"Um bebê que ficou internado durante quase um ano no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, recebeu alta nesta segunda-feira (12). Rita Vitória de Cássia de Paula de Oliveira nasceu prematura, aos seis meses de gestação, com 720 gramas e 33 centímetros. Ela passou nove meses e meio na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. Depois, ficou internada no quarto até ter condições de voltar para Ji-Paraná, em Rondônia, onde mora toda a família.
[caption id="attachment_3089" align="aligncenter" width="620" caption="Foto: Divulgação/Hospital Nossa Sra das Graças"][/caption]
"Uma benção. Ela está curtindo tudo, olhando tudo, achando tudo diferente. Mas está tranquila", conta a mãe da criança, Eliana Gosman de Paula, de 33 anos, sobre o primeiro dia de Rita fora do hospital. Na quinta-feira (15), as duas embarcam para Rondônia. "Vamos chegar para almoçar com a família", vibra.
O marido de Eliana viu a filha apenas uma vez, há sete meses. Além dele, a irmã de Eliana é a única parente que conhece o bebê. Ela acompanhou Eliana na ida à capital paranaense, em novembro de 2011, onde ficou até janeiro de 2012. "Estou contando os dias, não vejo a hora de ir para casa. Estou ansiosa e muito feliz. Agradeço a Deus por tudo que aconteceu. Foi difícil, mas encontrei vários anjos que ajudaram. Foi uma experiência única", afirma.
[caption id="attachment_3090" align="alignright" width="300" caption="Foto: Divulgação/Hospital Nossa Sra das Graças"][/caption]
Eliana explica que foi para Curitiba em busca de recursos, pois tinha medo de perder o bebê. Como é hipertensa, já tinha perdido três gestações, uma, inclusive, aos seis meses. Ela chegou a Curitiba no dia 1ª de novembro de 2011 e, no dia 19 do mesmo mês, Rita Vitória nasceu.
Durante o período na cidade, a mãe do bebê diz ficou "um pouco em cada lugar". Passou quatro meses na casa de um primo em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Depois, dois meses na casa de uma amiga no bairro Capão da Imbuia, na capital. De março até agosto, ficou em uma hospedaria que uma outra mãe de prematuro pagou para ela. "Só saí de lá quando minha filha saiu da UTI, dia 15 de agosto". Desde então, passou o tempo todo com a menina no quarto do hospital.
Médico explica a longa internação
O diretor técnico médico do hospital, Luiz Sallim Emed, disse ao G1 que o caso de Rita Vitória foi especial e, por essa razão, ela ficou tanto tempo internada. Segundo o médico, um bebê prematuro fica internado, em média, entre três e cinco meses. Porém, o caso da menina envolvia outras questões além da prematuridade, como a distância de casa, a falta de recursos na cidade onde a família mora e a insegurança da mãe que já tinha perdido outras gestações.
O médico ressalta a importância do cuidado que toda a equipe hospitalar teve com a criança. Para ele, afeto e zelo são fatores essenciais no atendimento. "Medicina não pode perder esse aspecto humano, solidário. Não é só tecnologia", avalia. Ele afirma que a menina não precisará voltar a Curitiba para dar continuidade ao tratamento. De acordo com o doutor, a equipe médica já entrou em contato com uma pediatra em Rondônia e passou o histórico do bebê. "A partir de agora, ela pode ter complicações normais que qualquer criança pode ter. Não precisa ter uma preocupação maior", garante."
Fonte: G1.Globo.com