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09.04.2014

A prematuridade em meninos


Notícia original publicada em 08 de abril de 2014.

Os meninos correm 14% mais risco de nascer prematuramente – isto é, antes de completar 37 semanas de gestação. É o que diz um levantamento realizado no Reino Unido, publicado no jornal científico Pediatric Research. Mas qual seria a explicação?

[caption id="attachment_12952" align="alignright" width="300" caption="Foto: Reprodução"][/caption]

Os cientistas não sabem ao certo. Mas presumem que, como as meninas se desenvolvem mais rápido (falam e caminham antes, por exemplo), o mesmo aconteceria na vida intrauterina. Outra possível razão seria que as mulheres que esperam um bebê do sexo masculino são mais propensas a pré-eclâmpsia e distúrbios na placenta, o que pode antecipar o parto. Além disso, mais um fato chamou a atenção dos pesquisadores: os prematuros meninos seriam mais frágeis do que as meninas. Ou seja, se os dois nascem com a mesma idade gestacional, observa-se que o menino tem mais risco de morte ou de sequelas, de acordo com o levantamento britânico. Mas ainda há poucos dados para quantificar quão maior seria tal risco.

Isso não quer dizer, entretanto, que as futuras mães de meninos tenham de se preocupar – ou até mesmo deixar a mala da maternidade pronta antes da hora. “A maioria das causas que leva à prematuridade pode ser detectada durante o pré-natal, o que só aumenta a importância do acompanhamento médico”, diz a pediatra neonatologista Gislayne Souza Nieto, do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Gravidez de gêmeos, infecções e hipertensão materna, assim como gestações de adolescentes ou de mulheres em idade avançada, estão entre os fatores mais comuns. Nessas situações, o obstetra terá condições de detectar o perigo e iniciar o tratamento adequado para cada caso.

A boa notícia é que, apesar do índice de prematuridade chegar a 11% dos nascidos vivos no Brasil, as chances de sobrevivência aumentaram significativamente nas últimas décadas. “Até pouco tempo, só sobreviviam os maiores de 1, 5 kg ao nascer. Hoje, espera-se o mesmo de bebês com 500 g”, diz Gislayne, que também é presidente do departamento de neonatologia da Sociedade Paranaense de Pediatria.

Um dos avanços da medicina que permitiu tal conquista foi o uso do surfactante exógeno, substância que favorece o amadurecimento dos pulmões do bebê. De acordo com a neonatologista, o desenvolvimento da ventilação mecânica na UTI neonatal também reduziu as taxas de mortalidade. Por último, atualmente, há maior controle de infecções e o suporte nutricional ao recém-nascido nessas condições é mais eficiente.

Embora as sequelas sejam comuns, como atraso psicomotor, problemas na visão (a chamada retinopatia da prematuridade) e no aparelho respiratório, cada caso é único. Tudo vai depender da idade gestacional ao nascer e das intercorrências durante o período de internação. “Os prematuros sempre nos surpreendem pela força e pela vontade de viver”, garante a pediatra neonatologista.

Veja outra notícia sobre o assunto aqui.

Fonte: Crescer

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