11 de Junho de 2013

A história da princesa Maria Clara

"Meu nome é Ludmila e tenho 24 anos.

Em abril do ano passado tive a melhor noticia da minha vida, descobri que estava grávida após um diagnóstico de ovários micropolicísticos. Foi uma alegria imensa pois tinha muito medo de não poder ter filhos. Desde o início não tive uma gestação tranquila, sentia muito sono, náuseas, vomitava muito, mas até então eram sintomas normais de uma gestação. Com 20 semanas descobri que estava vindo minha florzinha, a Maria Clara.

Estava com 25 semanas quando tive uma forte dor de cabeça que durou um dia inteiro. No dia seguinte a dor persistia e então resolvi ligar para minha médica que me aconselhou a ir medir minha pressão (que até então estava normal). Fui a uma farmácia e, para minha surpresa, a pressão estava 14/9. Entrei imediatamente com remédios para controlar a pressão e outros para passar a dor de cabeça, mas nada adiantou. No outro dia, fui ao consultório e minha médica pediu vários exames e intensificou os remédios para controle de pressão. Os exames vieram normais, apenas alteração na tireóide, estava com hipotireoidismo e a pressão não baixava. Depois de 1 semana, minha médica resolveu repetir os exames e, como da outra vez, vieram normais.

Por precaução resolvi procurar um especialista em gravidez de risco, levei todos os exames e contei todo o caso, o que espantou muito o médico, ele disse que eu estava em um caso grave. Estava com a pressão muito alta (17/10) e nos meus exames constaram proteína na urina, além do hipotireoidismo. Ele então me aconselhou a internação. Naquela noite eu estava angustiada, sem saber o que fazer, muito assustada e preocupada com minha filha. Então, comecei a tocar minha barriga, a conversar com a Maria Clara, mas já não sentia mais minha filha mexer. Então, desesperada, chamei meu marido e fomos para o hospital.

Chegamos lá e o plantonista me avaliou, olhou novamente os exames que eu havia feito e então resolveu repeti-los (embora eu os tivesse feito 3 dias antes). Passei a madrugada fazendo exames e, 5 horas depois, entrou uma médica na sala onde eu estava aguardando e disse que eu estava sofrendo uma SINDROME DE HELLP. Meus exames vieram todos alterados, minhas plaquetas muito abaixo do valor mínimo, muita proteína na urina, minha filha estava hipoativa e perdendo peso, ela já estava em sofrimento. A médica disse que a única opção que tínhamos naquele momento era interromper a gravidez, com apenas 28 semanas. Nossos riscos eram enormes, naquele momento eu e minha filha tínhamos 50% de chances de sobreviver.

Fiz uma cesárea de urgência, com anestesia geral, minha pressão chegou a 23/17, fiz transfusão de sangue e fiquei algumas horas no CTI. Então meu anjo nasceu, dia 12 de Outubro de 2012 (dia de Nossa Senhora Aparecida), ao meio dia, pesando 800 gramas e medindo 35 cm. Em dois dias eu já estava bem, meus exames voltando ao normal, a pressão se estabilizando e então eu tive alta. Mas minha princesa ficou por 77 dias na UTI, 40 dias com uso de ventilação mecânica. Mas Deus e Nossa Senhora Aparecida cuidaram e ajudaram muito minha princesa, e nossa batalha foi cheia de milagres: teve pneumonia, hemorragia intracraniana grau I (hoje já não tem mais, o organismo absorveu completamente), PCA aberto (não precisou de cirurgia, o canal se fechou milagrosamente sozinho), retinopatia da prematuridade (não precisou de cirurgia, milagrosamente o organismo reconstruiu os vasos e absorveu a micro hemorragia que constava) e infecção de intestino (que quase não se manifestou pois a médica entrou com antibiótico antes mesmo dos exames mostrarem presença de bactéria).

 

Só quem passa por isso sabe o quanto é difícil. Mas, amigos, nunca percam a fé, pois eu nunca deixei de acreditar que tudo daria certo, minha fé foi maior que o meu medo. E hoje estamos aqui, minha filha é linda, está com 5 meses, pesando 4,500 kg e medindo 53 cm. Já come frutinhas, toma suquinho, super risonha. Minha maior alegria! Tenham força e não deixem de acreditar."

Ludmila, mãe da Maria Clara

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

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