A prática do aleitamento materno traz benefícios fisiológicos, psicológicos e sócio-econômico culturais tanto para a mãe quanto para o bebê. A amamentação, isoladamente, é a estratégia de maior impacto capaz de salvar a vida de cerca de 13% das crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas previníveis. O estímulo da amamentação exclusiva salva 6 milhões de crianças por ano. Segundo a OMS, o leite materno é o alimento mais completo até o sexto mês de vida e é a principal forma de dar aos bebês os nutrientes necessários para seu desenvolvimento.
A Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) ocorre do dia 1° a 7 de agosto. O período promove o Agosto Dourado, que virou lei em abril de 2017, instituído o mês oficial do aleitamento materno. Nós apoiamos muito essa campanha!
Nenhum país – em todo o mundo – atende plenamente aos padrões recomendados para a amamentação, de acordo com um novo relatório do UNICEF e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em colaboração com o Global Breastfeeding Collective (Coletivo Global para a Amamentação), uma nova iniciativa para aumentar as taxas globais de aleitamento materno.
O Global Breastfeeding Scorecard (Cartão de Pontuação Global sobre Amamentação), que avaliou 194 nações, descobriu que apenas 40% das crianças menores de seis meses são amamentadas exclusivamente (nada além do leite materno) e apenas 23 países têm taxas de amamentação exclusiva acima de 60%.
A evidência mostra que a amamentação tem benefícios cognitivos e de saúde tanto para os bebês quanto para suas mães. É especialmente crítico durante os primeiros seis meses de vida, ajudando a prevenir a diarreia e a pneumonia, duas das principais causas de morte de bebês menores de 1 ano de idade. As mães que amamentam têm um risco reduzido de câncer de ovário e de mama, duas das principais causas de morte entre as mulheres.
"A amamentação dá aos bebês o melhor começo de vida possível", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. "O leite materno funciona como a primeira vacina de um bebê, protegendo-o de doenças potencialmente mortais e dando-lhe toda a nutrição de que precisa para sobreviver e prosperar".
O scorecard (cartão de pontuação) foi lançado no início da Semana Mundial da Amamentação – que vai de 1º a 7 de agosto – ao lado de um uma nova análise que demonstra que um investimento anual de apenas US$ 4,70 por recém-nascido é necessário para aumentar a taxa global de amamentação exclusiva entre crianças menores de seis meses para 50% até 2025.
Nurturing the Health and Wealth of Nations: The Investment Case for Breastfeeding (Nutrindo a saúde e a riqueza das nações: O Exemplo de Investimento na Amamentação – disponível em inglês) sugere que o cumprimento dessa meta poderia salvar a vida de 520 mil crianças menores de 5 anos e potencialmente gerar ganhos econômicos de US$ 300 bilhões em 10 anos, como um resultado da redução dos custos das doenças e dos cuidados de saúde e do aumento da produtividade.
"A amamentação é um dos investimentos mais eficazes e rentáveis que as nações podem fazer na saúde de seus membros mais jovens e na futura saúde de suas economias e sociedades", disse o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake. "Ao não investir na amamentação, estamos falhando com as mães e seus bebês – e pagando um preço duplo: em vidas perdidas e em oportunidades perdidas".
O exemplo de investimento mostra que, em cinco das maiores economias emergentes do mundo – China, Índia, Indonésia, México e Nigéria –, a falta de investimento na amamentação resulta em aproximadamente 236 mil mortes de crianças por ano e US$ 119 bilhões em perdas econômicas.
Globalmente, o investimento na amamentação é muito baixo. Todos os anos, os governos dos países de renda baixa e média gastam aproximadamente US$ 250 milhões em programas de amamentação; e os doadores fornecem apenas US$ 85 milhões adicionais.
O Global Breastfeeding Collective (Coletivo Global para a Amamentação) está convidando os países a:
- Aumentar o financiamento para aumentar as taxas de amamentação desde o nascimento até os dois anos de idade.
- Implementar plenamente o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno e as resoluções pertinentes da Assembleia Mundial da Saúde por meio de fortes medidas legais que são aplicadas e monitoradas de forma independente por organizações livres de conflitos de interesse.
- Promover a licença familiar (licença-maternidade e licença-paternidade) paga e as políticas de amamentação no local de trabalho, com base nas diretrizes de proteção da maternidade da Organização Internacional do Trabalho como requisito mínimo, incluindo provisões para o setor informal.
- Implementar os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno nas maternidades, incluindo o fornecimento de leite materno para recém-nascidos doentes e vulneráveis.
- Melhorar o acesso a aconselhamento qualificado para amamentação como parte de políticas e programas abrangentes de amamentação em instalações de saúde.
- Fortalecer os vínculos entre as unidades de saúde e as comunidades, e incentivar redes comunitárias que protegem, promovem e apoiam a amamentação.
- Reforçar os sistemas de monitoramento que acompanham o progresso das políticas, programas e financiamento para alcançar metas nacionais e globais de amamentação.
A amamentação é fundamental para a realização de muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Melhora a nutrição (ODS 2), previne a mortalidade infantil e diminui o risco de doenças não transmissíveis (ODS 3) e apoia o desenvolvimento cognitivo e a educação (ODS 4). A amamentação também é um facilitador para acabar com a pobreza, promover o crescimento econômico e reduzir as desigualdades.
Fonte: UNICEF
(Foto: Reprodução)