Notícia original publicada em 10 de janeiro de 2014.

por Silvia Helena

[caption id="attachment_10770" align="alignright" width="300" caption="Divulgação"][/caption]

Uma menina que nasceu pesando apenas 335 gramas e 24 centímetros quebrou a barreira das primeiras 48 horas de vida na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal da Santa Casa de Araçatuba. Ela veio ao mundo na última terça-feira e resiste bem, segundo médicos. O bebê é o menor já internado no hospital e, ao sobreviver, também poderá ser o menor microprematuro do País.

A gravidez de alto risco precisou ser interrompida pois o pouco líquido no útero da mãe, que tem apenas 15 anos, poderia resultar na morte do feto caso a gravidez fosse mantida. A mãe passa bem e já recebeu alta.

O recorde anterior pertence a uma outra menina de 360 gramas e 27 centímetros, que nasceu com 25 semanas de gestação, em Belo Horizonte (MG). De acordo com pediatra intensivista responsável pela UTI Neonatal, Carlos Augusto Amaral Neife, não há como estimar quanto tempo a criança terá de ficar internada.

A menina, que recebeu o nome de Alana Vitória, tem suas funções vitais monitoradas durante todo o tempo. "A medicina agora terá de fazer o papel que seria da mãe, ajudar essa criança a terminar de se desenvolver, apesar de os órgãos estarem todos formados", disse o médico.

Neife falou que uma das condições que a bebê tem a seu favor é o tempo que permaneceu dentro do útero, aproximadamente 28 semanas, o que equivale a cerca de seis meses e meio de gestação. "No entanto, temos o baixo peso como fator preocupante, porque um bebê com esse tempo de gestação deveria pesar entre 700 gramas e um quilo."

Dentro do útero, segundo o pediatra, a criança, a partir do sexto mês de gestação, ganha em média 20 gramas por semana. No caso dos prematuros, não há como estabelecer uma curva de desenvolvimento. "Aqui fora tudo depende das intercorrências pelas quais esses bebês passam."

Os cuidados intensivos ainda não requerem terapia com antibióticos e outras medicações. "Já informamos aos pais que existem muitos riscos que podem comprometer a sobrevivência ou deixar sequelas", explica Neif.

O estado da menina é grave e ela permanece internada na UTI Neonatal. Embora o bebê apresente boas funções cardíacas, ainda respira com auxílio de equipamentos e necessita de cuidados especiais. O bebê vai ser envolvido em filme plástico para reforçar o  aquecimento do corpo e fará uma dieta alimentar  que se resume a 40 gotas de leite materno a cada 3 horas. De acordo com os médicos, o tratamento pode durar até 5 meses.

Fonte: Folha da Região e G1