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14.05.2012

A fé de uma mãe: a história de Ricardinho, 28 semanas


     Bom dia! Nada melhor do que começar a semana pós-dia das mães com essa história linda de uma mãe que simplesmente não aceitou o que os médicos disseram e lutou com todas as forças para poder ter seu pequeno João Ricardo nos braços. E venceu...   


 

      por Ana Mary C. Cavalcante     
     "A medicina tem seus conhecimentos, mas as mães têm sua fé.


     E João Ricardo Filho, cinco meses, nasceu mais pela crença da mãe do que pelas certezas da medicina. “Meu filho é considerado um milagre de Deus”, acredita a autônoma Veridiana Alcântara Lavor, 32.


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     A primeira gravidez de Veridiana se configurou de risco desde o dia seguinte ao exame que comprovou a maternidade. Aconteceram dois sangramentos que lhe forçaram o repouso. Era o prenúncio de uma infecção urinária que iria colocá-la entre duas vidas – a dela e a do filho - e a morte. “Os médicos queriam que eu abortasse”, reconstitui.

     A forte infecção havia rompido a bolsa e o líquido amniótico escapava. É natural a bolsa amniótica se romper ao tempo do parto, mas Veridiana estava com apenas quatro meses de gravidez.

     Para os médicos do César Cals - onde ela passou a se consultar, vinda de Iguatu (384 km de Fortaleza) -, era prudente interromper a gestação. Assim, poderiam salvar a mãe e o útero.

     Mas Veridiana, que tentava engravidar há quatro anos e agarrava-se na vontade de ser mãe, escolheu a vida do filho. “Não imaginava voltar pra casa sem ele e ver as roupinhas que eu já tinha comprado”. E nem pensou que Ricardinho não teria mãe, fez um acordo com ela própria e a esperança. “Não medi esforços. Queria que Deus me desse o direito de criá-lo”.

     Até Ricardinho nascer, prematuro - com 28 semanas e o pulmão por amadurecer -, Veridiana tentou atrasar o tempo. “O máximo que ele pudesse ficar dentro de mim era melhor”, explica. Então, ela parou de trabalhar e se aquietou em repouso absoluto, só se levantava da cama para tomar banho. “No hospital, eu era uma pessoa que estava tentando uma coisa que não ia dar certo. Diziam até que eu cometeria suicídio porque poderia infectar o útero”, contrapõe.

     As mães têm razões que a própria razão desconhece. “É como se existisse um anjo do meu lado, dizendo: ‘não desista’.”, argumenta Veridiana. Se são verdadeiras as verdades da imaginação (ou da fé), a ciência não pode saber. O certo é que Ricardinho nasceu dois dias depois do Natal de 2011, contrariando o aborto indicado em gravidezes arriscadas.

     O nascimento foi um fio de vida, que o menino e a mãe ainda pelejaram muito pela vida completa. Ricardinho “chegou a pesar 960 gramas e nasceu com sopro no coração, hemorragia na cabeça, problema no olho e no ouvido”, lembra Veridiana os 93 dias que o bebê permaneceu no hospital, contando “dois meses e meio na UTI Neonatal e 58 dias entubado (respirando com ajuda de aparelhos)... Teve dias que eu via meu filho, praticamente, morto. Nunca desisti dele”.

     Veridiana não soube o que era resguardo, aprendeu pra sempre o que significa vigília. “Eu era a primeira mãe a chegar no hospital e a última a sair... Ser mãe é responsabilidade”, afirma, ressaltando que o caminho até a UTI Neonatal era sempre desbravado com o marido, “que renunciou muito para estar comigo”.

     A batalha foi grande; a angústia, imensa. “O que doía era a corda bamba: um dia, ele estava bem; no outro, estava grave”. Mas também a dor foi vencida. Ricardinho, alimentado pelo leite materno, já ultrapassou os três quilos e se fortalece. “Eu lutaria tudo de novo. Ser mãe foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, diz Veridiana. E não há medo que convença o amor de não amar. “Se ele viesse com sequelas? Talvez eu o amasse ainda mais, o amor seria dobrado”, afirma.



Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2012/05/12/noticiasjornalfortaleza,2838109/um-milagre-na-primeira-gravidez.shtml








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