20 de Fevereiro de 2014

A estória de uma estrela

“Após dois abortos, descobri que tenho uma deficiência no sangue mais conhecida como Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF). Essa síndrome faz com que eu desenvolva pequenos trombos na placenta e, dessa forma, impede que o sangue e oxigênio chegue até o bebê, impedindo assim a sua nutrição e oxigenação. Ainda causa uma elevação na pressão arterial, gerando  risco alto de pré-eclâmpsia. O último aborto eu estava com seis meses de gestação e foi muito traumático para toda a minha família.

Após um ano, meu marido e eu resolvemos tentar novamente, mas com o acompanhamento de perto de um obstetra e de um reumatologista. Sendo assim, iniciei o tratamento logo que confirmamos a gravidez da nossa guerreira Estela. O tratamento consiste em doses injetáveis de anticoagulante diariamente até o fim da gestação.


Tudo corria muito bem, fizemos o chá de fraldas no dia 16 de junho de 2013, estando a Estela de 31 semanas. Mas, no dia seguinte, meu médico, Dr. Flavio Dutra, extremamente competente, resolveu me internar a fim de controlar de perto a minha pressão e a oxigenação da placenta. Dito e feito. Passaram-se apenas três dias e a minha pressão subiu para 16/10.

A Estela, então, nasceu através de uma cesária, pesando 1,135 kg. Após a cesárea tive uma hemorragia e voltei para o centro cirúrgico, mas, graças a Deus, e aos médicos, correu tudo bem!

Iniciara, então, a nossa luta. Estela chegou a pesar 900 gramas, teve convulsão, foi transfundida 3 vezes e permaneceu na UTI Neo por 60 dias.

A equipe da UTI Neo da Santa Casa Misericórdia de Passos (médicos, fisioterapeutas, enfermeiras e técnicas) acolheu nossa filha e nossa família com muito carinho e dedicação, nos dando força para que não caíssemos no desespero. Muitas foram as vezes que o meu marido Rossini e eu saímos de lá aos pedaços. Mas no dia seguinte estávamos lá novamente!

Estela não precisou ser intubada, ficou no CPAP por uma semana e logo já respirava sozinha. Assim que a equipe liberou, iniciei o Método do Canguru e ficava com ela no mínimo duas horas. Esse método auxiliou no ganho de peso da pequena guerreira e me enchia de amor, assim como os meu peitos que cada vez mais enchiam de leite! Conto isso porque, desde o primeiro dia, ordenhei para minha bebê. Ela recebeu todo o meu colostro e acredito que isso tenha feito toda a diferença no seu tratamento e desenvolvimento.


Hoje a Estela está com 8 meses de vida, tem uma alergia a proteína do leite de vaca e, por esse motivo, a minha alimentação está bem rígida. Ela mama no meu peito e toma um complemento da Danone chamado Neocate.


Acredito que Deus está acima de tudo e de todos e penso também que a fé, o amor e a esperança devem andar sempre juntos. Confesso que em alguns momentos cheguei a pensar que minha bebezinha não resistiria, mas o AMOR estava dentro do meu coração e fez com que buscasse em Deus e na minha família todo o apoio que precisava naquele momento.

A pior sensação da minha vida foi deixar o hospital de barriga e braços vazios. Aquela barriga que eu tanto acariciava, agora não estava mais comigo e a minha bebezinha estava lá, naquele lugar, cheia de furos e tão pequena, tão frágil e tão dependente e indefesa.

Queria dizer para as mães que estão passando por isso que tenham FORÇA! Que busquem a Deus e que CONFIEM na equipe que está cuidando de seus filhos.

Um abraço e um beijo meu gostoso no coração de cada uma de vocês.”

Isaura, mãe da Estela

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

Compartilhe esta história

Tem uma história de prematuridade para compartilhar?

Envie seu relato para gente e faça a diferença para quem precisa de palavras de força e esperança nesse momento.

envie sua história

Conheça outras histórias

Veja histórias por:

    Últimas Notícias

    Receba as novidades

    Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.