto de saúde não tinha vaga para uti neo e caso fosse internada e os bebês vinhesse a nascer iria teria que colocá-los em meu colo e esperar morrer.
Sai super mal de lá, fui em outro posto de saúde, realizei exames e me deram alta, falaram que a dilatação era pequena e não indicava parto prematuro e solicitaram repouso.
Com 28 semanas o líquido aumentou e não mostrava nas ultrassons se havia vazamentos dos sacos gestacionais. Meu médico do convênio resolveu no dia cinco de novembro me afastar do trabalho, porém, no dia 11/11 /20 com 29 semanas e 1 dia, após perder bastante líquido corri para maternidade e de lá já me internaram para tentar segurar até a 34 semanas.
Não estava em trabalho de parto, toda a ultrassom realizada, dava resultados normais, bebês estavam bem, quantidade de líquido boa. Porém, no dia 14/11/20 com 29 semanas e 4 dias de gestação às 09:10 da manhã tive minha primeira cólica e contração, ao ser avaliado já estava com 3 cm de dilatação e meu trabalho de parto estava evoluindo rápido. Às 11:55 já estava a caminho da sala de cirurgia e às 12:02 minha menina Heloisa Pietra nascia com 1.080kg e 33,5 cm e às 12:05 meu menino Miguel Arthur nasceu com 1.090grana e 35 cm.
Ambos não precisavam de respiradores, mas, por serem prematuros extremos, a médica não quis arriscar. Não cheguei a ver minha menina, só o meu menino mas bem rápido. Fui conhecê-los 12 horas depois e bem rápido. Heloísa nasceu perfeita precisou apenas de fototerapia (banho de luz) e antibióticos. Já o Miguel durante o período de internação precisou de além do antibiótico e da fototerapia, precisou de uma transfusão de sangue (por conta de anemia) e teve uma apneia. Foram 35 dias de UTI neo e 12 de enfermaria para aprender a mamar e terem alta. E no dia 31/12/20 recebemos a tão sonhada alta. Hoje Heloísa e Miguel estão com 1 ano cronológico e 10 meses corrigidos.
(Relato da mamãe Natasha enviado em 2021)