15 de Abril de 2024

Vencemos a prematuridade

Tinha um sonho de ser mãe, de gerar, sentir um serzinho dentro de mim… Desde que descobri a minha gravidez passava muito mal e desde então não sabia o que poderia ser, fui atrás de um médico para fazer exames e ver o que poderia estar causando tantas coisas em mim, não conseguia andar sozinha na rua que minha visão escureceu, meu coração acelerava muito, me sentia fraca, não tinha disposição para nada… Até que um dia, 14/01, passei muito mal, suava muito, meu coração acelerado demais e uma sensação horrível, fui para o hospital e viram que minha pressão estava muito alta, me levaram direto para a emergência e de lá começaram a colocar 2 acessos no meus braços, colocaram remédio na veia e nada da pressão baixar, eu estava cada vez pior, até que tive um desmaio e eles viram que meu coração estava muito acelerado e minha pressão continuava alta. Me levaram rapidamente para sala de ultrassom para ver o neném e estava tudo bem com ele, mas eu não estava, depois que saí da sala de ultrassom fui direto para UTI e de lá começou tudo.

O medo de não saber o que de fato estava acontecendo, eles não falavam comigo, só com meus familiares que iriam me ver, só sabia chorar muito, muito mesmo, eles me davam muito remédio que não via o dia passar, passava o dia dormindo de tanto remédios, calmantes. Foi horrível. Até que chegou um ponto que eles viram que não iria ter jeito, meu corpo não estava aceitando o meu filho e eles tiveram que fazer uma cesariana de emergência pois como meu corpo não estava aceitando meu fígado foi afetado e estava com anemia forte, tive que tomar 2 bolsas de sangue, fiquei com síndrome de hellp. Até que meu filho nasceu 18/01, tão pequenino, tão frágil e eu não pude ver pois tive que voltar para a UTI por mais 4 dias. Eu não podia vê-lo, mas sempre tinha notícias pelo meu marido que iria me ver todos os dias, tinha tanto medo de perder meu filho. Meu Deus, só de escrever eu choro, não desejo isso a ninguém, foi horrível.

Ver meu filho cheio de aparelhos, não poder amamentar. Eu jamais imaginei que passaria por tudo que passei, eu nunca imaginei como seria ter um filho prematuro, eu não sabia como enfrentaria aquela situação, estava perdida e com medo. Foram dias difíceis, de choro, ansiedade, inseguranças, e muito medo. Ser mãe de prematuro é não segurar seu filho nos braços quando nasce, é olhar pela incubadora, passar somente as pontas dos dedos no bebê, é ver seu filho respirando por aparelhos. Ser mãe de prematuro é contar o tempo de um jeito diferente, é ter medo do vento, do inverno, da bronquiolite, do hospital. De praticamente tudo!!

Toda mãe é um ser guerreiro de natureza, mas a mãe de prematuro precisa ser guerreira em dobro. E isso nos difere e ao mesmo tempo nos iguala. Para ser mãe de prematuro é preciso muita fé, porque na hora do desespero é você e Deus! Mas ser mãe de prematuro é superação, é ter história pra contar e entender de um monte de doenças e termos que ninguém nem imagina que existam. Mas Deus esteve ao nosso lado a todo momento! Hoje o grito é de vitória, superação e alegria!! A gente conseguiu filho! Você é o meu milagre! Vencemos 2 meses e meio de uti neonatal!

Responsabilidade do conteúdo por conta do autor, não reflete o posicionamento da ONG. Não nos responsabilizamos pela veracidade dos fatos.

Compartilhe esta história

Tem uma história de prematuridade para compartilhar?

Envie seu relato para gente e faça a diferença para quem precisa de palavras de força e esperança nesse momento.

envie sua história

Conheça outras histórias

Veja histórias por:

    Últimas Notícias

    Receba as novidades

    Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que acontece no universo da prematuridade.