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16 de Maio de 2014
A guerreirinha vencedora Heloísa
Em 02 de dezembro de 2013, eu estava com 26 semanas de gestação de Heloísa. Era uma ultrassonografia de rotina de uma gravidez tranquila até então. Sem enjoos, dores, desconfortos, inchaço ou diabetes gestacional. Pressão controladíssima. Nesse momento, era uma ultrassonografia com Doppler colorido para identificar algum possível problema circulatório.
Ao iniciar a ultrassonografia, o primeiro baque: Helô não estava no peso adequado para a idade gestacional, tinha, inclusive, caído na curva de crescimento; depois foi identificado um possível amadurecimento precoce da placenta, que se apresentava em grau 1, e ainda uma alteração na pressão protodiastólica da artéria uterina. Esses fatores eram suficientes para prejudicar a passagem de nutrientes para Helô, daí a dificuldade do ganho de peso.
No mesmo dia, levei esse laudo para a obstetra, que, com muita cautela, já nos alertou quanto a possibilidade de um parto prematuro. Os números e informações me assustavam, mas ser realista era fundamental naquele momento: tentar chegar a semana gestacional 36; cada 1 semana na barriga é menos 3 semanas de UTI e vamos vibrar se chegarmos aos 2,500 kg. Saí de lá com uma solicitação de afastamento do trabalho por 15 dias e depois outra de mais 30 dias. A partir de então, toda a semana eu fazia no mínimo uma ultrassonografia, onde era observado um ganho de peso muito precário.
No dia 12 de dezembro, tomei as primeiras ampolas de corticoide, já para preparar os pulmões da bebê, caso ocorresse o parto prematuro. Confesso que a dor no momento que tomei a injeção foi muito mais psicológica do que física. Ali vi que era real essa possibilidade.
Em 08 de janeiro, em mais uma ultrassonografia, vimos que não havia mais segurança de manter a gestação. Helô estava com 31 semanas e 6 dias e cerca de 1,400 kg. A cesária então foi marcada para o dia seguinte, 09 de janeiro.
Às 06 horas da manhã, estávamos no hospital e exatamente às 06h38min, Helô nasceu, com 39 cm e 1,435 kg. E o que eu mais desejava aconteceu: um choro bem forte, que tomou a sala toda! Que alegria. Ao mesmo tempo, sabia que ali o caminho e as próximas etapas poderiam ser longas ou outras surpresas poderiam vir. Às 13h do mesmo dia, eu já estava do lado da incubadora, na UTI Neonatal, admirando aquela guerreira. Usava CPAP e não precisou de nenhuma outra aparelhagem para auxiliar na respiração.
Foi um total de 27 dias de UTI. Durante todo esse tempo, Heloísa foi muito bem assistida e cuidada pela equipe médica e de enfermagem, tanto da forma terapêutica como da forma afetiva, o que nos deixava tranquilos de que, embora o desejo maior fosse de tê-la em casa, era ali o melhor lugar para ela no momento. Ter o apoio dessa equipe fez com que eu aprendesse a dar valor as pequenas, mas importantes coisas da vida: o dia que pude colocá-la no colo, a cada grama de peso que Helô ganhava, a cada gota de leite materno que eu conseguia tirar com o desmamador elétrico... A alegria de saber que tinha chegado no peso adequado para tomar banho de chuveiro e não mais na incubadora e esperar ansiosamente pelo dia seguinte para registrar tudo, a primeira fralda que pude trocar, a chegada do momento em que pude tentar coloca-lá no peito para mamar, e tantas outras coisas... Além de conhecer outras mães/pais que vivenciavam situações semelhantes ou muito mais complexas que a nossa, o que nos fez, naturalmente, um dar apoio ao outro.
Aos 4 meses, a nossa guerreira e vitoriosa Helô está ótima. Um grande presente de Deus em nossas vidas!”
Amanda, mãe da Heloísa