Dia 14 de novembro é o Dia Mundial do Combate ao Diabetes. Esse dia foi criado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF sigla em inglês) para conscientização sobre os problemas associados à doença, destacando o papel importante de prevenção e controle.
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue. Normalmente, ocorre devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, o qual é produzido no pâncreas. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que possa ser aproveitada para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto, no acúmulo de glicose no sangue, chamado de hiperglicemia.
Quando o diabetes se apresenta no recém-nascido prematuro, também devemos considerar a imaturidade nos mecanismos reguladores, pois o organismo pode ainda não estar com seus sistemas hormonais completamente preparados. Os recém-nascidos muito pequenos, prematuros, principalmente ao que se refere aos nascidos com menos de 1.000g, apresentam risco 18 vezes maior de hiperglicemia, isso comparado aos nascidos com peso superior a 2.000g.
É importante também diferenciar o Diabetes Mellitus neonatal de outras causas de hiperglicemia nos prematuros. Causas essas, que incluem infecção, estresse, produção inadequada de insulina pancreática, entre outros. Em todos os casos, o monitoramento constante dos níveis glicêmicos e o tratamento medicamentoso mostram-se eficazes no controle da hiperglicemia.
A causa mais comum da hiperglicemia neonatal é a iatrogênica, que está relacionada a mutações específicas de certos genes, causando alterações que ocorrem no DNA do recém-nascido de forma inadequada. São provocadas normalmente, por infusões de glicose muito rápidas durante os primeiros dias de vida em recém-nascidos de muito baixo peso ao nascimento (< 1,5 kg). A outra causa importante da hiperglicemia no recém-nascido prematuro é o estresse fisiológico ocasionado por cirurgia, hipóxia, síndrome do desconforto respiratório ou sepse. Neste caso, apenas são reduzidos os volumes e a velocidade das infusões, normalizando os níveis de glicose no recém-nascido.
A forma transitória geralmente ocorre entre os prematuros, nestes casos, é uma causa rara auto limitada, que também pode ser causada por alguns fatores variáveis, como administração de corticóides, por exemplo. A hiperglicemia é menos comum do que a hipoglicemia no neonato, mas é de extrema importância que se tenha total atenção, pois é justamente a hiperglicemia que aumenta a morbidade e a mortalidade das doenças de base. Nestes casos, a hiperglicemia tende a desaparecer no primeiro ano de vida, mas durante o período da doença ativa é necessário o tratamento com medicamentos orais e insulina. Após este período, essas crianças também possuem um risco maior de desenvolver o Diabetes tipo 2.
Quanto ao Diabetes gestacional, somente 20% das gestantes precisam fazer a aplicação da insulina para regular os níveis de glicose no sangue. Neste caso, não há riscos nem para a gestante, nem para o bebê.
No caso da mãe já portar o Diabetes antes da gravidez, ela deve planejar sua gestação juntamente com o obstetra e endocrinologista, pois quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no útero da mãe, há maior risco de desenvolver obesidade e diabetes no futuro. Além disso, ele pode sofrer crescimento excessivo (macrossomia fetal), dificuldades no parto e hipoglicemia neonatal.
Os sinais e sintomas do diabetes neonatal, quando se apresentam, normalmente são: Fome inexplicável, choro ao terminar a mamadeira oferecida no volume habitual, querer beber água do banho ou sugar a toalha molhada, a necessidade de trocas mais frequentes de fraldas, fraldas com maior volume de urina e perda ou ganho insuficiente de peso.
O diagnóstico no prematuro é realizado através de testes de glicose no soro. Achados laboratoriais adicionais podem incluir glicosúria e hiperosmolaridade sérica acentuada.
O tratamento é realizado através de insulina de ação rápida. Dosagens ajustadas pela equipe médica, considerando as variáveis de cada caso. As respostas à insulina são imprevisíveis, e é extremamente importante monitorar os níveis de glicemia e titular a taxa de infusão da insulina cuidadosamente. Também devem sofrer reposição os líquidos ou eletrólitos perdidos por diurese osmótica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes
por Suelen Verch Pinheiro Gomes, FADERGS/2020