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02.10.2014

Banco tem pior crise da história com estoque de leite só para mais 10 dias


Notícia original publicada em 27 de setembro de 2014.

Do G1 Campinas e Região

[caption id="attachment_15108" align="alignright" width="300"]Em déficit, serviço a prematuros da região de Campinas iniciou restrição. Para médica, falta de informação e seca atípica contribuíram para situação. (Foto: Agência Brasil) Em déficit, serviço a prematuros iniciou restrição na região de Campinas. Para médica, falta de informação e seca atípica contribuíram para situação. (Foto: Agência Brasil)[/caption]

O banco de leite do Centro de Referência de Campinas e Região de Aleitamento Materno vive a pior crise da história, com estoque suficiente apenas para mais 10 dias. De acordo com a coordenadora Claudia Sampaio, a falta de informação é o principal inimigo das doações na região, mas, neste ano, a seca atípica também ajudou a desencadear na situação crítica atual. Segundo ela, o clima de pouca umidade prejudica o sistema de produção de leite das mulheres e muitas mães não conseguem produzir o excedente para doar.

Claudia explica que o banco, que é uma parceria entre a Maternidade de Campinas e a Prefeitura, atende Campinas e outros 20 municípios da região. Ela conta que o espaço estava habituado a passar por períodos de baixa, mas em 2014, houve déficit na maioria dos meses. Nesta sexta-feira, o estoque, que costuma ser de 150 a 200 litros para atender à demanda, chegou a 40 litros.

Em julho, o banco doou 76 litros de leite e recebeu 63 litros de doação. Em agosto, entraram 62 litros e 59,5 foram doados. Com a queda constante, algumas crianças deixaram de ser atendidas e a média de 80 bebês beneficiados caiu para 30. A médica afirma que algumas prescrições que chegam de toda a região já deixaram de ser atendidas.

“Nós já estamos restringindo o atendimento. Precisamos fazer um acompanhamento intenso de cada prematuro para priorizar os casos mais graves. Desde que o banco foi criado em 1993, nunca houve uma situação tão grave”, relatou a coordenadora.

Falta informação
A médica pediatra explica que, para doar, a mãe não precisa sequer sair de casa. O procedimento é ligar no telefone (19) 3306-6039 e responder a um questionário com dados sobre a situação de saúde e hábitos da mãe (se fuma, ingere algum medicamento, etc). Em seguida, uma técnica em enfermagem faz uma visita à casa da lactante para entregar os objetos necessários para retirada do leite (touca, luvas, frascos) e dar todas as orientações do procedimento.

A funcionária do banco também pega com a mãe o cartão de pré-natal, com todas as informações médicas dela enquanto gestante até o parto e leva até o banco para fazer uma cópia e também é realizada uma nova sorologia. A partir de então, a equipe do banco vai até a casa da mãe semanalmente para pegar o leite extraído e congelado. A doação deve chegar ao banco no máximo 10 dias após ser retirado da mãe.

Vital
A coordenadora do Centro explica que as crianças beneficiadas pelo serviço são bebês nascidos antes do período normal de gestação e que apresentam complicações no quadro de saúde. "Nós estamos falando de bebês de menos de 1kg e que precisam do aleitamento materno para sobreviver", explicou. Muitas mães que passam pelo desgaste de ver os filhos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, justamente pela questão emocional, não conseguem produzir o próprio leite, explica a pediatra.

Serviço
Para doar, é necessário que a lactante seja saudável, amamente o próprio filho e produza uma quantidade excedente de leite que será doado. A doadora recebe orientações sobre a coleta e estocagem do leite humano, que ocorre em sua própria casa. Interessados podem entrar em contato pelo (19) 3306-6039 ou comparecer ao Banco de Leite Humano, na Maternidade de Campinas, na Avenida Orosimbo Maia, 165, 5º andar.

Fonte: G1

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