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30.01.2015

Bianca Castanho conta como superou a gravidez de risco


Notícia original publicada em 12 de dezembro de 2014.

por Vanessa Lima

[caption id="attachment_15760" align="alignright" width="300"]"Quando ela está em casa, a atenção fica toda voltada para ela. Não dá para fazer mais nada. Mas é bom aproveitar porque passa tão rápido", diz Bianca. (Foto: George Canfield) "Quando ela está em casa, a atenção fica toda voltada para ela. Não dá para fazer mais nada. Mas é bom aproveitar porque passa tão rápido", diz Bianca. (Foto: George Canfield)[/caption]

Que ser mãe é uma transformação na vida de qualquer mulher, todo mundo já sabe. Mas passar por esse momento, junto com um risco de vida que envolve você e seu bebê é uma situação complicada. Só mesmo quem já viveu algo parecido sabe o medo que a atriz Bianca Castanho, 35 anos, sentiu ao ser diagnosticada com pré-eclâmpsia, no sétimo mês de gestação. Hoje, passados dois anos e meio do nascimento de Cecília, ela ainda se emociona ao lembrar da história e diz que não teria outro filho. "Não tenho estrutura emocional para viver isso de novo. Pelo menos, não agora", diz.

Em entrevista à Crescer, a atriz, casada com o empresário Henry Canfield, conta os detalhes desse momento delicado e fala sobre os novos desafios profissionais. Há um mês, ela criou uma marca própria de roupas iguais para mães e filhas. Agora, divide seu tempo entre os cuidados com Cecília, a carreira de atriz e os compromissos de empresária.

Crescer: Como foi descobrir que estava grávida de Cecília? Você tinha planejado ou aconteceu de repente?
Bianca Castanho:
Eu estava terminando de gravar [a minissérie] Rei Davi, na Record, quando decidimos que era a hora de ter um bebê. Um mês após o fim da minissérie, descobri que estava grávida. O Natal estava chegando. Foi difícil, mas guardei segredo até a noite da festa. A família inteira se emocionou. Foi uma festa!

C.: O que mudou na sua vida a partir dessa descoberta?
B.C.:
Tudo. Como as gravações tinham terminado, eu não estava trabalhando. É impressionante como instantaneamente passamos a pensar mais no bebê do que em nós mesmas. Já ficamos preocupadas com tudo, se vamos carregar peso, o que vamos comer... Do momento em que eu descobri a gravidez em diante, ela passou a ser sempre o primeiro lugar. É instintivo, automático. É um amor que não dá para descrever.

C.: No final da gravidez, você teve uma complicação. O que aconteceu?
B.C.:
Foi um susto. A gravidez toda foi ótima. Eu não tinha enjoo, foi supertranquilo. Quando entrei no sétimo mês, comecei a inchar muito. Era uma coisa fora do normal. Meu pé não entrava nem no chinelo. Fui ao médico e estava com pressão alta. Era pré-eclampsia. Comecei a pesquisar e fiquei mais assustada ainda. Foi apavorante. Fui medicada e conseguimos controlar até a 33ª semana. Então, fizemos a cesárea. Apesar de todo o desespero anterior, na hora, eu estava confiante. A médica tinha me avisado que, como ela era prematura, podia ser que não chorasse e que não viesse direto no colo. Mas deu tudo certo. Ela nasceu berrando, com o pulmão perfeito. Só ficou na UTI por conta do baixo peso. Ela nasceu com 1,850 kg.

C.: E depois do parto? Você ficou bem?
B.C.:
Fiquei bem. Não tive nada. Fiquei 4 dias internada e tive alta. A Cecília ficou 24 dias. Foi um período difícil. Eu não queria ter alta. À noite, quando tinha de ir para casa, era uma choradeira. Até hoje me emociono só de lembrar. Eu fiquei muito inchada por conta da pré-eclampsia, então, o certo seria eu ficar de repouso pelo menos duas semanas com os pés para cima para me recuperar. Mas eu nem ligava. Não saia de perto da incubadora. Ficava ao lado dela o dia inteiro, com a mão lá dentro. Nem me importava com a dor e com o inchaço.

C.: Você amamentou a Cecília?
B.C.:
Consegui, mas foi muito difícil. Como ela era prematura e passou 24 dias na incubadora, eu tirava o leite e oferecia com a ajuda de uma sonda. Ela nasceu de 33 semanas e ainda não estava preparada para sugar. Depois, quando o médico liberou para dar o peito, ela pegou certinho. Ainda por conta da prematuridade, eu tinha de complementar com leite artificial. Mesmo assim, ela mamou até os seis meses. Depois, não quis mais. Eu sofri bastante porque queria que ela continuasse por mais tempo, mas todo mundo me dizia que fomos guerreiras de conseguir ir até ali, com tudo o que aconteceu. Eu acabei aceitando. Hoje, acho que chegar até os seis meses foi um lucro, considerando todo o contexto.

