15 de Dezembro de 2016

Arthur, um príncipe prematurinho

"Olá a todas as mamães que passam por aqui buscando uma ajuda e conselhos realmente úteis sobre como cuidar do seu prematurinho.

Eu me chamo Ana Luiza e descobri que estava grávida do meu príncipe Arthur já com 22 semanas de gestação.
Eu tenho uma filha de 1 ano e 10 meses e, nessa altura do campeonato, nem pensava em ter outro bebê. Não tive nenhum sintoma de gravidez. Não deixei de menstruar e continuei tomando o meu AC durante essas 22 semanas em que não sabia da gravidez. Contando parece até mentira, mas não é. Não tive tempo de fazer um pré-natal adequado, mas, o pouco tempo que tive, foi com um médico-anjo maravilhoso!

Quando eu estava com 28 semanas, ele detectou em uma ultra de rotina que o volume do meu líquido amniótico estava abaixo do normal para a minha idade gestacional. Devido a isto, passei a fazer consultas a cada dois dias a fim de monitorar o BCF do meu bebê e ultra a cada semana para ver o VLA. Com 30 semanas, ele me pediu um exame que eu nunca tinha ouvido falar: Perfil Biofísico Fetal. Ele me disse que não era nada demais e que nesse exame iam verificar os batimentos do bebê, a quantidade de mexidas do bebê e medir o volume de líquido. Fiz o exame e, para minha surpresa, o volume estava 1 ponto mais alto que na última ultra! Pensei que tomando bastante líquido e fazendo pouca atividade eu estava conseguindo aumentar o VLA... ledo engano!

Com 34 semanas de gestação, ao fazer a ultra de rotina na emergência do hospital, a médica que me atendia ao ver o laudo do exame disse: "Com um laudo desse, eu não deixo você voltar para casa. Se o seu médico deixar a responsabilidade é dele!" Eu fiquei mais que assustada! Imediatamente, ela ligou para o meu médico que a autorizou a fazer o que fosse preciso, pois ele já estava ciente do caso.

Fui internada imediatamente e, logo após subir para o quarto, em menos de 30 minutos eu estava indo para o centro cirúrgico. Às 13:59 nascia o Arthur, um menino forte de 50 cm e 2,485kg. Meu coração ficava apertado a cada minuto que eu passava naquele centro cirúrgico e não ouvia meu filho chorar. Foram longo 15 minutos para ouvir um chorinho bem pouco e um anestesista que me falava: "Fica calma mãe, seu bebê está bem." E não estava!

Meu filho teve de ser reanimado, foi levado às pressas para a UTI Neo enquanto a pediatra que o assistia me dizia: "Seu bebê não consegue respirar direito, então, nós teremos que colocar ele no respirador e, posteriormente, iremos fazer alguns exames nele para saber se ele está bem". As lágrimas desciam... Meu coração ficou pequeno e, naquele momento, eu pedia muito perdão a Deus e ao meu filho por não ter sentido nenhuma alteração da gestação e mais, por não ter feito um pré-natal adequado.

No dia seguinte, tomei coragem e fui à UTI ver o meu pequeno. Furo nas mãos, no braço, estava todo roxinho. Estava no CPAP e não reagia a qualquer estímulo. A pediatra veio conversar comigo e disse que meu filho estava com uma infecção no sangue muito forte e que precisaria fazer, no mínimo 14 dias de antibiótico. Seu estado não era dos piores, mas inspirava certos cuidados.

Não pude pegar meu pequeno no colo quando nasceu. Ficamos 24 dias na UTI Neo. Os primeiro 5 dias eram só de lágrimas, pois a cada hora em que ia vê-lo era uma agulha num lugar diferente. Não aguentava mais ver meu filho todo roxo e só pedia a Deus, em prantos, que aquilo tudo acabasse logo e que eu levasse meu filho para casa. Depois da primeira semana, eu já chorava menos, mas todos os dias era uma surpresa.

Até que, com 19 dias de nascido, a pediatra vei conversar comigo e disse: "O Arthur vai sair do antibiótico hoje, vamos esperar 24 horas para ver como ele reage e, amanhã você vai poder começar a dar de mamar". Naquele mesmo dia à noite eu peguei meu filho no colo. Foram os 5 minutos mais felizes da minha vida! Pude cheirar, sentir sua respiração, sentir sua pele macia e ainda enrugadinha e falar para ele baixinho: "Desculpa a mamãe, filho... eu te amo muito!".
Nos outros 5 dias, foi só alegria! Meu filho já veio para o meu peito no dia seguinte. Mamou como se nascesse naquele momento. Abriu os olhinhos bem devagar e ficou me olhando uns bons 10 minutos!

Depois disso, fomos para casa e hoje, o meu Arthur é um meninão de quase 5 meses que mama no peito e ainda toma complemento! É esperto, saudável e ninguém diz que ele passou por tudo o que passou."

(relato da mamãe Ana Luiza, enviado em 2014)

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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