[caption id="attachment_15761" align="alignleft" width="233"]Sobre a loja que criou depois do nascimento da filha, ela diz: "Desde que Cecília nasceu, passei a curtir muito isso, de vesti-la igual a mim. Então, sempre procurava peças para comprar e não achava tantas coisas", então pensou na ideia. (Foto: George Canfield) Sobre a loja que criou depois do nascimento da filha, ela diz: "Desde que Cecília nasceu, passei a curtir muito isso, de vesti-la igual a mim. Então, sempre procurava peças para comprar e não achava tantas coisas", então pensou na ideia. (Foto: George Canfield)[/caption]

C.: Você teve algo como baby blues ou depressão pós-parto?
B.C.:
Olha, com tudo o que aconteceu, não tive nem tempo. Eu ficava tensa pela situação, então, precisava ter força. À noite, na hora de ir embora do hospital e deixá-la, era o momento mais difícil. Toda despedida era uma facada, mas eu sabia que ia dar certo. Nunca perdi a fé. A Cecília já era muito desejada, mas depois de passarmos por tudo isso, aprendemos a valorizar ainda mais todos os momentos.

C.: E como é a participação do seu marido?
B.C.:
Ele já era um ótimo marido, sempre cuidou de mim e dividimos tudo em casa. Com a filha, então, ele cuida da casa, do almoço... Nos unimos ainda mais. Ele é fundamental, essencial. Está o tempo todo nos dando carinho e atenção.

C.: Como está a sua rotina agora, que a Cecília está maior?
B.C.:
Agora estou ensaiando uma peça, mas o projeto está bem no início. Consegui ficar um ano com ela. Então, aproveitei muito. Vi todos os momentos: quando ela sentou, andou, a primeira palavra. Foi ótimo. Depois disso, me chamaram para fazerDona Xepa [novela da Record]. É um dos privilégios dessa profissão. Quando estamos gravando, é uma loucura e não temos tempo para nada, mas também temos essa flexibilidade de vez em quando. Agora, Cecília já está maior, vai à escola e isso permite uma organização melhor. Mesmo assim, quando ela está em casa, a atenção fica toda voltada para ela. Não dá para fazer mais nada. Mas é bom aproveitar porque passa tão rápido. Eu já acho que ela está tão mocinha. Não é mais aquele bebê... Tem que curtir mesmo.

C.: Com quanto tempo ela entrou na escola?
B.C.:
Ela tinha 1 ano e 7 meses. Quis colocar, porque Cecília tem muita energia e não convivia com muitas crianças, já que minha família e meus sobrinhos todos moram no Sul. Então, sentia essa necessidade. Ela amou! Foi uma adaptação para mim. Foi importante para ela e não me arrependo de ter colocado com essa idade.

C.: E como teve a ideia de criar sua marca de roupas para mães e filhas, a Minibi?
B.C.:
Desde que Cecília nasceu, passei a curtir muito isso, de vesti-la igual a mim. Então, sempre procurava peças para comprar e não achava tantas coisas. Não é tão fácil. Às vezes, encontrava algo para mim em uma loja de adulto e procurava algo parecido em marcas infantis... E quando saíamos assim ou quando eu postava fotos nas redes sociais, todo mundo gostava e me perguntava de onde eram as peças. Fazia o maior sucesso! Alguns amigos sugeriram: "Por que você não faz uma marca sua?". Eu gostei da ideia e pensei: "Por que não?" Quando eu era criança, minha mãe tinha uma loja de roupas infantis, então, já conhecia um pouco do processo. Criei um espaço virtual onde mães e filhas podem encontrar de tudo: roupas de praia, look casual, vestido de festa... E sou eu mesma que escolho e faço as compras. Tudo tem a minha cara.

C.: Como administra a vida de empresária, que demanda um bom tempo, e a maternidade?
B.C.:
É complicado. Só consigo me dedicar realmente quando Cecília está na escola ou dormindo. Às vezes, começo a trabalhar e, quando vou ver, já é alta madrugada. Mas é algo de que eu gosto, então, levo em paralelo com as funções de mãe e a carreira de atriz.

C.: Pensa em ter outros filhos?
B.C.:
Por conta de tudo o que passei, não. Foi muito difícil. O susto foi muito grande. Não tenho estrutura emocional para passar por tudo de novo. Pode ser que um dia eu esqueça e mude de ideia, mas ainda não esqueci. Então, por enquanto, penso em curti-la ao máximo, curtir todos os meus sobrinhos e está ótimo. Ela é a princesa da família, porque meus sobrinhos todos são meninos.

[caption id="attachment_15762" align="aligncenter" width="223"]"Todas as noites, na hora de ir para casa, sentia como se tivesse levado uma facada", confessa a atriz sobre ter alta e deixar a pequena na UTI. (Foto: George Canfield) "Todas as noites, na hora de ir para casa, sentia como se tivesse levado uma facada", confessa a atriz sobre ter alta e deixar a pequena na UTI. (Foto: George Canfield)[/caption]

Fonte: Crescer

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